Novo Banco contabiliza prejuízos de 290,3 milhões de euros
O Novo Banco apresentou um resultado negativo de 290,3 milhões de euros no primeiro semestre, uma redução de 19,9% face ao prejuízo apurado até junho de 2016.
O Novo Banco registou prejuízos de 290,3 milhões de euros na primeira metade do ano, o que corresponde a uma diminuição de 19,9% face a prejuízos de 362,6 milhões de euros apresentados no mesmo período do ano passado. O banco justifica o facto de as suas contas continuarem no vermelho com o elevado nível de provisões.
Segundo os números revelados pelo banco, nos primeiros seis meses deste ano as provisões ascenderam a 413,1 milhões de euros, sendo que a maior parcela desse valor está associada ao crédito : 258,3 milhões de euros.
A instituição financeira diz que o seu resultado operacional — ou seja, antes de imparidades e impostos — foi positivo em 171,5 milhões de euros. Este valor corresponde a um aumento de 20,5% face ao mesmo semestre do ano passado, com o banco a dizer que essa subida é “demonstrativa da capacidade de geração de resultados por parte do Grupo Novo Banco”.
As comissões pela prestação de serviços bancários aos clientes é um dos fatores destacados pela positiva, com esta rubrica a contribuir em 156,3 milhões para o resultado alcançado. “Para esta evolução contribuiu a redução dos custos associados às emissões com garantia do Estado”, justifica o banco, salientando que “sem este efeito, as comissões teriam ficado ao nível do semestre homólogo, não obstante o processo de deleverage em curso”.
A quebra dos custos operacionais também contribuiu para a melhoria das contas. Na primeira metade deste ano, os custos operativos do Novo Banco totalizaram 265,2 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 12,8%, ou 39 milhões de euros, face ao apresentado no período homólogo.
No entanto, o banco explica que a quase totalidade da melhoria das comissões acabou por ser absorvida pela redução do seu resultado financeiro, o que afetou o produto bancário. Este acabou por cair 9,1% no primeiro semestre, para 367 milhões de euros.
O resultado financeiro caiu 19,6% em termos homólogos, para se fixar nos 210,6 milhões de euros. “O desempenho foi influenciado pelo facto de as taxas de juro de referência continuarem em terreno negativo, pelo elevado custo dos passivos titulados e pela necessidade de estabilizar o financiamento da atividade através dos recursos de clientes”, refere a instituição financeira no comunicado enviado à CMVM.
Já a margem financeira situou-se em 0,95%, segundo o Novo banco “decorrente de uma taxa média de remuneração dos ativos financeiros de 2,23% e de uma taxa média dos passivos financeiros de 1,28%”. O banco destaca ainda “o contributo dos depósitos para a redução da taxa dos passivos, cujo custo evoluiu de 0,96% em junho de 2016 para 0,81% no final do 1º semestre de 2017.
O volume de depósitos no banco registou um aumento, apesar de ligeiro, na primeira metade do ano (1,3%), para 25.381 milhões de euros. O crédito a clientes, pelo contrário, apresentou uma quebra homóloga de 10%, para um saldo de 20.929 milhões de euros. O banco refere que a diminuição do crédito a clientes vem “em linha com o processo de desalavancagem em curso”, salientando que no caso dos particulares se mantém a “estabilidade”. A carteira de crédito a este segmento situava-se no final de junho nos 11,3 mil milhões de euros.
Esta evolução levou o rácio de transformação do banco a baixar de 110%, no primeiro semestre de 2016, para 106% no mesmo período deste ano.
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