BCE mantém juros. Draghi preparado para prolongar estímulos para além de dezembro
A taxa de juro de referência vai manter-se nos 0%, algo que já era antecipado pelos economistas. As compras de dívida mantêm-se durante os próximos meses até dezembro, mas podem prolongar-se.
O Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juro de referência em 0%, como já era amplamente antecipado pelos economistas. Sobre o programa de compra de dívida, Mario Draghi aponta que este deverá manter-se até ao final do próximo ano. Na conferência de imprensa deverão ser conhecidos mais detalhes sobre o timing de início de retirada dos estímulos.
O programa de compra de ativos, no valor de 60 mil milhões de euros mensais, vai manter-se durante os próximos meses. O BCE afirma que “o alívio quantitativo vai continuar enquanto a inflação não for sustentada”. O banco liderado por Mario Draghi voltou a dizer que poderá prolongar os estímulos além de dezembro, “podendo estender, caso seja necessário”. Isto numa altura em que os investidores aguardam por sinais concretos sobre quando é que Draghi poderá começar a retirá-los.
“Se as perspetivas passarem a ser menos favoráveis ou se as condições financeiras deixarem de ser consistentes com uma evolução no sentido de um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, o Conselho do BCE está preparado para aumentar o volume e/ou a duração do programa”, de acordo com o BCE.
Em Sintra, o presidente do BCE já tinha sinalizado que poderia estar perto o início da retirada gradual dos estímulos, ainda que a taxa de inflação continue aquém da meta. “A ameaça de deflação já não existe e as forças reflacionárias [impulso dos preços por via de políticas orçamentais] estão em jogo”, disse. Foi esta a parte do discurso do italiano que levou os investidores a acreditarem que o BCE pode começar a retirar os estímulos mais cedo que o previsto.
De acordo com uma sondagem da Bloomberg, 52% dos economistas acredita que Draghi não dará grandes pistas sobre o tema na conferência de imprensa que se seguirá à reunião realizada esta manhã, adiando-o para a reunião seguinte, que acontecerá a 26 de outubro.
De acordo com uma sondagem da Reuters, três quartos dos economistas inquiridos preveem que o BCE apenas anuncie a redução dos estímulos monetários em outubro, e que este apenas entre em vigor a partir de janeiro.
Outro tema que deverá centrar atenções na conferência é o euro. A moeda única europeia tem estado a negociar nos 1,20 dólares, um valor bastante superior ao registado em janeiro (1,04 dólares). Desde o início do ano o euro já valorizou mais de 13% face à moeda dos EUA.
(Atualizado às 12h56 com mais informação)
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