Polícias querem acordo igual ao dos professores para progredir na carreira
Os polícias querem que o tempo de serviço conte da mesma forma que vai contar, segundo o compromisso do Governo com os sindicatos, para os professores. Militares ou magistrados podem pedir o mesmo.
Os polícias exigem que o Governo não os discrimine quanto à contagem do tempo de serviço para a progressão da carreira. Essa reivindicação tem sido feita pelos professores com maior intensidade na última semana, depois da greve de quarta-feira. O Governo chegou a um compromisso com os sindicatos dos professores, mas ainda falta saber de que modo e a partir de quando é que o tempo contará. Contudo, os polícias avisam que têm carreiras semelhantes e querem tratamento igual, avança o Público deste sábado.
A iniciativa partiu dos polícias, mas pode chegar a mais carreiras da administração pública como é o caso dos militares, os diplomatas ou os magistrados. Foi Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), quem enviou uma carta a António Costa a criticar o Governo por não ter chamado os polícias à mesa das negociações, uma vez que estão na mesma situação.
“Não me passa pela cabeça que o Governo vá tratar de forma diferente os profissionais da polícia“, avisa Paulo Rodrigues, referindo que, se houver tratamento diferente, haverá uma “revolta” entre os polícias. Os polícias querem também a contagem integral do tempo de serviço e que a reposição comece já no próximo ano, ainda que através de um faseamento.
Do lado dos militares, António Mota, da Associação de Oficiais das Forças Armadas, afirma ao Público que espera “que, por uma questão de igualdade, aquilo que vier a ser conseguido pelos professores seja consagrado para os militares”.
Na proposta de alteração que apresentou para o OE2018, o PS fala nas carreiras de “corpos especiais”, incluindo por isso professores, mas não só. A alteração dos socialistas à lei fará apenas com que o Governo tenha de contabilizar o tempo de serviço, mas não indica quantos anos, quando produzirá efeitos e com que faseamento. Isso deverá ser negociado entre o Executivo e os sindicatos.
Esta madrugada o Governo chegou a um compromisso com os sindicatos que permite continuar as negociações em dezembro sem comprometer nenhuma reivindicação dos professores. Esse compromisso prevê a recuperação do tempo de serviço dos professores e o início da reposição salarial ainda na presente legislatura.
Além disso, os sindicatos dizem ter três garantias: não haverá mexidas no Estatuto da Carreira Docente, os professores que estão no 1.º escalão desde 2011 vão progredir em janeiro do próximo ano, sem faseamento, e os professores do 8.º e 9.º escalão vão poder progredir com quatro anos de serviço, em vez dos seis impostos pela proposta do OE2018.
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