Exclusivo Lone Star escolhe inglês para chairman do Novo Banco
Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco vai ser liderado por um inglês. Chama-se Byron Haynes e vem da Áustria para ocupar o lugar de "chairman". Ramalho fica como CEO.
O fundo norte-americano Lone Star escolheu o inglês Byron Haynes para o cargo de presidente do novo Conselho Geral e Supervisão do Novo Banco, sabe o ECO. Este órgão vem substituir o atual Conselho de Administração onde tem atualmente lugar como chairman Rui Cartaxo. Este conselho vai ter mais três nomes do Lone Star e dois independentes e ficará ainda um vago, a preencher nos próximos meses.
O Lone Star prepara-se para uma reformulação na estrutura de governo da instituição, mas também dos membros que compõem os atuais órgãos. Estas mudanças terão lugar assim que o fundo tomar o controlo do banco de transição, o que deverá concretizar-se até ao dia 20, data do closing do negócio. Antes disso, entre esta terça e quarta-feira, a DG-Comp deverá aprovar formalmente o plano de negócios e remédios e os respetivos auxílios públicos (leia-se, garantia pública).
Cai o atual Conselho de Administração liderado por Rui Cartaxo para dar lugar ao Conselho Geral de Supervisão no âmbito do modelo de governo dualista que os americanos pretendem implementar no antigo BES. É aqui, aliás, onde decorrerão as maiores alterações em termos de composição, a principal das quais na liderança. O inglês Byron Haynes é o nome agora indicado pelo Lone Star para liderar um conselho que, pelos estatutos, vai poder demitir o conselho de administração executivo, que será liderado por António Ramalho. A equipa executiva vai manter-se, pelo menos nos próximos meses, mas o ECO sabe que há nomes ainda sob avaliação e é possível que alguns dos que entram agora no Conselho Geral poderão passar para a administração executiva nos próximos meses.
Haynes, 51 anos, tem larga experiência no setor financeiro. Passou pelo holandês ABN Amro Bank e foi também executivo do banco austríaco BAWAG desde setembro de 2009 até maio deste ano, tendo acumulado várias funções dentro da instituição. Mais recentemente, conta com funções na bolsa da Áustria e na empresa de serviços financeiros Navensis.
Prepara-se agora para uma nova aventura em Portugal, num Conselho com poderes reforçados (poderá demitir conselho executivo sem voto da assembleia geral) e onde o seu voto será qualificado num órgão composto por um número par.
Quem são os outros três do Lone Star?
Ao que apurou o ECO, o Lone Star também vai indicar para Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco o seu número dois na Europa: Donald Quintin. Quintin passou pelo Merryl Lynch antes de chegar ao Lone Star.
Benjamin Dickgieβer, diretor do departamento de aquisições na Europa do Lone Star e membro do Conselho de Administração do banco alemão IKB, detido pelos próprios norte-americanos mas cuja venda está para breve, e ainda Kambiz Nourbakhsh, ex-Goldman Sachs, são os outros dois nomes indicados. Todos os nomes terão de passar pelo crivo do Banco Central Europeu (BCE).
O Lone Star compra o Novo Banco, instituição que resultou da medida de resolução aplicada ao BES em agosto de 2014, comprometendo-se a injetar 1.000 milhões de euros até final do ano.
A concretização deste negócio registou um passo decisivo no início deste mês, depois de o banco de transição ter concluído com sucesso a operação de recompra de obrigações seniores com um impacto nos rácios de capital superior a 500 milhões de euros.
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