Subida dos juros é um “movimento temporário”
Ricardo Mourinho Félix diz que a subida da taxa a 10 anos para cima dos 4% é um movimento nos mercados e tem a ver com a pressão provocada por Itália.
O secretário de Estado Adjunto do Tesouro e Finanças, Mourinho Félix, disse hoje em Leiria estar convicto de que a subida dos juros da dívida portuguesa, registada esta tarde, é um “movimento temporário relacionado com uma situação específica”.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos voltaram a subir acima dos 4%, depois de terem recuado no início da sessão para abaixo dessa barreira, numa tendência altista também verificada nos juros a dois e a cinco anos, pelas 16:30 (hora de Lisboa).
“O Governo está a avaliar a situação. É uma questão que acompanhamos desde há muito tempo. Está a traduzir um movimento nos mercados e tem a ver com a pressão, nomeadamente relacionada com a questão de Itália. As autoridades europeias também estão a acompanhar e agirão em conformidade”, disse Ricardo Mourinho Félix à agência Lusa, à margem do Fórum Cidadania, organizado pela concelhia de Leiria do Partido Socialista.
O secretário de Estado salientou que é necessário “continuar a política que tem sido feita” e lembrou que “em março será anunciada” a saída do procedimento de défice excessivo”.
Segundo Ricardo Félix Mourinho, o Governo tem mantido conversações com os investidores, a quem vai “continuar a passar informação”, como a “boa notícia da descida do desemprego, que continua a descer”.
"A informação que tem da parte da economia em relação ao quarto trimestre do ano passado “é bastante positiva”, o que “contribuirá para que a visão dos investidores e das agências de rating venha a ser alterada ao longo de 2017.”
“O que temos em perspetiva para o ano de 2017 é a continuação de uma política responsável e a continuação do crescimento do emprego”, acrescentou.
O governante referiu ainda que a informação que tem da parte da economia em relação ao quarto trimestre do ano passado “é bastante positiva”, o que “contribuirá para que a visão dos investidores e das agências de rating venha a ser alterada ao longo de 2017″.
“Temos a noção de que os mercados durante um período longo do mês de dezembro têm baixa liquidez, o que propicia, muitas vezes, movimentos desde género. Mas não desvalorizamos os movimentos que estão a acontecer”, frisou.
Confrontado sobre se esta subida dos juros da dívida de longo prazo poderá levar a uma revisão em baixa do rating atribuído pela canadiana DBRS, a única agência que coloca Portugal fora do “lixo”, Ricardo Mourinho Félix afirmou que o Governo está a trabalhar “para que três das quatro agências de rating retirem da situação de investimento especulativo para uma situação de país de investimento, para que possa entrar nos índices e beneficiar de maior investimento da parte dos diversos investidores internacionais”.
O secretário de Estado considerou ainda que o trabalho que está a ser desenvolvido “deixa a economia portuguesa numa situação melhor”.
No entanto, alertou que “os mercados têm movimentos que não são determinados única e exclusivamente por aquilo que é feito em Portugal e nem tudo o que acontece – ou a maior parte do que acontece – em Portugal depende da economia portuguesa”. O Governo tem “uma influência, mas não controla”, concluiu.
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