Incêndios: Governo e autarcas reúnem-se esta manhã
O Governo reúne-se com os presidentes de Câmara dos concelhos afetados pelos incêndios que em junho destruíram milhares de hectares na zona centro. Cerca de 40 empresas precisam de ajuda rápida.
O Governo reúne-se na segunda-feira, em Figueiró dos Vinhos, com os presidentes de câmara dos concelhos afetados pelos incêndios que em junho destruíram milhares de hectares na zona Centro de Portugal, apresentando nessa ocasião medidas para reparação de danos.
“O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, reúne-se, dia 03 de julho (segunda-feira), às 10:30, nos Paços do Concelho de Figueiró dos Vinhos, com os presidentes das câmaras de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra, Góis, Sertã e Penela”, refere o Ministério do Planeamento e Infraestruturas num comunicado hoje divulgado.
De acordo com a tutela, na reunião “será apresentado o inventário dos danos causados pelos incêndios de junho nestes sete concelhos, assim como o Plano de Ação contemplando as medidas para a reparação desses danos”.
No comunicado, o Governo adianta que ficaram destruídas 169 casas de primeira habitação, 205 de segunda e 117 devolutas. Além disso, foram contabilizadas 48 empresas afetadas e 372 trabalhadores com empregos afetados.
A inventariação dos danos “foi realizada por equipas multidisciplinares, integrando representantes dos municípios e técnicos de diversos departamentos da Administração Pública, nas áreas da habitação, infraestruturas e equipamentos, florestas e agricultura, atividade económica (indústria, turismo, serviços), proteção civil e segurança social”.
Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, cerca de 40 empresas precisam de ajuda rápida. Em declarações à TSF, o responsável disse que “existem empresas muito afetadas e com um nível de destruição muito grande onde é preciso encontrar forma de repor rapidamente a sua capacidade produtiva”.
São necessárias “soluções para a reinstalação de equipamentos para que comecem a produzir o mais rápido possível”, defende Nelson de Souza, lembrando que para este “renascimento” são esperadas ajudas da União Europeia.
Ao nível das habitações, as respostas rápidas passam por “repor coberturas e telhados” para que as populações possam regressar a casa, mas também operações de limpeza. O secretário de Estado recusou-se a avançar valores, mas garante que o Orçamento de Estado vai estar entre as fontes de financiamento.
Os incêndios que lavraram na região Centro, durante uma semana, na segunda quinzena de junho, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
A área destruída por estes incêndios – iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra – corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
O incêndio de Góis, que também começou no dia 17 de junho, atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais.
Artigo atualizado às 8:31 com as declarações de Nelson Souza à TSF
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