Melhor ano de sempre para o turismo português
2016 foi bastante positivo para o setor do turismo nacional, com o mês de novembro a ser especialmente vantajoso, em grande parte devido à Web Summit.
Portugal teve um ano recorde no turismo. Os resultados preliminares do ano de 2016, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam um forte crescimento no número de estadias e de dormidas, mais de estrangeiros que de portugueses. E o mês de novembro foi a cereja no topo do bolo, muito devido à Web Summit.
Os estabelecimentos hoteleiros registaram um total de 19,1 milhões de hóspedes e 53,5 milhões de dormidas, aumentos de 9,8% e 9,6% em relação a 2015. O mercado interno contribuiu para este valor com 15,2 milhões de dormidas (crescimento de 5,2% face ao ano anterior) e os mercados externos com 38,3 milhões (aumento de 11,4%). Só os hóspedes estrangeiros representaram 71,5% do total das dormidas, um valor que também cresceu em relação aos 70,4% em 2015.
“Os números são muito satisfatórios, porque demonstram que é possível que a atividade turística seja mais sustentável ao longo do ano e do território”, disse a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, à Lusa. Os proveitos totais também aumentaram (17%) e os de aposento igualmente (18%), ultrapassando o crescimento verificado em 2015 (de 13% e 14,7%).
Dormidas de não residentes com aumentos expressivos
As dormidas de residentes em Portugal (901,5 mil no total) aumentaram 5,0% em dezembro, em linha com o mês anterior (em que já tinham crescido 5,3%). Os mercados externos apresentaram um comportamento ainda mais dinâmico, com um aumento de 14,8% em dezembro (1,6 milhões de dormidas), apenas superado pelos valores registados em novembro (19,2%), março (22,6%) e fevereiro (17,4%)
É importante referir que destes três meses, dois foram especiais pelos eventos decorridos neles. Em março, e apesar de a Páscoa de 2016 ter registado valores mais baixos a nível de mercados externos que a de 2015, ainda trouxe bastantes estrangeiros a Portugal. Quanto a novembro, foi o mês em que Lisboa acolheu a Web Summit e o expoente do turismo do ano anterior que veio com ela.
No conjunto do ano de 2016, o mercado interno proporcionou 15,2 milhões de dormidas (5,2% que em 2015). Este aumento é próximo ao que já se tinha registado em 2015 em relação a 2014 (de mais 5,1%). Os mercados externos aceleraram de 7,1% em 2015 para 11,4% em 2016, correspondendo a 53,5 milhões de dormidas em 2016 e assegurando um acréscimo de 3,9 milhões de dormidas face ao ano precedente.
Os principais mercados de onde vêm os turistas estrangeiros
No total das dormidas em unidades hoteleiras de não residentes, 82,9% corresponderam aos turistas provenientes dos treze principais mercados emissores: Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Brasil, Estados Unidos, Polónia, Holanda, Irlanda, Suíça, Suécia e Itália.
As dormidas de hóspedes do Reino Unido representaram 18,9% do total de não residentes e cresceram 9,8% (tinha sido 9,5% em 2015). Já os nuestros hermanos vieram dormir mais a este lado da fronteira. Em 2016, o mercado espanhol apresentou um crescimento de 8,2%, bem superior ao de 2015 (3,0%).
A Alemanha foi responsável por 13,3% do total de dormidas de não residentes. A França manteve os seus 8,5% da quota total dos estrangeiros (e acelerou notoriamente em relação a 2015: mais 18,0% em 2016 do que os 10,9% do ano anterior). E, em termos anuais, salientaram-se ainda as evoluções dos mercados norte-americano e polaco (mais 20,8% e 20,1%, respetivamente), enquanto os mercados brasileiro e holandês refletiram aumentos de 13,7% e 13,4%, respetivamente. Também os irlandeses e os suíços procuraram mais o nosso país: as dormidas de hóspedes da Irlanda cresceram 11,1% e da Suíça 15,2%. A Suécia foi, de entre os treze principais, o país com o aumento menos expressivo em 2016 (apenas mais 5,1%).
Do norte ao sul e às ilhas: mais dormidas em todo o lado
No conjunto do ano de 2016, as dormidas aumentaram em todas as regiões, com destaque para os Açores (+21,1%; tinha sido +19,8% em 2015), Norte (+12,8%; +13,0% no ano precedente) e Alentejo (+10,8%; +10,2% em 2015). Nas três principais regiões turísticas, os aumentos de dormidas totais em 2016 superaram os de 2015, tendo sido de 9,0% no Algarve (+2,7% em 2015), 7,2% na Área Metropolitana de Lisboa (+6,4% no ano precedente) e 9,8% na Madeira (+6,2% em 2015).
Os estrangeiros que vieram passar uma ou mais noites ao nosso país, escolheram principalmente as regiões do Norte (+25,3%), o Centro (+18,8%), Algarve (+16,3%) e Área Metropolitana de Lisboa (+14,6%). Recorde-se que em novembro o crescimento, nesta última região, das dormidas de não residentes atingiu 21,5%, refletindo o êxtase pela Web Summit. Nos Açores houve um acréscimo das dormidas de estrangeiros (+3,8%) e no Alentejo um decréscimo de 7,5%.
Em 2016, o acréscimo de dormidas face a 2015 totalizou 4,7 milhões de euros, com os contributos principais do Algarve (31,9% do aumento de dormidas), Área Metropolitana de Lisboa (18,9%), Norte (16,8%) e Madeira (14,0%).
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