Aposta em Certificados de Aforro recua para mínimos de três anos
Há 11 meses consecutivos que os Certificados de Aforro perdem dinheiro, com o investimento total neste produto a baixar para 12.087 milhões de euros. Certificados do Tesouro continuam a crescer.
Os Certificados de Aforro voltaram a perder dinheiro em setembro, com o investimento neste produto de poupança do Estado a encolher para mínimos de quase três anos. Ao mesmo tempo, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) continuaram a acumular as poupanças dos portugueses. Na remuneração oferecida está a explicação para o rumo distinto do investimento nos dois produtos de poupança do Estado.
De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal, divulgado nesta sexta-feira, os Certificados de Aforro perderam 46 milhões de euros em setembro, com o investimento total a fixar-se em 12.087 milhões de euros. Trata-se do montante mais baixo desde novembro de 2014.
Ao mesmo tempo, o investimento em certificados do Tesouro continua a acumular poupanças, sustentado pela subscrição de Certificados do Tesouro Poupança Mais. Em setembro, o investimento nesse produto engordou em 264 milhões de euros, para um total de 14.305 milhões de euros, o que corresponde a um novo recorde.
O rumo distinto das aplicações nestes dois produtos de poupança advém da grande diferença nas remunerações disponibilizadas, que são bastante mais atrativas no caso dos CTPM. As novas subscrições de Certificados de Aforro realizadas em outubro são remuneradas a uma taxa de juro de 0,671%. Já os CTPM oferecem no primeiro ano uma remuneração bruta de 1,25%, remuneração que nos quatro anos seguintes sobe gradualmente para atingir um valor médio de 2,25%, em termos brutos, nos cinco anos de aplicação.
A pouca atratividade da remuneração oferecida justifica que os Certificados de Aforro percam dinheiro há 11 meses consecutivos, mas, graças ao CTPM, a captação de poupança do Estado através de certificados continua a crescer, tendo-se situado no final de setembro em 26.392 milhões de euros, um novo máximo.
Apesar de o investimento em Certificados de Aforro continuar a cair, na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Governo espera captar em termos líquidos 250 milhões de euros através deste produto. No caso dos CTPM, a expectativa do Executivo liderado por António Costa é angariar 750 milhões de euros, a mesma quantia que espera captar em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Ou seja, a estimativa é de que no próximo ano, as famílias financiem o Estado em 1.750 milhões.
(Notícia atualizada às 12h27 com mais informação)
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