Centeno assume que afinal não vão sair 10 mil funcionários das administrações públicas

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2016

O ministro das Finanças assumiu esta quarta-feira que a redução no número de funcionários públicos ao longo de 2016 ficará muito aquém da meta de dez mil que tinha sido definida inicialmente.

O ministro das Finanças assumiu esta quarta-feira que o Governo não vai conseguir cumprir a meta de redução de 10 mil funcionários públicos, que estava inscrita no Orçamento do Estado para 2016. Durante uma audição parlamentar sobre o próximo Orçamento do Estado, Mário Centeno explicou que o número de aposentações está muito aquém do inicialmente esperado o que obrigou a uma revisão da meta para cerca de um terço.

A questão tinha sido levantada pela bancada do PSD, que quis saber como é que o Governo conseguirá chegar ao final de 2016 com menos 10 mil funcionários públicos, quando os últimos dados apontam para um aumento do número de trabalhadores.

Na resposta, Centeno cortou a meta para cerca de um terço. Primeiro, começou por explicar que o ano arrancou com uma estimativa de previsão do número de aposentações, por parte da Caixa Geral de Aposentações, em torno dos 20 mil funcionários públicos. Daí que, com a aplicação da chamada “regra 2 por 1”, fosse possível reduzir o número de funcionários em cerca de dez mil. Contudo, estas estimativas saíram ao lado.

“O número de aposentados está muito abaixo” reconhece Centeno. “De uma estimativa de 20 mil, passámos para 15 mil e os últimos números apontam para a aposentação de seis mil e poucos efetivos na administração pública, onde esta regra se iria aplicar”, adiantou o ministro, explicando que a regra tem de ser entendida como uma média, já que não pode ser aplicada indiscriminadamente a todos os setores públicos.

“Ninguém iria forçar uma redução do emprego público que não fosse pela rotação e aposentação”, disse o ministro, assumindo que o que o Governo está a fazer é “adaptar essa política ao nível de aposentações que estamos a observar”.

Ou seja, na melhor das hipóteses, a meta de redução do número de funcionários públicos passou para três mil. Esta menor contenção do número de trabalhadores poderá justificar, em certa medida, parte do aumento dos gastos com pessoal observados ao longo de 2016.

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Lucro do Santander Totta até setembro dispara 66%

O banco liderado por António Vieira Monteiro reportou lucros de 293,7 milhões de euros no conjunto dos nove primeiros meses do ano.

O Santander Totta reportou lucros de 293,7 milhões de euros no conjunto dos nove primeiros meses do ano, um aumento de 66,2% face a igual período do ano passado, anunciou o banco esta quarta-feira. Considerando apenas o terceiro trimestre, os lucros do banco aumentaram 4% em relação ao trimestre anterior, totalizando 92 milhões de euros.

O crescimento fica a dever-se ao “aumento de dois dígitos da margem de juros, à queda dos custos e à forte redução das provisões de crédito“, justifica o banco liderado por António Vieira Monteiro, em comunicado.

Além disso, refere o comunicado, “as receitas foram reforçadas pelos maiores resultados de operações financeiras“, graças à venda de carteiras e ao impacto da incorporação do Banif, que o Santander Totta adquiriu no âmbito da medida de resolução aplicado pelo Banco de Portugal.

A margem financeira fixou-se em 548 milhões de euros, um aumento homólogo de 31,4%, melhoria que se justifica com a “diminuiçãdo custo de depósitos”.

Já o total de crédito concedido aumentou em 20%, para 29.260 milhões de euros. O peso do segmento empresarial subiu para 35%, enquanto a carteira de crédito a particulares caiu 2%.

Também a contribuir para a melhoria dos resultados estiveram as imparidades, que o Santander Totta reduziu em 23,8%, para 110 milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h50 com mais informação)

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Mulheres empresárias procuram-se. Connect to Success abre candidaturas para a terceira edição

O programa de apoio a mulheres empresárias está de regresso para a terceira edição. As participantes têm a oportunidade de serem acompanhadas por mentores para fazerem crescer os seus negócios.

Já abriram as candidaturas para a terceira edição do Corporate Mentoring Program do Connect to Success, programa de apoio a mulheres empresárias que é promovido pela Embaixada dos Estados Unidos em Portugal e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

O objetivo do programa, criado há dois anos pelas mãos da embaixatriz Kim Sawyer, e que hoje já conta com edições em Coimbra e nos Açores, é simples: “Fortalecer a economia portuguesa, apoiando o crescimento e fortalecimento de pequenas e médias empresas detidas por mulheres, assim como a promoção da igualdade de género no mundo empresarial”.

Para isso, as empresárias são acompanhadas por “uma equipa de especialistas das melhores empresas de Portugal”, num programa de corporate mentoring, que as ajuda a “analisar os seus negócios de uma nova perspetiva”. No fundo, explica ao ECO Kim Sawyer, as empresárias têm a oportunidade de trabalhar sobre os seus negócios, focando-se no panorama geral para crescerem.

"As empresárias criam redes que lhes dão a autoconfiança e o conforto de fazer parte de um grupo.”

Kim Sawyer

Embaixatriz dos EUA em Portugal

Desde que foi criado, o Connect to Success conheceu um “enorme crescimento”, diz a embaixatriz norte-americana. “Temos perto de 700 mulheres registadas no programa e este número cresce todos os dias. Também temos cada vez mais empresas interessadas em associar-se ao Connect to Success, para participarem no programa de corporate mentoring e para patrocinarem workshops gratuitos para as empresárias”, refere.

Ao mesmo tempo, o Connect to Success conta com o apoio das “melhores universidades de negócios do país“, cujos alunos atuam como consultores das empresárias, no âmbito dos seus cursos.

“Há uma clara [dinâmica] de desejo e necessidade de programas como o Connect to Success em Portugal, mas o que é mesmo interessante é que este desejo e necessidade estende-se muito para além das nossas empreendedoras. As universidades, estudantes e empresas que participam no programa também compreendem o enorme benefício do programa”, diz ainda Kim Sawyer.

E que resultados concretos está a ter o programa? “Uma das nossas empreendedoras acaba de lançar um novo site; outra está a começar a vender os seus produtos, quando, antes do Connect to Success, o seu negócio era apenas uma ideia. Estas são só algumas das nossas histórias. Outro dos benefícios é a rede de que as empresárias passam a fazer parte, o que lhes dá autoconfiança e o conforto de fazer parte de um grupo”, aponta a embaixatriz.

As candidaturas ao Connect to Success podem ser feitas até 17 de novembro, através do preenchimento deste formulário. São elegíveis os negócios que sejam detidos e geridos em, pelo menos, 50% por uma ou mais mulheres. As empresárias terão ainda de demonstrar que o negócio tem capacidade de crescimento e sustentabilidade. Conheça aqui as condições de candidatura.

As empresárias selecionadas serão notificadas a 28 de novembro. O programa prolonga-se por todo o ano de 2017 e há um requisito mínimo de uma reunião mensal de duas horas.

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Millennials estão numa relação com a pizza

A geração que chegou à idade adulta sonha com pizza. Os maiores gastos são, claro, com comida mas também com a Uber, a renda da casa e álcool.

A geração millennial norte-americana tem uma relação “complicada” com a dívida das propinas, mas uma relação estável com a pizza. Uma análise a mais de 500 mil transações feitas numa aplicação do PayPal, a Venmo, verificou que o emoji mais usado era o da fatia de uma pizza, seguido do ícone de dinheiro e de cerveja.

Um dia típico para um millennial – geração que se tornou adulta no século 21 – envolve comida, Uber e o fantasy football, um jogo de apostas. As categorias que envolveram mais dinheiro foram a comida, a renda, o álcool, os divertimentos e café. Menos óbvio foi a entrada do termo ‘strippers’ para a 91ª posição das palavras mais usadas. Pizza foi a 13ª palavra mais usada e o emoji mais usada durante a madrugada.

A análise aos números foi feita por uma empresa (a LendEDU) que gere o financiamento da dívida estudantil, um problema severo nos Estados Unidos, e envolveu mais de quatro mil milhões de pagamentos feitos entre julho e setembro deste ano. As transações da Venmo aumentaram 141% em relação ao ano passado, tornando-se uma aplicação cada vez mais popular nos americanos entre 18 e os 34 anos. É tão usada que, revela o estudo da LendEDU, a palavra Venmo é usada como um verbo.

Editado por Mónica Silvares

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Estudo mostra discriminação racial de motoristas da Uber nos EUA

  • Bloomberg
  • 2 Novembro 2016

Motoristas cancelam mais vezes viagens com utilizadores cujo nome soam a "afro-americano". E negros em Seattle esperam mais tempo pelo serviço, mostra estudo.

Motoristas da Uber em Boston cancelaram viagens com utilizadores masculinos cujos nomes poderiam ser de negros mais de duas vezes do que para outros homens. Negros em Seattle esperam muito mais tempo por carros da Uber e do Lyft do que clientes brancos. Essas são conclusões de um estudo publicado esta semana por investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Universidade Stanford e da Universidade de Washington.

“De muitas maneiras, a economia da partilha constrói-se à medida que vai avançando”, referiu Christopher Knittel, professor da Sloan School of Management do MIT e um dos autores do estudo. “Grande parte disso é um processo de aprendizagem, e não se pode esperar que essas empresas comecem logo com tudo perfeito”.

Uma nova geração de empresas de tecnologia começou a tentar compreender como pode minimizar a discriminação racial. Recentemente, o Airbnb publicou um relatório extenso que estuda o viés racial no site e propôs algumas mudanças em suas políticas. A companhia de aluguer de residências comprometeu-se a oferecer maior preparação aos seus anfitriões e a contratar uma força de trabalho mais diversificada. No fim-de-semana, o Airbnb enviou e-mails aos clientes para informar que, a partir do mês que vem, devem concordar em não discriminar para utilizar o site. Contudo, a empresa resistiu aos pedidos dos ativistas para eliminar fotos de hóspedes e anfitriões de sua plataforma.

De muitas maneiras, a economia da partilha constrói-se à medida que vai avançando. Grande parte disso é um processo de aprendizagem, e não se pode esperar que essas empresas comecem logo com tudo perfeito.

Christopher Knittel

Professor do MIT e um dos autores do estudo

No caso das aplicações de transporte partilhado, os investigadores também acreditam que nomes e fotos sejam um problema. Estas informações dão aos motoristas meios para discriminar possíveis passageiros. O Uber não mostra fotos de clientes aos motoristas. O Lyft mostra, mas não exige que os passageiros forneçam uma foto. Ambas as empresas, que têm sede em São Francisco, fornecem o nome dos passageiros aos motoristas.

Transporte cancelado

O estudo, realizado em Seattle e Boston, incluiu quase 1.500 viagens. Quatro assistentes do estudo negros e quatro brancos — divididos em metades iguais em homens e mulheres — solicitaram transporte durante seis semanas em Seattle. Todos usaram fotos nas aplicações. Um segundo teste foi realizado em Boston com passageiros “cuja aparência lhes permitia passar de forma plausível por um passageiro de qualquer uma das raças”, mas usaram nomes “que soavam afro-americanos” ou “que soavam brancos”, disseram os investigadores. O estudou concluiu que os motoristas do Uber cancelaram desproporcionalmente o transporte de passageiros com nomes que soavam negros, embora a empresa penalize motoristas que cancelam viagens com frequência.

O estudo também observou discriminação no setor de táxis — um problema conhecido há décadas. O artigo académico não compara a taxa de discriminação entre taxistas e motoristas de aplicativos de transporte compartilhado.

Os investigadores propuseram mudanças que o Uber e o Lyft podem implementar para reduzir a discriminação, como não identificar o nome dos passageiros, consequências mais severas para os motoristas que cancelarem uma viagem após aceitá-la e análises periódicas da conduta dos motoristas para detetar racismo. Contudo, Knittel reconheceu que há vantagens no fornecimento de informações pessoais, como a criação de uma experiência mais amigável e eficiente.

“Existe um dilema aqui”, disse o professor do MIT. “Mostrar nomes e fotos tem um benefício possível, e sim, acho que nós concordaríamos com isso. Mas essas empresas têm de avaliar ambos os efeitos”, acrescentou.

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Moçambique superou Venezuela e tem agora os juros mais altos do mundo

  • Lusa
  • 2 Novembro 2016

A Venezuela foi ultrapassada: agora Moçambique é o país mais arriscado para os investidores financeiros.

Os juros da dívida pública de Moçambique passaram a ser os mais altos do mundo esta semana, com 25,1% ao ano, ultrapassando a Venezuela no lugar de país mais arriscado para investir no mundo.

De acordo com a evolução dos juros que os investidores exigem para transacionar os títulos da dívida pública emitida em dólares, desde segunda-feira que o valor dos eurobonds com maturidade em 2023 ultrapassou a média dos juros das emissões de dívida da Venezuela.

Moçambique tornou-se, assim, o país mais arriscado para os investidores financeiros, de acordo com a evolução dos juros da dívida, um dos mais conhecidos indicadores da perceção do mercado sobre a segurança dos investimentos financeiros feitos num país.

O gráfico que mostra a evolução dos juros revela uma fortíssima subida desde a semana passada, quando o Ministério das Finanças fez uma apresentação aos investidores em Londres, na qual admitia a incapacidade para servir a dívida pública, nomeadamente a tranche de cerca de 38 milhões de dólares das obrigações da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), que foram convertidos em títulos de dívida soberana em abril.

Logo após a reestruturação da dívida da Ematum, foram conhecidas novas dívidas de empresas estatais, garantidas pelo Governo entre 2013 e 2014, e que tinham sido ocultadas nas contas públicas, levando à suspensão do apoio a Moçambique do FMI e dos principais parceiros internacionais.

Na apresentação, ao longo de 20 páginas, o Ministério da Economia e Finanças evidencia a incapacidade de pagamento das dívidas das empresas que realizaram empréstimos escondidos, assume que a dívida pública vai chegar a 130% do PIB este ano, e aproveita para rever em baixa a previsão de crescimento económico para 3,7%, afirmando também sem rodeios que as métricas da dívida são insustentáveis.

"Atualmente, Moçambique fura todos os cinco indicadores para avaliar a sustentabilidade da dívida. ”

FMI

De acordo com as regras do FMI, não pode ser dada ajuda financeira a um país com ‘debt distress’, ou seja, com dívida em esforço ou problemática, e para avaliar esta dívida o FMI recorre a cinco indicadores.

“Atualmente, Moçambique fura todos os cinco indicadores para avaliar a sustentabilidade da dívida”, assume o documento, que propõe, por isso, um conjunto de reuniões com os credores das empresas estatais Mozambique Assett Management e Proindicus.

O principal objetivo, agora, é “retomar as relações com o FMI para estabilizar a economia e restaurar a confiança da comunidade internacional”, mas o Governo assume que “as discussões só podem recomeçar se Moçambique já não estiver na categoria de país com ‘dívida em esforço’ [debt distress, no original em inglês], o que implica que as finanças e a dívida pública têm de estar numa trajetória sustentável”.

Definir a trajetória sustentável, renegociando os termos de pagamento da dívida, é o que o Governo se propõe fazer com os credores, tendo contratado a consultoria financeira e jurídica das britânicas Lazard Frères e White & Case LLP, respetivamente, que a partir de agora serão a face do Governo no contacto com os credores.

O prazo desejado por Moçambique passava pelo início das reuniões com credores ainda em outubro, para depois em novembro discutir o formato da reestruturação das dívidas, para chegar a um acordo em dezembro e começar os pagamentos em janeiro, a tempo de, no princípio do próximo ano, recomeçar as negociações com o FMI sobre um pacote de ajuda financeira.

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Jovens põem procura mundial por café em recorde

  • Bloomberg
  • 2 Novembro 2016

Café está a seduzir cada vez mais a geração do novo milénio, numa altura em que a oferta é mais reduzida.

A sede aparentemente insaciável da geração do milénio por café está a ajudar a procura mundial para um recorde exatamente quando a oferta está a contrair.

Os americanos estão a ficar viciados em café cada vez mais cedo e os jovens adultos estão aumentando o consumo diário a um ritmo suficientemente rápido para compensar o declínio entre os mais velhos. O resultado: a procura nos EUA, o maior consumidor do mundo, deverá atingir um máximo histórico e a tendência entre os mais jovens também está a surgir em outros grandes consumidores, como o Brasil e até mesmo a China, onde a população adora o chá.

O consumo está a aumentar num momento em que a seca restringe a oferta do Brasil, o maior produtor e exportador do mundo. Na semana passada, em Nova Iorque, os preços da variedade arábica dispararam para o valor mais alto desde fevereiro de 2015. Hedge funds estão a posicionar-se para mais ganhos, aumentando suas apostas em que os preços vão atingir o valor mais elevado em oito anos.

A procura “está a avançar muito além das expectativas, por isso os mercados de café estão a ajustar-se significativamente”, disse Harish Sundaresh, gestor de ativos e analista de commodities, da Loomis Sayles Alpha Strategies.

"A procura está a avançar muito além das expectativas, por isso os mercados de café estão a ajustar-se significativamente.”

Harish Sundaresh

Gestor de ativodos da Loomis Sayles Alpha Strategies

Apostas dos fundos

O total de posições líquidas compradas em café deu um salto de 18%, para 50.651 futuros e opções na semana finalizada em 25 de outubro, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities publicados três dias depois. Trata-se do maior volume desde março de 2008. O café arábica subiu 6%, para 1,655 dólares por libra-peso, na semana passada na ICE Futures U.S. em Nova Iorque, o maior avanço desde julho. Os preços registaram uma média de 1,344 dólares neste ano.

A geração millennial — grupo de jovens que atualmente têm entre 19 e 34 anos — responde por cerca de 44% da procura de café dos EUA, de acordo com a empresa de pesquisa com sede em Chicago Datassential. No período de oito anos até 2016, o consumo diário entre pessoas de 18 a 24 anos aumentou de 34% para 48% e entre pessoas de 25 a 39 anos subiu de 51% para 60%, de acordo com a Associação Nacional do Café, em Nova Iorque. Ao mesmo tempo, entre os adultos com 60 anos ou mais houve uma queda de 76% para 64% e também houve declínio no grupo de 40 a 59 anos.

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O nome do estabelecimento também se ajusta à mente dos millenials: “Pense em café”, diz o sinal luminoso.Pixabay

A procura por café também está a começar mais cedo na vida das pessoas. Na geração millennial, os mais jovens, nascidos após 1995, começaram a consumir café com cerca de 14,7 anos de idade, ao passo que os mais velhos, nascidos mais perto de 1982, começaram aos 17,1 anos, mostram dados da associação dos EUA.

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A Uber tem novo serviço de boleias… E os taxistas já pediram reuniões de urgência

Os taxistas consideram que o novo serviço de boleias partilhadas da Uber é "mais uma inovação na ilegalidade".

Os taxistas acabam de pedir reuniões de urgência com o diretor nacional da PSP, com representantes da polícia que fiscaliza o aeroporto da Portela e com a presidência do Instituto da Mobilidade e dos Transportes. O pedido foi feito na sequência do novo serviço de boleias partilhadas da Uber, anunciado esta quarta-feira.

“A Federação Portuguesa do Táxi acaba de pedir reuniões de urgência com o Diretor Nacional da Policia de Segurança Pública – PSP, com representantes da polícia que fiscaliza o Aeroporto Humberto Delgado e com a Presidência do Instituto da Mobilidade e dos Transportes”, refere a FPT, numa nota publicada na página oficial de Facebook, entretanto apagada.

Em causa, refere a mesma nota, está o novo serviço da Uber, que a federação considera ser “mais uma inovação na ilegalidade“.

O serviço UberPool vai estar disponível, em Lisboa, entre 4 e 13 de novembro, período que coincide com o Web Summit. Os taxistas também já prepararam a resposta ao Web Summit e vão garantir um reforço dos táxis neste período.

“A Cooptáxis já garantiu a parceria no acolhimento e transporte dos participantes Web Summit 2016, com a presença de balcões Cooptáxis nos principais locais do certame. Estes balcões vão ser controlados por operadores Cooptáxis munidos com tablets e intercomunicadores para que se consiga rapidez tecnológica na distribuição dos serviços”, refere a empresa, em nota divulgada no site.

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Centeno promete “reforço significativo” no orçamento do Metro

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2016

O ministro das Finanças garantiu esta quarta-feira que o Metropolitano de Lisboa terá um "reforço significativo" do seu orçamento para investimento, corrigindo parcialmente as dificuldades de 2016.

O Metropolitano de Lisboa vai ter um “reforço significativo” no seu orçamento para investimento, garantiu esta quarta-feira o ministro das Finanças, numa audição no Parlamento, perante as comissões de Orçamento e Finanças, e de Trabalho. Mário Centeno reconheceu que as verbas disponíveis para 2016 foram insuficientes.

“No âmbito do que era o programa de cedência da exploração do Metro, houve um desinvestimento muito significativo das infraestruturas”, disse Mário Centeno. “O Metro teve um orçamento de investimento para 2016 que não chegou”, assumiu o ministro. Mas “em 2017 essa situação vai ser parcialmente, tenho que dizer parcialmente porque temos um esforço que vai ter de ser continuado, recuperada”, prometeu.

O ministro respondia a questões colocadas pela deputada bloquista Mariana Mortágua, que quis saber detalhes sobre os orçamentos de algumas empresas públicas. A deputada questionou Mário Centeno também sobre a situação da Lusa e da RTP, contudo, as respostas foram mais vagas. O ministro disse apenas que “o serviço público que a Lusa presta terá um reforço adequado”, bem como a RTP, que no seu orçamento para investimento terá uma “repercussão suficiente para que não seja posta em causa a dimensão de serviço público”.

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Centeno cita Camões para dizer que a oposição está “cativa de uma tabela”

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2016

Mário Centeno explica-se esta quarta-feira no Parlamento sobre as tabelas que teve de somar ao debate do Orçamento do Estado para 2017. Os quadros apenas "reafirmam o que já sabíamos", diz.

“Aquela cativa, Que me tem cativo, Porque nela vivo, Já não quer que viva.” Ninguém diria, mas a citação de Camões faz parte de um debate parlamentar sobre contas públicas. Mário Centeno, ministro das Finanças, recorreu ao “génio” da literatura portuguesa na sua intervenção inicial. “A oposição está cativa de uma tabela”, acusou o governante.

Desde as 9 horas que Mário Centeno e os deputados das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças, e do Trabalho, debatem em torno de tabelas. Tabelas em contabilidade pública, que acrescentam informação face às tabelas em contabilidade nacional, as únicas que tinham sido incluídas, numa primeira instância, no relatório do Orçamento do Estado para 2016.

De um lado, o ministro das Finanças, que continua a defender que as novas tabelas servem de pouco: “O relatório do Orçamento do Estado continha toda a informação necessária a um debate detalhado”, garantiu, logo na intervenção inicial. “Apenas confirmam o esforço de rigor de equilíbrio orçamental”, sublinhou. Os números “continuarão a não agradar à oposição”, disse, “não há volta a dar-lhes”, rematou.

Do outro lado, arrancou Duarte Pacheco, deputado do PSD, que chamou “errata” às tabelas acrescentadas ao debate, com informação sobre a execução orçamental de 2016 e a forma como compara com a proposta para 2017. O social-democrata fez questão de recordar repetidamente que “a proposta de OE2017 tem o apoio do PS, BE e PCP” e acusou o Governo de “truques e meias-verdades, chico-espertices”, no Orçamento. “Não entregou uma pen vazia, mas só entregou parte da informação”, acusou.

E sobre os números? Afinal o que acrescentam?

Duarte Pacheco assegurou que mostram que o “défice só não é maior porque corta 350 milhões no investimento público face ao orçamentado”. Frisou os casos da Educação e da Saúde: no primeiro caso, a dotação proposta para 2017 fica aquém da execução de 2016; no segundo, o crescimento é de “1% face ao executado, longe do anunciado aumento de 3%”.

Já Mário Centeno diz que a oposição baralha contabilidade pública com nacional o que, na prática, só acrescenta confusão. E reafirma que o Governo corrigiu a suborçamentação que existia em 2015 nos programas da Educação e da Saúde.

Mais tarde, por entre os números, a literatura teimou em reaparecer. Desta vez, foi pela voz do deputado António Carlos Monteiro, do CDS, que também citou Camões, com o Perdigão Perdeu a pena. E declamou: “Quis voar a uma alta torre, Mas achou-se desasado; E, vendo-se depenado, De puro penado morre.”

Queria o deputado dizer que o Governo falhou no objetivo de acelerar a retoma da atividade económica. Mário Centeno recusou a conclusão do CDS e aproveitou para recuperar os dados do mercado de trabalho, que mostram a continuada descida da taxa de desemprego.

Ao longo da manhã, o debate foi oscilando entre os números das tabelas e os temas habituais do debate orçamental: pensões, combustíveis, fiscalidade, desigualdades. Mas no final, a conclusão foi a mesma que já tinha ressaltado da primeira audição de Mário Centeno, na semana passada: a oposição continua convencida de que o Governo estava a falhar uma disposição legal ao não apresentar os dados completos sobre a execução orçamental de 2016, enquanto o Governo desvalorizou a vantagem desses mesmos números.

(Notícia atualizada às 13h40)

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Gigantes petrolíferas juntam-se para… cortar as emissões de carbono

BP, Eni, Repsol, Saudi Aramco, Shell, Statoil e Total vão criar um fundo de investimento para reduzir poluição e apoiar energias renováveis.

Sete gigantes do setor petrolífero vão juntar-se e criar um fundo de investimento para desenvolver tecnologias que contribuam para a redução das emissões de carbono e para a promoção das energias renováveis. A notícia é avançada, esta quarta-feira, pela Reuters.

Segundo a agência financeira, os presidentes executivos da BP, Eni, Repsol, Saudi Aramco, Shell, Statoil e Total vão anunciar, na sexta-feira, os detalhes deste fundo, bem como outros passos para reduzir a emissão de gases poluentes.

O anúncio será feito numa altura em que o setor enfrenta grande pressão para tomar medidas para combater o aquecimento global. Aliás, o anúncio será feito no dia em que entra em vigor o Acordo de Paris — o tratado assinado por 195 países e com o qual se pretende acelerar a resposta global às mudanças climáticas.

Na sexta-feira, os responsáveis irão esclarecer como é que o fundo de investimento irá apoiar o desenvolvimento de tecnologias para reduzir as emissões e aumentar a eficiência dos motores. Ao mesmo tempo, o fundo irá financiar tecnologias que contribuam para reduzir os custos de captação e armazenamento de carbono.

As petrolíferas deverão, ainda, começar uma nova fase do plano para reduzir as emissões do setor, sobretudo através da redução da queima de gás excessivo e da imposição de limites à libertação de metano.

O grupo de sete petrolíferas pertence à Oil and Gas Climate Inicitive (OGCI), iniciativa criada em 2014 com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) que conta com 11 empresas que respondem por 20% da produção de petróleo e gás.

Não são só as petrolíferas que estão debaixo de fogo. Ainda em setembro, a indústria da aviação decidiu apoiar uma proposta da ONU para limitar os gases poluentes emitidos pelos aviões em voos internacionais, num plano que pode implicar um custo anual de 21,3 mil milhões de euros.

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Desemprego na Alemanha em mínimos desde a reunificação

Motor da economia da Zona Euro continua a dar sinais positivos. Desemprego caiu para 6%, o nível mais baixo desde a reunificação alemã, em 1990.

Desde a reunificação alemã, em 1990, que o desemprego na Alemanha não estava tão baixo. De acordo com os dados revelados esta quarta-feira pela Agência Federal do Trabalho alemã, a taxa de desemprego caiu em outubro para 6%, um nível que os analistas não estavam à espera. São bons sinais que a maior economia da Zona Euro dá à região.

“O mercado de trabalho evoluiu no sentido positivo em outubro”, referiu Frank-Jürgen Weise, presidente da agência, num comunicado citado pela Bloomberg. “O desemprego caiu de forma acentuada no arranque do outono, o emprego cresceu outra vez e a procura por novos trabalhadores continuou a aumentar“, resumiu aquele responsável.

O número de pessoas sem trabalho caiu em termos ajustados da sazonalidade em 13 mil para os 2,662 milhões em outubro. Os economistas sondados pela Bloomberg não antecipam uma queda tão acentuada, projetando uma redução em apenas 1.000.

"O mercado de trabalho evoluiu no sentido positivo em outubro. O desemprego caiu de forma acentuada no arranque do outono, o emprego cresceu outra vez e a procura por novos trabalhadores continuou a aumentar.”

Frank-Jürgen Weise

Agência Federal do Trabalho

Além do mercado laboral, outros indicadores como os da produção manufatureira e confiança dos negócios sugerem que o motor do Euro está prestes a arrancar no último trimestre do ano, depois de alguma incerteza com o voto do Reino Unido no sentido de abandonar a União Europeia e do abrandamento da procura global ter arrefecido a economia no terceiro trimestre.

“Estes números tendem a ser muito voláteis, mas a tendência é importante. Mostram que o desemprego está a cair de forma sólida enquanto o emprego cresce, o que é um desenvolvimento favorável para a procura doméstica e para o ciclo económico alemão”, comentava o economista Jens Kramer, do Nord Lb, à Bloomberg.

Na região ocidental da Alemanha, o número de desempregados caiu em 6.000, enquanto na região oriental a queda observada situou-se nos cerca de 8.000.

Segundo o Bundesbank, a tendência económica no país foi positiva no mês passado. O banco central alemão sinalizou o aumento das exportações e da confiança dos empresários como fatores que vão impulsionar a atividade económica nos próximos meses.

A produção da indústria transformadora alemã cresceu ao ritmo mais elevado em três anos no passado mês, segundo os dados da IHS Markit revelados esta quarta-feira, com as empresas a contratarem mais pessoal, numa resposta ao aumento da procura sobretudo da parte dos EUA e da Ásia.

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