Montepio vai ter de mudar de marca
Félix Morgado garante que não precisa da associação mutualista para reforçar a solidez mas, se houver problema, esta tem "património mais do que suficiente". E vem aí uma mudança de marca.
A Caixa Económica Montepio Geral vai ter de mudar de nome, já que o Banco de Portugal exige a separação de marcas com a associação mutualista. “Parece mais provável que a adaptação seja feita ao nível da caixa económica”, afirmou o presidente da Caixa Económica Montepio Geral ao Jornal de Negócios (acesso pago).
Questionado acerca da dependência da caixa económica face à associação, Félix Morgado responde que “a casa-mãe e tem todo o capital da caixa económica” e “não toma títulos de dívida da caixa económica”. José Félix Morgado garantiu, assim, que a Caixa Económica “não tem qualquer crédito concedido à associação mutualista”.
“Aliás, a Caixa Económica tem vindo é a amortizar esses títulos. Nem a Associação Mutualista, neste momento, compra ativos à Caixa Económica. É uma relação correta entre o detentor do capital, que deve definir as orientações estratégicas, e a relação institucional e de governo que tem de acontecer”, acrescenta.
O presidente da Caixa Económica diz que não sabe se a exigência de solidez passou de 10% para 11% em julho porque ainda não recebeu a decisão final do Banco de Portugal (BdP) mas declara que a decisão preliminar “não aponta” nesse sentido e que “as indicações do BdP a partir deste ano são de capital total e não de core tier 1”.
O eventual pedido de 150 milhões de euros à mutualista para a solidez “não é tema em cima da mesa” porque “as medidas, o desempenho e a perspetiva de desempenho da caixa económica apontam nesse sentido”, diz ainda.
Além disso, se houver algum problema, a “a associação tem um património mais do que suficiente para poder acorrer, se houver necessidades pontuais de capital da caixa económica”, defende. Se tal não for possível, Félix Morgado não antecipa a abertura de capital a outros investidores.
“Olhando para o balanço”, Félix Morgado não consegue “identificar onde é que estão as fragilidades financeiras da associação mutualista”, adiantando ainda que não viu o alerta da KPMG, que apontava para capitais próprios negativos de 107 milhões de euros em 2015.
Sobre a anterior gestão, o líder da Caixa Económica adianta que “quem toma as decisões de crédito toma-as sempre na convicção de que está a fazer um bom negócio”.
Além disso, a Caixa Económica “já superou” as fragilidades a nível de controlo interno, gestão de risco e combate ao branqueamento de capitais, identificadas pelo BdP em 2014. Os alertas da carta enviada em janeiro estão desatualizados; referem-se a 2015 e não 2016, diz.
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