Fed não mexe nos juros. Corte de estímulos começa em outubro
A entidade liderada por Janet Yellen decidiu não mexer nos juros de referência, mas planeia começar a reduzir o respetivo balanço já no próximo mês.
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) decidiu manter a taxa de juro no nível atual, mas sinalizou que pretende avançar com o arranque da retirada dos estímulos económicos já no próximo mês de outubro. Esta é a principal conclusão da reunião de política monetária que terminou nesta quarta-feira. Mas o mercado deve contar com uma subida dos juros ainda em 2017, antecipam os responsáveis da Fed.
Os responsáveis do banco central norte-americano decidiram começar a reduzir o balanço da Fed avaliado em 4,5 biliões de dólares (3,75 biliões de euros) em ativos já em outubro, dando assim o pontapé de saída à retirada dos estímulos que suportaram a maior economia do mundo após o estalar da crise financeira em 2007.
A Fed pretende começar a introduzir um limite ao montante a reinvestir (de 6.000 milhões de dólares por mês em títulos do Tesouro e de 4.000 milhões de dólares por mês em títulos hipotecários). Esses limites irão sendo trimestralmente incrementados até um máximo de 30.000 milhões de dólares em obrigações do Tesouro americanas e de 20.000 milhões de dólares em títulos hipotecários. Esse limite máximo deverá ser alcançado a partir de outubro do próximo ano.
Cronograma de metas mensais
Já no que respeita à taxa dos fundos federais fica inalterada, no intervalo entre 1% e 1,25%. Contudo, estes continuam a antecipar uma subida dos juros nos Estados Unidos mais para a fase final deste ano, dizendo que o impacto dos danos provocados pelos furacões apenas terão um efeito temporário na economia.
“Os furacões Harvey, Irma e Maria devastaram muitas comunidades, infligindo dificuldades severas”, afirmou o Federal Open Market Committee em comunicado disponibilizado esta quarta-feira, após a reunião de dois dias. “Os distúrbios relacionados com as tempestades e a reconstrução irão afetar a atividade económica no médio prazo, mas as experiências do passado sugerem que as tempestades provavelmente não irão materialmente alterar o curso da economia nacional para além do médio prazo”, acrescenta o documento.
Os responsáveis do banco central norte-americano estão a contar com um crescimento robusto e baixo desemprego no sentido de fazer subir a inflação para próximo do seu objetivo, o que irá suportar a respetiva política de aperto gradual através de aumentos das taxas de juro e das inversão do quantitative easing.
No seu novo conjunto de projeções, a entidade liderada por Janet Yellen vê três subidas de 1/4 de pontos para a taxa de juro como sendo apropriadas para o próximo ano, em linha com o que antecipava já em junho.
Os principais índices bolsistas norte-americanos que antes da divulgação do comunicado da Fed negociavam quase inalterados entre ganhos e perdas muito modestas, entraram todos em terreno negativo. Já o dólar que perdia terreno face ao euro, inverteu o rumo. Já ganha 0,92%, para os 0,8414 euros.
(Notícia atualizada às 19h30, com mais informação)
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