Portugal vai pagar mais três mil milhões ao FMI este ano

Depois dos reembolsos de 5,2 mil milhões de euros até agosto, o Governo conta devolver mais três mil milhões ao Fundo Monetário Internacional até final do ano. Para o ano há mais.

Portugal já efetuou reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 5,2 mil milhões de euros em 2017. Mas o Governo espera devolver mais três mil milhões de euros à instituição até final do ano, segundo as previsões que constam do Orçamento do Estado para o próximo ano.

De acordo com a proposta orçamental, vão ser amortizados um total de 8.365 milhões de euros de forma antecipada ao FMI este ano. Isto quer dizer que ainda faltam devolver cerca de três mil milhões de euros tendo em conta o que já foi amortizado até hoje.

Ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, já tinha antecipado um novo reembolso até final do ano, acima dos 5,2 mil milhões já devolvidos, com o Governo a querer aproveitar a boleia dos juros mais baixos patrocinados pela Standard & Poor’s, a agência de notação financeira que em setembro decidiu retirar a dívida portuguesa da categoria “lixo”.

A estratégia de reembolso antecipado passa sobretudo por substituir o empréstimo oficial da instituição liderada por Christine Lagarde, que representa encargos mais elevados para os cofres da República, por nova dívida no mercado. Enquanto a taxa de juro que o FMI cobra é superior a 4%, já os investidores estão a exigir um juro de cerca de 2,3% para absorver dívida em mercado secundário.

Para o próximo ano, o Governo conta fazer mais devoluções ao FMI, mas com a um ritmo bem mais reduzido: para já, está previsto um reembolso de 1.400 milhões de euros.

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Automóveis vão render mais 291 milhões ao Estado

Não há aumentos excecionais, mas os automóveis (e os seus donos) vão ser uma importante fonte de receita para o Orçamento do Estado em 2018.

Não há aumentos excecionais, mas os automóveis (e os seus donos) vão ser uma importante fonte de receita para o Orçamento do Estado em 2018. Com o Imposto Sobre Veículos (ISV), o Imposto Único de Circulação, mas especialmente com o Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos, a receita vai aumentar em 291 milhões de euros.

No caso do ISV, as tabelas são igualmente “ao valor da inflação o que, conjugado com o expectável crescimento do mercado, faz perspetivar um aumento da receita fiscal em 49 milhões de euros (+6,3%)”, refere a proposta de Orçamento do Estado. “À semelhança do que sucede com o ISV, o expectável crescimento do parque automóvel nacional terá um impacto positivo na receita fiscal em sede de IUC. Por outro lado, deverá verificar-se um aumento das taxas de imposto na ordem dos 1,4%. Pela conjugação destes fatores, estima-se que a receita de IUC aumente em 39 milhões de euros (11%)”, acrescenta.

O maior aumento da receita relacionada com os automóveis provém do ISP. “Procede-se igualmente à mera atualização de algumas das taxas do Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos, também ao nível da inflação, embora não exista qualquer alteração às taxas de imposto aplicadas à gasolina e ao gasóleo”, diz o documento.

“Neste sentido, o crescimento da receita deste imposto [o ISP] advém fundamentalmente do aumento do consumo, o que deverá levar a um aumento da receita na ordem dos 203 milhões de euros (+6,1%)”, sendo dos três impostos aquele que registará o maior aumento. O ISP será também dos três aquele que mais receita total gera: 3.553,8 milhões. O ISV renderá 823,3 e o IUC permite encaixar 395,4 milhões.

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Progressões faseadas: FESAP lamenta “aumentos irrisórios”

  • Marta Santos Silva
  • 14 Outubro 2017

O sindicalista José Abraão lamenta que o Governo tenha deixado cair a proposta dos sindicatos para houvesse um limite mínimo abaixo do qual os funcionários públicos recebessem os aumentos por inteiro.

Os funcionários públicos vão ver as carreiras descongeladas a 1 de janeiro de 2018 e receberão os aumentos salariais que são associados às suas progressões de forma faseada, em quatro prestações a terminar a 1 de dezembro de 2019, confirma a proposta de lei para o Orçamento de Estado de 2018 entregue esta sexta-feira pelo Governo no Parlamento. No entanto, o sindicalista José Abraão lamenta que uma das propostas dos sindicatos, que estava num documento preliminar, tenha caído: a implementação de um valor mínimo, abaixo do qual não se aplicaria o faseamento.

Embora valorize o descongelamento das carreiras e a “reposição da normalidade”, por exemplo para os trabalhadores que há muito se encontravam presos em posições intermédias e poderão progredir para posições fixas nas tabelas, José Abraão acredita que a implementação de um valor mínimo abaixo do qual não haveria faseamento era essencial, “se não acaba por ser ridículo”.

Este mínimo foi deixado cair, não surgindo na proposta de lei final do Governo, mas José Abraão tenciona continuar a insistir. “A Fesap vai continuar a debater-se no Parlamento”, na fase de negociação com os partidos, explicou. “A única coisa em que pressiono, e é isso que falta, é a necessidade de ter o mínimo, um valor mínimo que nós designámos de dignidade, para evitar que haja trabalhadores com mudanças remuneratórias de três ou quatro euros”.

“Se algum trabalhador, na mudança de posição, tiver direito a um aumento de 30€, em quatro prestações de 25% cada uma… são aumentos irrisórios”, explicou.

O faseamento vai acontecer, afinal em quatro tranches. A 1 de janeiro de 2018, os funcionários públicos que tenham reunido condições para progredir na carreira nos sete anos em que estas estiveram congeladas vão receber 25% da valorização salarial que merecem. A 1 de setembro de 2018, chegam mais 25%, com o ano a terminar com metade dos aumentos salariais a serem pagos aos funcionários públicos. Em 2019, vêm mais duas tranches de 25%: a primeira a 1 de maio e a segunda a 1 de dezembro. No final de 2019, os funcionários do Estado vão estar a receber a valorização salarial que a sua progressão na carreira determinar.

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OE2018: Todos os partidos adiam reações para sábado

  • Lusa
  • 14 Outubro 2017

O Orçamento de Estado para 2018 só chegou ao parlamento já passava das 23 horas. Tendo em conta o atraso, todos os partidos decidiram adiar os comentários para o dia seguinte.

Todos os grupos parlamentares adiaram para sábado as tradicionais reações à proposta de Orçamento do Estado para 2018, depois de o documento só ter dado entrada no parlamento pelas 23h16.

O primeiro partido a formalizar este adiamento foi o PSD, que acusou o Governo de “incapacidade” e “desrespeito pelo parlamento” e marcou a reação para as 11h30 na sede nacional, em Lisboa.

Pelo PS, será o próprio secretário-geral, António Costa, a pronunciar-se sobre o documento, no seu discurso inicial – que será aberto aos jornalistas – na reunião da Comissão Nacional, que começa pelas 15h00 em Coimbra.

BE, PCP e Verdes reagem também no sábado na Assembleia da República, a partir das 10h30. O CDS-PP também decidiu não comentar esta sexta-feira a proposta orçamental, tendo marcado para as 12h00 uma conferência de imprensa da presidente, Assunção Cristas, na sede do partido, em Lisboa.

 

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País vai crescer em 2018 exclusivamente à custa da procura interna

  • Margarida Peixoto
  • 14 Outubro 2017

A procura externa não dará qualquer contributo líquido para o avanço do PIB português. Do lado da procura interna, destaca-se o investimento a crescer acima do PIB, enquanto o consumo cresce abaixo.

A economia portuguesa deverá crescer 2,2% no próximo ano, exclusivamente à custa da procura interna. Os números constam da proposta de Orçamento do Estado para 2018, entregue esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na Assembleia da República.

Depois do crescimento excecional verificado em 2017, o próximo ano voltará a ser de crescimento, mas a ritmos mais contidos. As exportações e o investimento continuam a bom ritmo, o consumo público deverá contrair mais do que o verificado este ano e o consumo privado cresce a um ritmo tímido (1,9%).

Feitas as contas, o PIB avança em 2018 com um contributo nulo da procura externa — enquanto em 2017 esse contributo deverá ser negativo em 0,1 pontos percentuais. Já a procura interna contribui para a totalidade dos 2,2% de crescimento da atividade económica.

Projeções para 2017 e 2018

Fonte: Ministério das Finanças

O reflexo de um ritmo mais lento da atividade económica será visível no mercado de trabalho. Depois de um aumento do emprego na ordem dos 2,7% estimado para este ano, no próximo a subida deverá ser mais tímida, apenas de 0,9%. Ainda assim, a taxa de desemprego continuará a recuar e deverá atingir os 8,6%.

Mercado de trabalho a melhorar

Fonte: Ministério das Finanças

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Governo quer reforçar Startup Visa

Aposta no empreendedorismo mantém-se no OE 2018. Governo quer reforçar programa lançado por Costa na Índia.

O Governo quer continuar a apostar no ecossistema empreendedor nacional e, por isso, o Orçamento do Estado para 2018 prevê um reforço do programa Startup Visa, anunciado por António Costa na Índia, em janeiro deste ano.

O programa apoia estudantes, empreendedores e cientistas que pretendam iniciar ou desenvolver a sua atividade empreendedora em Portugal. “O Governo reconhece como prioridade estratégica a atração e a retenção de Investimento Direto Estrangeiro, razão pela qual acompanha de perto todos os investimentos estruturantes previstos ou em curso em Portugal”, pode ler-se no relatório que integra o Orçamento do Estado.

O Startup Visa foi falado, pela primeira vez, na cimeira Índia x Portugal, que contou com participantes do ecossistema empreendedor dos dois países. O programa tem como objetivo facilitar o acesso ao país e a condições favoráveis de vida e trabalho.

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Encargos com PPP caem para 1.691 milhões no próximo ano

O setor rodoviário continua a responder pela grande maioria do bolo total, representando 69% dos encargos com PPP.

Os encargos com parcerias público-privadas (PPP) vão fixar-se em 1.691 milhões de euros no próximo ano, uma redução de 23 milhões de euros aos custos deste ano. O cálculo consta do relatório do Orçamento do Estado para 2018, já entregue na Assembleia da República.

O setor rodoviário é o que assume a maior relevância, respondendo por 69% do bolo total. Ao todo, o Governo prevê gastar 1.171 milhões com as rodoviárias, descontando as receitas aos encargos.

Já a saúde responde por 471 milhões dos custos com PPP, as ferroviárias por 8 milhões e a segurança por 41 milhões. A área da segurança conta com apenas uma PPP: o SIRESP, o sistema que serve a Rede de Emergência e Segurança de Portugal e que foi largamente criticado durante a calamidade dos incêndios do último verão. Em 2018, a despesa do Estado com este serviço vai cair em quatro milhões.

“Relativamente ao setor da segurança, deve salientar-se a existência de quatro pedidos de reposição do equilíbrio financeiro, ou reservas de direito, relacionados com alegados atrasos na montagem da rede SIRESP ou com alegados encargos adicionais incorridos pela concessionária para que o prazo definido contratualmente não fosse incumprido. Na presente data, não é possível ainda quantificar o impacto orçamental que poderá advir destes processo”, refere o Governo.

O relatório destaca ainda o processo de renegociação das PPP rodoviárias atualmente em curso, que tem em vista “uma redução dos encargos do erário público, o que deverá contribuir para a sustentabilidade das contas públicas a médio e longo prazo”.

O Governo reconhece que, tratando-se de um processo negocial, “existem riscos associados à concretização integral do objetivo orçamental estabelecido, tanto mais que a efetiva conclusão do mesmo se encontra dependente, em alguns casos, da obtenção das necessárias autorizações por parte das entidades financiadoras dos projetos, bem como da aprovação por parte do Governo das propostas da comissão de negociação, da assinatura dos contratos de subconcessão e da respetiva remessa ao Tribunal de Contas para os devidos efeitos”.

No relatório entregue esta sexta-feira, as previsões do Governo apontam para que só em 2023 os encargos com PPP caiam para menos de mil milhões de euros. Nesse ano, deverão fixar-se em 858 milhões.

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Governo vê petróleo mais caro. Mas subida do euro compensa

  • Rita Atalaia
  • 14 Outubro 2017

A proposta de Orçamento do Estado para 2018 prevê uma subida dos preços do petróleo. Mas esta aceleração, negativa para as contas públicas, será compensada por uma valorização do euro face ao dólar.

O Executivo de António Costa elaborou as suas previsões macroeconómicas para o próximo ano assumindo uma subida do preço do petróleo, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2018 entregue esta sexta-feira pelo ministro das Finanças na Assembleia da República. Mas este agravamento vai ser compensado por uma outra subida: o Governo prevê uma valorização do euro face ao dólar, o que vai atenuar os “efeitos negativos” do aumento das cotações do crude.

“A apreciação prevista para a taxa de câmbio do euro face ao dólar, avançando de 1,11 em 2016 para 1,18 em 2018, exerce potencialmente um efeito adverso sobre as exportações nacionais, mas atenua os efeitos negativos do aumento previsto para o preço do petróleo nos mercados internacionais, antecipando o Ministério das Finanças que o preço médio do barril de Brent aumente para 53,5 dólares em 2017 e 54,8 dólares em 2018“, lê-se no documento.

Fonte: Proposta de Orçamento do Estado para 2018

Olhando para as cotações no mercado, a média das cotações do Brent, negociado em Londres, desde o início do ano é de 52,72 dólares por barril, o que fica abaixo das previsões do Governo para 2017, mas também das estimativas para o Orçamento do Estado para 2018. Estando o valor médio do petróleo abaixo das estimativas, mas também o euro acima do previsto para este ano, há um efeito positivo nas contas públicas.

De acordo com a proposta, “se o preço do petróleo em 2018 aumentar 20% face ao inicialmente estimado, a simulação aponta para um impacto negativo no crescimento real do PIB na ordem dos 0,1 pontos percentuais. Ao nível dos preços, este choque afetará negativamente o deflator do PIB por via de um impacto substancial nos termos de troca, que mais que compensará o aumento dos preços no consumidor”.

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Famílias financiam Estado com 1.750 milhões em 2018

Estado pretende financiar-se em 1.750 milhões de euros com recurso ao mercado de retalho. Financiamento de Portugal vai atingir os 8,7 mil milhões de euros em 2018.

O retalho vai voltar a dar um contributo importante para o financiamento público no próximo ano. No total, as famílias portuguesas vão ajudar a financiar o Estado com 1.750 milhões de euros, mais de 20% do total do financiamento que o Governo vai procurar em 2018, de acordo com a proposta final do Orçamento do Estado. Certificados do Tesouro e Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) vão continuar a ser a principal aposta.

As previsões do Executivo apontam para uma ligeira retoma na subscrição dos certificados de aforro no próximo ano: vão dar um contributo positivo de 250 milhões de euros, isto depois da fuga observada este ano (-1.000 milhões de euros). Mas a principal ajuda do retalho virá novamente por via da subscrição de Certificados do Tesouro e das OTRV, dois produtos que têm conquistado popularidade junto dos portugueses devido à remuneração mais atrativa que têm apresentado. Ambos vão contribuir no seu conjunto com 1.500 milhões de euros, 750 milhões cada.

Contas feitas, o financiamento líquido do Estado deverá ascender a 8.697 milhões de euros no próximo ano. Grande parte deste financiamento será alcançado com emissões de obrigações do Tesouro, que deverá apresentar um contributo de 8.358 mil milhões de euros.

Ainda assim, o Governo conta efetuar novo reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2018, com um pagamento de 1.436 milhões de euros, depois de devoluções no valor de 8.365 mil milhões de euros efetuadas este ano ao organismo liderado por Christine Lagarde — até ao momento, Portugal já devolveu 5,2 mil milhões ao Fundo em 2017.

(Notícia atualizada às 00h24)

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ISP mexe? Governo vai atualizar taxa à inflação

A proposta de Orçamento do Estado prevê um novo agravamento da fiscalidade sobre os combustíveis, mas apenas por via da inflação.

O Governo decidiu não avançar, na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2018, com um agravamento específico da fiscalidade sobre os combustíveis. O Imposto Sobre produtos Petrolíferos (ISP) vai subir, mas apenas por via da taxa de inflação. Os valores finais serão publicados em portaria no final do ano.

“Procede-se à mera atualização de algumas das taxas do ISP, também ao nível da inflação, embora não exista qualquer alteração às taxas de imposto aplicadas à gasolina e ao gasóleo”, refere a proposta de OE para 2018, onde nota que se “mantém em vigor em 2018 o adicional às taxas do ISP, no montante de 0,007 euros por litro para a gasolina e no de 0,0035 euros por litro para o gasóleo”.

“Neste sentido, o crescimento da receita deste imposto advém fundamentalmente do aumento do consumo, o que deverá levar a um aumento da receita na ordem dos 203 milhões de euros (+6,1%)“, acrescenta. Com o ISP, o Governo estima arrecadar 3,553 mil milhões de euros durante o próximo ano.

Neste OE, o Governo não prossegue o objetivo de harmonização fiscal entre a gasolina e o gasóleo. Na altura, na apresentação do OE para 2017, apontava para uma “descida na tributação sobre a gasolina com contrapartida numa subida de igual montante da tributação do gasóleo” como forma de encetar o processo de harmonização fiscal entre ambos os combustíveis tendo em conta que deixou de fazer sentido a bonificação no diesel dada a introdução do gasóleo profissional.

“Esta correção deverá ser gradual, pois ao longo dos anos houve em Portugal, tal como noutros países europeus, um incentivo à utilização individual de veículos movidos a gasóleo, eventualmente mais poluentes do que aqueles que funcionam a gasolina, com as inevitáveis consequências ambientais”, referia o mesmo documento, sendo que neste OE não há qualquer evolução neste sentido.

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Recibos verdes: Subida de isenção de IVA já não avança

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 13 Outubro 2017

Numa versão preliminar da proposta do Governo para o OE, pretendia-se duplicar o limite anual acima do qual os trabalhadores independentes pagam IVA, para chegar aos 20 mil euros. A medida caiu.

A versão final da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 não contém uma medida que tinha sido muito falada nas versões preliminares: uma proposta de vir a aumentar para o dobro o limite a partir do qual os trabalhadores independentes pagam IVA.

A proposta, que existia em versões preliminares divulgadas pela comunicação social, dirigia-se aos trabalhadores por contra própria sem contabilidade organizada. O Governo pedia uma autorização legislativa que lhe permitiria alterar, ao longo de 2018, o regime especial de isenção de IVA, para o duplicar, de maneira a chegar aos 20 mil euros, em vez dos atuais dez mil.

O Executivo pretendia ainda que este regime de isenção de IVA só terminasse quando o sujeito passivo ultrapassasse o limite de 20 mil euros “em três anos civis consecutivos ou sempre que seja ultrapassado, num único ano, em mais de 25%”. No entanto, esta sugestão já não consta da proposta de lei oficial que será avaliada pelo Parlamento.

Atualmente, o Código do IVA prevê que os trabalhadores sem contabilidade organizada para efeitos do IRS (recibos verdes) ou IRC (empresas em nome individual) e que não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas estejam isentos deste imposto até um volume de negócios anual de dez mil euros.

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Saiba quanto vale cada medida no OE2018

  • Margarida Peixoto
  • 13 Outubro 2017

O IRS desce, as pensões sobem. Mas a tributação sobre bebidas açucaradas aumenta e aparece um novo imposto sobre o sal. O imposto de selo para o crédito ao consumo também sobe. Quanto vale o quê?

Mário Centeno, ministro das Finanças, entregou esta sexta-feira o Orçamento do Estado para 2018 a Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República.Paula Nunes/ECO

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo vai aplicar um pacote total no valor de 482 milhões de euros em termos líquidos, resultantes de medidas com impacto nas contas públicas. No final do ano, compromete-se a chegar a um défice de 1% do PIB, o que implica menos 716 milhões de euros do que o verificado em 2017. Ainda assim, o ministro das Finanças Mário Centeno encontrou forma de encaixar um aumento extraordinário de pensões e uma descida de IRS nas contas. Quanto vale cada medida?

De acordo com o quadro das medidas de política orçamental, o impacto do lado da receita é positivo para o saldo orçamental, mas será apenas na ordem dos 55 milhões de euros. Os 148 milhões de euros que o Governo espera receber a mais em dividendos do Banco de Portugal, juntamente com as alterações aos impostos especiais sobre o consumo (que vão render 150 milhões de euros em coleta a mais) e acréscimos nas receitas dos fundos estruturais pagam, grosso modo, a alteração dos escalões de IRS e a eliminação da sobretaxa.

Do lado da despesa, Mário Centeno compromete-se com uma poupança de 427 milhões de euros. As fatias mais relevantes correspondem a poupanças com juros, ao congelamento nominal dos consumos intermédios e ao exercício de revisão da despesa — cada uma destas alíneas vale cerca de 300 milhões de euros. Contudo, haverá que acomodar os gastos acrescidos com o descongelamento faseado das progressões e a atualização extraordinária das pensões.

Em baixo, pode consultar o quadro completo.

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