Banco de Portugal analisa operação do Montepio para melhorar contas
Operação foi feita na véspera da apresentação de contas do terceiro trimestre mas acabou por ser vetada.
A operação financeira que a administração do Montepio tentou montar em 2016 para ‘maquilhar’ as contas está a ser analisada pelo Banco de Portugal, noticia este sábado o Expresso (acesso pago).
A operação, que envolvia uma participação na empresa de minas I’m Mining, foi feita na véspera da apresentação de contas do terceiro trimestre mas acabou por ser travada pelo Conselho Geral e de Supervisão do banco, depois de questionada pelo auditor (KPMG), indica o semanário.
Com a venda dos 19% que o Montepio tinha na I’m Mining — controlada pelos irmãos Jorge e Carlos Martins, da Martifer — à Vogais Dinâmica (criada para o efeito), era esperada uma mais-valia de 24 milhões de euros através da valorização daquela empresa de 360 milhões para 492 milhões de euros. Este movimento permitiu aumentar o valor da participação do banco de 69 milhões para 93 milhões de euros, posição que seria comprada pelas Vogais Dinâmica (de Jorge e Carlos Martins), a sua holding IM e o Montepio.
Os contornos da operação ainda não estão esclarecidos, até porque ainda não foram apresentadas as contas de 2016.
Ao Expresso, o Banco de Portugal diz que “não se pronuncia sobre instituições financeiras individualmente”, acrescentando que “analisa todas as operações relevantes para a atividade de uma instituição financeira e retira as devidas conclusões para o processo de supervisão”. Não esclarece no entanto se abriu algum processo de investigação ou se o procedimento é suscetível de levantar questões de idoneidade a Félix Morgado e aos administradores intervenientes na operação: João Neves e João Lopes Raimundo.
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