Petróleo recua 2% para mínimos de sete meses
A subida do output da matéria-prima na Líbia e o aumento dos volumes de combustível armazenados no mar pressionam as cotações do petróleo.
A cotação do petróleo segue sob forte pressão nos mercados internacionais. O preço do barril da matéria-prima desliza em torno de 2%, tanto em Nova Iorque como em Londres, para atingir novos mínimos de sete meses. Esta desvalorização surge no seguimento do aumento da produção na Líbia e numa altura em que se regista uma subida dos volumes de combustível armazenados em navios no mar.
O preço do barril do brent negociado no mercado londrino desliza 2,07%, para os 45,94 dólares, o que corresponde à fasquia mais baixa desde 29 de novembro do ano passado. Já a cotação do crude transacionado em Nova Iorque desvaloriza 2,22%, para os 43,22 dólares, até mínimos de 14 de novembro. Ou seja, para níveis anteriores aos do acordo dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) celebrado no final de novembro de 2016, e que visava encontrar um reequilíbrio no mercado petrolífero mundial, perante o excesso de oferta.
Evolução do brent nos últimos sete meses
Fonte: Bloomberg
A quebra do preço do “ouro negro” acontece numa altura em que a Líbia está a bombear petróleo ao nível mais elevado dos últimos quatro anos, depois de um acordo com a Wintershall (o maior produtor ativo de petróleo germânico) ter permitido que pelo menos dois campos de produção tivessem retomado a atividade. Ou seja, um movimento contrário face aquele que é o objetivo da OPEP de colocar um travão à produção de petróleo.
A contribuir ainda para essa desvalorização está também o incremento do petróleo armazenado em navios tanque que, de acordo com empresa de pesquisa Kpler atingiu um máximo de 2017 ao ascender a 111,9 milhões de barris no início deste mês de junho.
" Os produtores estão a usar uma pressão moral, mas esta parece que está a cair em saco roto, por agora.”
“Atualmente há pouco suporte [para os preços do petróleo] à luz dos recentes desenvolvimentos do lado da oferta, incluindo a retoma da produção na Líbia, mais um aumento da contagem de plataformas nos EUA e um relatório que mostra um novo aumento do armazenamento na Bacia do Atlântico”, afirmou Harry Tchilinguirian, responsável pela estratégia de investimento em commodities do BNP Paribas, citado pela Bloomberg. “Os produtores estão a usar uma pressão moral, mas esta parece que está a cair em saco roto, por agora”, acrescentou o mesmo especialista.
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