Bruxelas coloca fatura do Brexit nos 100 mil milhões de euros
A União Europeia, impulsionada pela França e pela Alemanha, terá endurecido a posição e reviu os cálculos inicias para os 100 mil milhões de euros.
A União Europeia reviu os cálculos iniciais e terá elevado a “fatura” do Brexit para os 100 mil milhões de euros. O Financial Times (acesso pago) escreve na edição desta quarta-feira que as medidas mais rigorosas estarão a ser impulsionadas pela França e pela Alemanha.
Ainda segundo aquela publicação, na sequência de pedidos de vários Estados-Membros, os negociadores da UE reviram os cálculos iniciais tendo em vista maximizar as responsabilidades que a Grã-Bretanha deve cobrir, incluindo pagamentos agrícolas pós-Brexit e taxas de administração da UE em 2019 e 2020.
Isto apesar de nas próximas décadas a fatura liquida da Grã-Bretanha ser inferior à liquidação antecipada de 100 mil milhões de euros. A abordagem mais rigorosa das obrigações pendentes da Grã-Bretanha aumenta de forma significativa a estimativa de Jean-Claude Junker, presidente da Comissão Europeia, que apontava para uma estimativa de 60 mil milhões de euros.
Estas medidas mais rigorosas refletem a posição, cada vez mais rígida de muitos estados membros da UE, que deixaram muito cedo de ter reservas ao cálculo dos riscos políticos acumulados nas exigências que ajudarão a conter um buraco financeiro relacionado com o Brexit no orçamento comum do bloco comunitário.
Paris e Varsóvia têm pressionado no sentido de serem incluídos pagamentos agrícolas anuais pós Brexit. Já Berlim está contra conceder-se à Grã-Bretanha uma parte dos ativos da UE.
As estimativas do projeto Brexit variam bastante na medida em que há ainda muitas incertezas a começar pela própria data de saída da Grã-Bretanha da UE, da parcela adequada de contribuições e receitas do Reino Unido, bem como do desconto orçamental ou das despesas de investimento da UE.
Aliás, são estes custos pesados que tornam difícil um Brexit suave. Os alarmes dentro da União Europeia terão tocado após o jantar entre Theresa May e Junker e onde esta terá rejeitado a ideia de um custo de saída. Para May, quaisquer termos financeiros estariam vinculados à obtenção de um acordo comercial até 2019.
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