Está mais caro construir. A culpa é dos materiais
Em agosto, os custos de construção de habitação nova aceleraram ligeiramente em relação a julho e 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os custos de construir de raiz em Portugal continental aumentaram 1,6% em agosto, em comparação homóloga. Os materiais foram a componente que mais encareceu. Mas também os preços de manutenção e reparação regular da habitação aumentaram — e a subida foi ainda mais acentuada.
A subida homóloga de 1,6% no Índice de Custos de Construção de Habitação Nova foi suportada pelo aumento do preço dos materiais, que cresceu 0,8% desde agosto de 2016, nota o INE. Os custos com a mão-de-obra são os mais pesados, mas mantiveram-se nos 2,1%, não tendo desta forma contribuído para a aceleração do índice. Em relação a julho, o índice avançou 0,1 pontos percentuais. A construção de apartamentos e moradias aceleram de mãos dadas, sem qualquer distinção.
Já os preços de manutenção e reparação regular da habitação subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de se registar uma quebra de 0,1 pontos percentuais relativa a julho. A região em que estes custos mais cresceram foi em Lisboa — 4,8%. O Alentejo e o Algarve foram as únicas áreas no continente a verem estes preços cair, uma variação de 0,1%.
O Banco de Portugal nota que o investimento em habitação tem crescido bem acima do ritmo da atividade económica. Mas grande parte dos capitais são próprios e vêm de fora, pelo que para já não parece existir uma bolha no mercado imobiliário.
Valor das obras públicas dispara 86% no primeiro semestre
Também esta sexta-feira, a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) dá conta de que o valor da obras públicas contratadas aumentou em 86% no primeiro semestre, para 829,5 milhões de euros. Já os concursos lançados subiram 88%, para 1.382,2 milhões de euros.
“Além de permitir inferir uma inversão da tendência de redução do investimento público dos últimos anos, esta análise coloca em evidência outros aspetos do mercado das obras públicas ao longo dos primeiros seis meses de 2017 e que retratam, em geral, um mercado em expansão, com mais obras, com mais donos de obra e com mais empresas a realizar obras, em média, de maior valor”, refere a associação, em comunicado.
Os 829,5 milhões de euros de obras públicas contratadas de janeiro a junho deste ano comparam com os 446,4 milhões de euros registados em 2016 (+86%), enquanto o número de concursos lançados aumentou de 1.132 para 1.913 (+69%) e o seu valor passou de 735,2 milhões para 1.382,2 milhões de euros (+88%).
Segundo a AECOPS, as obras relativas à construção de redes de energia, redes de abastecimento de água e a infraestruturas de transportes “foram as responsáveis pela parcela mais significativa” do investimento contratado — 307 milhões de euros, ou seja, 37% do total –, mas foram as obras relacionadas com os acabamentos em edifícios “que registaram o maior dinamismo”, crescendo 140% face ao primeiro semestre de 2016.
Por dimensão, os contratos da classe três (com valores entre 332 mil euros e 1.328 milhões de euros) foram os que registaram um crescimento homólogo mais acentuado (mais 172%), seguidos pelos da classe dois (de 166 mil euros a 332 mil euros), com uma evolução de 162%. “Contudo, foram as pequenas obras, com valores até 166 mil euros, que representaram a maior fatia dos contratos celebrados até junho de 2017: mais de 261 milhões de euros, ou seja, 31,5% do total”.
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