Sem compromisso negocial, FESAP também convoca greve
No dia em que os sindicatos afetos à CGTP convocaram uma greve geral da Administração Pública para 26 de maio, a FESAP, da UGT, relembra que também está disposta a fazê-lo.
Se o Governo assinar um compromisso negocial com os sindicatos, poderá evitar que a FESAP convoque greve geral, anunciou esta quarta-feira essa federação sindical, afeta à UGT, no mesmo dia em que a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), ligada à CGTP, convocou greve para 26 de maio.
“A FESAP propôs”, na reunião de ontem com a secretária de Estado da Administração Pública Carolina Ferra, “que seja assumido e assinado um novo compromisso negocial, evitando assim que os trabalhadores se vejam forçados a enveredar por formas de luta mais duras como as que foram aprovadas no recentemente realizado XIII Congresso da UGT, as quais incluem a realização de uma Greve Geral da Administração Pública”, lê-se no comunicado enviado pela FESAP às redações.
Uma moção de urgência aprovada pela FESAP no congresso da UGT, a 25 e 26 de março, promete a realização de uma greve geral se não houver um calendário negocial que preveja oito temas:
- O descongelamento das carreiras e das progressões, agendado no Orçamento do Estado para 2016 para começar a partir de 2018;
- A resolução dos problemas de precariedade na Administração Pública;
- A revisão do regime de avaliação SIADAP;
- A revisão do Acordo Coletivo de Carreiras Gerais;
- A Tabela Remuneratória Única;
- A política de admissões na Administração Pública;
- A ADSE “enquanto sistema mais aberto”;
- A despenalização das longas carreiras contributivas.
A FNSTFPS, quando anunciou a convocação de greve geral da administração pública para 26 de maio, disse exigir aumentos e 35 horas de trabalho semanal para todos, visto que ainda existem alguns funcionários que, por terem um enquadramento contratual diferente, não têm acesso a este novo regime, assim como aumentos salariais, sem esperar pelo Orçamento do Estado para 2018.
“Os trabalhadores não podem ver a sua vida parada à espera que o Governo cumpra o seu programa, quando sabemos que há dinheiro porque o país, segundo as opiniões e as estatísticas, está a viver melhor”, afirmou a dirigente sindical Ana Avoila, citada pela Lusa. “Achamos que há dinheiro para resolver já alguns problemas”.
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