Ameaças de Trump dão resultado: fábricas investem nos EUA
As respostas das empresas instaladas nos EUA às ameaças de Donald Trump têm sido positivas para o próximo presidente. As fabricantes de automóveis têm recuado e decidido fazer investimentos no país.
O setor automóvel está no centro da política norte-americana com a chegada de Donald Trump a presidente dos EUA a acontecer esta sexta-feira com a tomada de posse. BMW, General Motors, Ford, Fiat, Toyota, … são muitas as empresas já ameaçadas por Trump e que ou recuaram na intenção de sair do país ou anunciaram investimentos.
O último caso é o da General Motors que anunciou esta segunda-feira um investimento total de mil milhões, segundo a Bloomberg. Esta decisão surge no seguimento das críticas que Donald Trump tem vindo a fazer às empresas que importam do México ou fabricam os carros lá, ameaçando até com um imposto especial de 35% para as importações do México.
Com este investimento de 1.000 milhões, a empresa prevê adicionar ou reter mais mil empregos nas fábricas existentes, apesar de ainda não se saber exatamente quais. Um responsável da General Motors, Craig Glidden, rejeitou que este anúncio é o resultado das pressões de Trump.
Contudo, é evidente a pressão que o próximo presidente dos EUA faz e tem sido visível também que tem tido resultados. Na passada quarta-feira, Trump não esteve com rodeios na sua primeira conferência de imprensa: “Espero que a General Motors siga o exemplo [da Fiat e da Ford] e acho que vai ser isso que vai acontecer”, afirmou aos jornalistas.
Mas esta mudança não é ingénua. A Bloomberg escreve que as empresas querem, em contrapartida, aproveitar a desregulamentação que Donald Trump quer levar a cabo. Além disso, as fabricantes de automóveis esperam conseguir impostos sobre o rendimento mais baixos, beneficiando das políticas expansionistas da próxima administração.
“Este é o curso normal de um negócio”, considera um consultor independente da indústria automóvel de Stamford. Maryann Keller explica que o que as empresas estão a fazer é “anunciar investimentos que iriam fazer de qualquer outra forma”.
O orçamento da General Motors ascende aos nove mil milhões de dólares por ano. Apesar de ter anunciado investimentos na casa dos 2,9 mil milhões, a empresa foi atacada por Donald Trump por importar alguns Chevrolet Cruze do México. Além disso, a empresa anunciou que cerca de 3.300 trabalhadores vão ter de deixar a empresa.
Fabricantes alemães
Em entrevista ao jornal Bild, Trump criticou os fabricantes de automóveis alemães, como a BMW, Daimler e Volkswagen por não produzirem mais veículos em solo norte-americano: “Se querem fabricar carros no mundo, desejo-vos o melhor. Podem construí-los para os EUA, mas por cada automóvel que entrar nos EUA vão pagar uma taxa de 35%”, afirmou.
Ford
A razão para a Ford ter cancelado a construção de uma fábrica no México, um investimento de 1,6 mil milhões de dólares? A Ford diz que foi a queda da procura, mas Trump terá tido influência. Em alternativa, a empresa norte-americana de automóveis anunciou que optou por investir em 700 milhões de dólares na instalação de uma unidade fabril no Estado do Michigan, garantindo diretamente a criação de 700 empregos.
Fiat
A fabricante de automóveis comprometeu-se a investir mil milhões para que os novos jipes da marca sejam construídos nos EUA. Além isso, a empresa decidiu tirar do México a produção de um modelo, transferindo-o para a fábrica de Michigan. Esta foi apenas mais uma vitória de Donald Trump, que continua confiante no regresso às origens de muitas indústrias.
Toyota
A Toyota vai aplicar a maior parte do novo investimento de 10 mil milhões de dólares na modernização das fábricas da marca. O valor vai ser investido nos Estados Unidos da América durante os próximos cinco anos, garantiram os gestores. A Toyota, a maior construtora automóvel do mundo, empresa 40.000 pessoas nos Estados Unidos, 5.000 das quais foram contratadas nos últimos cinco anos.
Editado por Paulo Moutinho
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