A nuvem da independência escocesa afunda a libra
Valor da libra desce em relação ao euro e ao dólar sob a ameaça de um novo referendo pela independência da Escócia, no seguimento do Brexit.
A independência da Escócia continua a pairar como uma nuvem de mau agoiro sobre o governo de Theresa May, que já tem bastante com que se preocupar na preparação do Brexit. A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon veio ameaçar que pode levar em frente um novo referendo sobre a permanência no Reino Unido, pesando na moeda britânica.
A moeda britânica caiu 0,38% para 1,2415 dólares, estando a ceder 0,56% face ao euro (para 1,1731 euros). Isto aconteceu na sequência de o jornal The Times ter citado fontes do governo britânico que garantiram que Theresa May se estava a preparar para aceitar um novo voto dos escoceses, mas só depois de o Reino Unido sair da União Europeia.
A Câmara dos Lordes começa esta segunda-feira uma longa análise da lei que autorizaria May a dar início à retirada do Reino Unido do bloco europeu, e se Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa, quiser pedir um novo referendo, este pode vir a realizar-se no verão de 2018, ou seja, precisamente a meio das negociações britânicas com a UE.
É já no próximo mês que tem início o processo de saída formal do Reino Unido da União Europeia e, segundo o jornal The Scotsman, Theresa May pode rejeitar o pedido do segundo referendo escocês. Aliás, já no dia 8 deste mês uma porta-voz da primeira-ministra tinha vindo mostrar-se contra uma segunda ronda na opinião dos escoceses: “Já houve um (referendo). Foi claro, decisivo, legal e ambos os lados acordaram aceitar os resultados”. Referia-se à votação de 2014 em que 55% dos escoceses votaram a favor da manutenção da Escócia no Reino Unido, contra 45% que votaram a favor da saída.
No entanto, esse novo referendo ainda pode chegar a acontecer. “Uma tal decisão poderia causar uma crise constitucional”, avisa o The Scotsman. O jornal refere que alguns ministros têm vindo a ser avisados de que se May concordar com o referendo, então arrisca quebrar o Reino Unido devido a um “atirar a moeda ao ar” em que tanto pode sair independência ou permanência na União Europeia.
De notar que em janeiro, o Supremo Tribunal britânico tinha chegado à conclusão de que, ainda que May tenha tido de se submeter ao parlamento britânico para avançar com o Brexit, os outros parlamentos, da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, não teriam de ser consultados para a decisão.
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