PSD acusa Azeredo Lopes de “desnorte total” e CDS pede demissão
O PSD está perplexo com o ministro da Defesa sobre o roubo de material militar em Tancos e diz que "vai fazer todas as diligências para apurar responsabilidades". O CDS reitera pedido de demissão.
O PSD acusa o ministro da Defesa de “desnorte total” e pede responsabilidades políticas a propósito do roubo de material militar em Tancos. A reação do PSD acontece depois desta manhã o Diário de Notícias e a TSF terem publicado uma entrevista de Azeredo Lopes onde este afirmou que: “Não sei se alguém entrou em Tancos. No limite pode não ter havido roubo”.
O PSD diz que dois meses e meio depois do desaparecimento de material militar em Tancos, esperava que o ministro estivesse já na posse de mais certezas.
Carlos Costa Neves, o deputado do PSD, que integra a comissão parlamentar de Defesa Nacional, em declarações transmitidas pela Sic Notícias, diz mesmo que “há responsabilidades políticas nesta matéria“. O PSD insiste que o Governo sabia que havia falta de segurança nos paióis em Tancos pelo que tudo o que aconteceu foi “uma sucessão de confusões”.
“O PSD vai fazer todas as diligências para saber o que se passou“, frisa Costa Neves adiantando que “nenhum mecanismo ficará por utilizar” para esclarecer o que aconteceu em Tancos.
O deputado considera que tudo o que se passou foi muito grave: “Estamos no domínio da segurança interna e externa, desde logo o que nos preocupa são os portugueses, mas preocupa-nos a nossa relação com os nossos aliados, e o que se passa a esse nível não é só o sentimento que tenho de vergonha, mas o que importa realmente é a falta de credibilidade com que nos apresentamos perante todos”.
Costa Neves garantiu ainda que: “O PSD, na próxima semana na Assembleia da República, vai fazer tudo para que isto se esclareça e para que sejam assumidas responsabilidades. Há responsabilidades políticas neste caso, e não deixaremos de partilhar com os portugueses o que se souber”.
Cristas pede demissão do ministro
O CDS assume uma postura igualmente dura. A líder do CDS-PP considera que a posição de Azeredo Lopes relação a Tancos “não é admissível” e por isso reitera o pedido de demissão do detentor da pasta da Defesa.
“E se o ministro da Defesa não sabe, acha que não tem de saber, não quer saber, então, pois que saia do seu cargo. Se o senhor ministro da Defesa acha que pode ser um qualquer um cidadão que faz perguntas, mas que não tem nenhuma responsabilidade nas respostas, então deve sair do Governo e tornar-se um comum cidadão, porque não compreendeu ainda a natureza do seu cargo”, disse Assunção Cristas.
A responsável acrescentou ainda que se Azeredo Lopes “não compreendeu que a um ministro pedem-se respostas, que é a ele que o povo tem de fazer perguntas e dele obter respostas e se não se sente bem nessas funções, se não as compreende sequer, então não está lá a fazer nada“.
O CDS quer ainda que o ministro que vá ao Parlamento dizer o que já sabe sobre os inquéritos ao desaparecimento de armas dos Paióis Nacionais de Tancos. “O ministro deve regressar ao Parlamento. Esteve em julho e as informações que nos deu foram muito escassas, refugiou-se constantemente no ‘não sabia nem era minha responsabilidade'”, disse à Lusa o deputado João Rebelo.
João Rebelo considerou “absolutamente desastrosa” a entrevista do ministro. “Está a especular, não tem certezas, portanto especula sobre um assunto que consideramos preocupante”, criticou o deputado do CDS-PP, referindo que a Comissão Parlamentar de Defesa pediu informações sobre o inquérito que está a ser feito pela Polícia Judiciária Militar e ainda não recebeu nada.
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