Brexit à vista: HSBC pode transferir operações de Londres para Paris
Numa entrevista à Bloomberg, Stuart Gulliver, líder do HSBC, admitiu transferir para Paris algumas operações comerciais com sede em Londres e que perfazem 20% do total de receitas do banco.
De Londres para Paris. O HSBC pode transferir para a capital francesa algumas das operações comerciais com sede no Reino Unido e que, no total, estão na origem de 20% das receitas do banco. Quem o disse foi Stuart Gulliver, presidente executivo da instituição bancária, em entrevista à agência Bloomberg.
“Atividades especialmente cobertas por legislação da União Europeia podem ser movidas e, olhando para os nossos números, isso é cerca de 20% das receitas”, disse Gulliver. As operações em causa estão relacionadas com a atividade bancária e de mercados da companhia e, na origem da decisão, está o referendo britânico que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Esta terça-feira, a primeira-ministra britânica explicou os termos em que espera desencadear o Brexit, assumindo a intenção de desvincular o país do mercado único europeu e submeter os procedimentos à aprovação final do Parlamento. O HSBC é considerado um dos bancos mais globalizados do mundo, refere a Bloomberg. Sobre isso, o presidente disse que vai “proceder com cautela”.
“Independentemente do Brexit, Londres continuará a ser um centro financeiro global e o impacto nas receitas será mitigado em dois a três anos”, indicou o presidente executivo. Operações de derivados poderão ter de abandonar Londres mas o banco não terá intenções de transferir outras áreas de negócio, nomeadamente as de negociação de obrigações e ações. Outro pormenor sensível a que o banco vai estar atento será o das autorizações de trabalho: só em Londres o HSBC emprega cerca de 2100 cidadãos europeus, indica a Bloomberg.
Por fim, na entrevista, Stuart Gulliver referiu que não prevê que haja uma guerra comercial entre os Estados Unidos de Donald Trump e a China, cujo presidente, Xi Jinping, esteve esta terça-feira em Davos, no Fórum Económico Mundial, para falar de globalização. No entanto, o líder do HSBC assumiu que, a acontecer, “seria claramente negativa” para a atividade do banco.
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