PSD desiste de debate urgente sobre Pedrógão. “A especulação terminou”
Hugo Soares reconhece que, depois de o Ministério Público ter publicado a lista que confirma os números divulgados pelo Governo, a exigência do PSD "deixa de fazer sentido".
O PSD já não vai pedir a reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, que, na terça-feira, considerava “urgente” para esclarecer as dúvidas que tinha relativamente às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. Depois de o Ministério Público ter publicado a lista das vítimas, que veio confirmar os números oficiais que tinham sido divulgados pelo Governo, Hugo Soares considera agora que “a especulação terminou” e, portanto, “deixa de fazer sentido a exigência do PSD”.
“Finalmente, a especulação terminou. Hoje, as famílias podem pedir as suas indemnizações, podem começar a ser ressarcidas pelos danos, pelas mortes dos seus familiares e podem, em paz, continuar as suas vidas”, disse o líder parlamentar do PSD, numa curta declaração aos jornalistas, transmitida pela SIC Notícias.
“É uma boa notícia para o país que esta especulação tenha terminado de uma vez por todas. O Governo não fez o seu trabalho, fez o Ministério Público e fez muito bem“, acrescentou o social-democrata.
E concluiu: “Como é evidente, depois de ter sido publicada a lista, deixa de fazer sentido a exigência do PSD, que era que houvesse uma conferência de líderes e uma comissão permanente para debatermos este assunto. Uma vez que a lista foi divulgada, ficou resolvida essa questão. Não vamos requerer nem a comissão permanente nem a conferência de líderes que estava agendada”.
A lista publicada, na terça-feira, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que os incêndios de Pedrógão Grande levaram à morte de 64 pessoas, confirmando os números oficiais divulgados até agora e contrariando algumas informações que têm sido avançadas, de que há vítimas não sinalizadas pelas autoridades. Essas alegações contêm “diversas imprecisões quanto à identificação das pessoas”, assim como a “repetição de nomes em, pelo menos, seis situações”, concluiu a PGR.
Esquerda acusa PSD de “instrumentalização” das vítimas
Depois do anúncio feito por Hugo Soares, Bloco de Esquerda e PCP vieram acusar o PSD de “instrumentalizar” as vítimas dos incêndios de Pedrógão. Para Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, houve “manifesta intenção de aproveitamento político do PSD”, que fez “politização daquilo que devia ser mantido para lá da esfera do combate político”. O bloquista salienta ainda que a lista divulgada pelo Ministério Público elimina “qualquer ideia que houvesse de falta de transparência”.
Já António Filipe, do PCP, classifica este como “o desfecho de um facto lamentável que nunca devia ter acontecido” e que “só revela até que ponto o PSD tem procurado instrumentalizar as vítimas do incêndio de Pedrógão para fazer uma chicana política inaceitável”.
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