António Costa admite progressão dos professores, mas “em abstrato”
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu que existe a "possibilidade" da progressão das carreiras dos professores ter em conta os nove anos em que estiveram congeladas, mas "em abstrato".
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta sexta-feira que existe, “em abstrato”, a possibilidade de os nove anos em que os professores tiveram as carreiras congeladas virem a contar para efeitos de progressão. Em declarações aos jornalistas em Gotemburgo (Suécia), o governante disse que as negociações começaram “agora” e mostrou abertura para “discutir” o tema. Sublinhou ainda: “Vamos sentar-nos à mesa e trabalhar. Se todas as questões têm solução, isso não posso garantir.”
Os professores exigem ao Governo que os nove anos de carreiras congeladas sejam contabilizados para efeitos de progressão na carreira. No entanto, têm vindo a enfrentar resistência por parte do Executivo, que reitera não ter margem orçamental para avançar com a medida este ano. António Costa frisou que a discussão “não é nova” e é “muito difícil”. “Requer tempo e discussão e não é compatível com este Orçamento do Estado” por não existirem “condições financeiras em 2018 para lhe dar resposta”.
"Vamos sentar-nos à mesa e trabalhar. Se todas as questões têm solução, isso não posso garantir. (…) Se há coisa que procuro evitar é fazer compromissos que não tenho garantia de poder cumprir.”
“Não podemos dar hoje um passo à frente para dar dois passos atrás amanhã”, atirou o primeiro-ministro, defendendo que isso “aconteceu no passado” e que “tem a certeza” que também não é do interesse dos sindicatos. De recordar que os professores estiveram em greve esta quarta-feira e os sindicatos têm reunião agendada esta tarde de sexta-feira, para discutir o dossiê. António Costa deixou ainda uma garantia: “Os sacrifícios que foram feitos não foram em vão. A trajetória de viragem da austeridade não vai terminar amanhã.”
As declarações do primeiro-ministro surgem no rescaldo da audição a Mário Centeno durante a manhã no Parlamento. António Costa garantiu que esta “não é uma questão tabu” e não se comprometeu com datas. “Se há coisa que procuro evitar é fazer compromissos que não tenho garantia de poder cumprir”, disse.
“Temos de dar cada passo com segurança e determinação. Ao longo dos últimos dois anos fizemos grande esforço para cumprir as promessas que tínhamos feito. Isso permitiu todas as famílias recuperarem rendimentos”, acrescentou.
(Notícia atualizada às 15h15 com mais informação)
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