Haitong: “Dividendo da Jerónimo Martins deve ser bem recebido pelos investidores”
Banco baixou perspetivas para a evolução dos resultados da Jerónimo Martins, pressionada pelo negócio na Colômbia. Reduziu o preço-alvo para o título e não prevê potencial de valorização.
Os resultados do último trimestre da Jerónimo Martins JMT 0,00% ficaram em linha com o esperado pelo Haitong, que adianta que o bom desempenho da polaca Biedronka compensou uma performance aquém do esperado em Portugal. Ainda assim, as perdas maiores do que o esperado na Ara, a operação de retalho na Colômbia, levam o banco de investimento a baixar as perspetivas para a evolução dos resultados da retalhista portuguesa até 2020. Situação que o mercado deverá ultrapassar já que o dividendo de 0,605 euros por ação “deverá ser bem recebido pelos investidores”. Em todo o caso, o preço-alvo atribuído à Jerónimo Martins foi revisto em baixa, dos 16,8 euros para os 16,20 euros.
“A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores”, nota o analista Filipe Rosa, justificando a redução em 6% das estimativas para o lucro nos próximos quatro anos devido às maiores perdas na Ara, ao decréscimo da margem na Biedronka em face das pressões altistas sobre os salários na Polónia.
A Jerónimo Martins registou lucros de 593 milhões de euros em 2016, resultado que representa um aumento de 78% face ao ano anterior, mas que fica aquém das expectativas dos analistas, que antecipavam lucros superiores a 600 milhões. A contribuir para esta subida do resultado líquido esteve sobretudo a venda da Monterroio à família Soares dos Santos, por 310 milhões de euros, o que resultou numa mais-valia de 75 milhões.
As menores projeções para a Biedronka levaram o Haitong a cortar o preço-alvo para os títulos da Jerónimo Martins, dos 16,8 euros para os 16,2 euros, não prevendo qualquer cenário de valorização para a cotação da ação face ao valor de fecho desta quarta-feira. Já a recomendação “neutral” manteve-se.
"A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores.”
“No lado da avaliação, estimativas mais baixas para a Biedronka levaram a uma queda de 0,6 euros no nosso preço-alvo para os 16,2 euros. As ações cresceram 11% desde o início do ano, contra um desempenho flat do índice de retalho europeu, e poderá haver lugar a alguma tomada de mais-valias em função do outlook mais soft da Jerónimo Martins”, explica o ex-Besi.
Ainda assim, o Haitong considera que “no médio prazo as ações vão continuar bem suportadas pela atrativa combinação de um lucro por ação elevado e visível com uma liderança no setor no que toca a dividendos“.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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