Draghi corta estímulos, mas mantém juros. Euro cai mais de 1%
O BCE anunciou uma redução dos estímulos na Zona Euro, mas manteve a taxa de juro diretora em 0%. Esta decisão levou o euro a agravar as perdas que vinha a registar na primeira metade da sessão.
Mario Draghi cortou o valor mensal das compras de dívida, mas acabou por prolongar o programa até setembro. Uma decisão que, associada à promessa de juros baixos por mais tempo, além mesmo do fim do programa de estímulos, está a fazer mexer com os mercados. Se as bolsas sobem, no cambial o euro está a derrapar. Com a perspetiva de novas subidas de taxa nos EUA, a divisa europeia recua perto de 0,5%.
O euro segue já a desvalorizar 1,08%, para os 1,1686 dólares, protagonizando aquele que é o pior registo do ano. A divisa comunitária recuou assim para mínimos de três semanas. O comportamento da moeda única reflete o aumento da liquidez no mercado em resultado do prolongar do programa de estímulos por parte da entidade liderada por Mario Draghi, mas também o atraso da política de juros da Zona Euro face ao rumo das taxas nos EUA e a esperada continuação da subida do preço do dinheiro na maior economia do mundo.
Euro sob pressão
Nesta quinta-feira, o BCE decidiu manter as compras de dívida pública nos 60 mil milhões de euros mensais até ao final do ano. Mas ao mesmo tempo decidiu estender o programa pelo menos durante mais nove meses, entre janeiro e setembro de 2018, apesar de ter reduzido para 30 mil milhões de euros as compras mensais. Ou seja, a injeção de liquidez apesar de ser mais curta, vai estender-se por mais tempo, o que acaba por penalizar o euro.
O mesmo acontece com a manutenção do atual mínimo histórico de 0% da taxa de juro diretora, o que torna menos atrativo o investimento em euros quando comparado com dólares. Os juros nos EUA são mais elevados, sendo esperado que ainda este ano possam ainda sofrer a terceira subida este ano.
No mercado acionista do Velho Continente, a decisão do BCE está a puxar pelas ações. O Stoxx 600 soma e segue. O índice bolsista que agregas as 600 principais capitalizações bolsistas da Europa valoriza 0,66%, para os 389,68 pontos. Os ganhos são transversais aos restantes índices de referência europeus, incluindo a bolsa nacional, com o PSI-20 a valorizar 0,60%.
(Notícia atualizada às 17h42 com nova taxa de câmbio)
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