Entidade avaliadora do SIRESP não reunia há dois anos
O conselho de utilizadores do sistema de comunicações de emergência deveria avaliar regularmente a saúde do SIRESP, mas não há uma reunião há pelo menos dois anos.
O conselho de utilizadores do SIRESP, responsável por avaliar o estado deste sistema de comunicações de emergência, não reúne há pelo menos dois anos, segundo noticia esta segunda-feira a TSF. As reuniões deveriam acontecer de três em três meses, de acordo com a lei.
A última reunião há muito mais do que esses três anos, disse à TSF fonte desse conselho de segurança — a rádio avança que terão passado pelo menos dois anos.
O SIRESP, sistema de comunicações de emergência criticado por alegadamente ter tido falhas que dificultaram o combate ao incêndio de Pedrógão Grande, foi contratado em 2006, mas se o negócio tivesse sido preparado um mês depois já não teria acontecido, escreve esta segunda-feira o Jornal de Negócios.
De acordo com o jornal, o Governo de José Sócrates alterou a lei das parceiras, de tal maneira que impediria que o SIRESP fosse atribuído ao concorrente único que se apresentou — no caso, o consórcio que juntava a SLN, a Motorola, a PT e a Esegur.
O diploma alterou a lei dos contratos em julho de 2006 determinava que um concorrente único para o procedimento adjudicatório não poderia ser aprovado, “salvo decisão expressa e fundamentada dos ministros das Finanças e da tutela setorial”.
Um dos contratos entre o Estado e a Motorola, membro do consórcio acionista do SIRESP, consultado pelo Público, mostra que a empresa é uma das fornecedoras privilegiadas do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal. De acordo com um ajuste direto autorizado em julho de 2015 pela ex-ministra da Administração Interna de Pedro Passos Coelho, Anabela Rodrigues, a empresa ganhou 1.072 milhões de euros para fornecer 11 salas de controlo e 18 consolas de despacho, assim como a atualização tecnológica do software de rede. A Motorola será ainda a única fornecedora, de agora em diante, para este tipo de projeto, devido ao sistema utilizado na rede SIRESP, para o qual “não existem no mercado nacional e internacional fornecedores alternativos”.
Muito continua sem se conhecer acerca do incêndio em Pedrógão Grande que matou pelo menos 64 pessoas no mês de junho. Um dos pontos controversos é a causa: enquanto o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) põe de parte com 95% de certeza que tenha havido descargas elétricas na altura do início do incêndio — num relatório de 120 páginas — as perícias da Polícia Judiciária (PJ) mantêm que terá havido uma trovoada seca.
Segundo avança o Diário de Notícias, a investigação quase fechada da PJ mostra que os raios iniciais terão atingido cabos de média tensão.
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