“É uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto antes da crise”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi a uma conferência sobre educação na qual aproveitou para deixar um alerta pois "a crise deixou marcas profundas".
Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta segunda-feira na Gulbenkian para falar de educação como uma ferramenta para a igualdade. O Presidente da República não se coibiu de desmistificar algumas ilusões associadas aos tempos de crise. “A crise deixou traços profundos e temos de olhar para eles“, disse.
“A crise deixou marcas profundas, é uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto em que nos encontrávamos antes da crise – isso não há!”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. E não há só uma ilusão, mas duas, acrescentou: “A segunda ilusão é achar que se pode olhar para os tempos pós-crise da mesma forma que se olhava antes [para os problemas], como se não tivesse havido crise. A crise deixou traços profundos e temos de olhar para eles”.
"A sociedade tem de ter a coragem de assumir os seus problemas.”
Este não foi o único recado que o Presidente da República deixou, avança o Público. Na conferência, repleta de professores, Marcelo afirmou que a postura de “ganhar um tempinho” geralmente “não dá bom resultado”. Isto, numa altura em o Governo e os sindicatos concordaram retomar as negociações sobre o descongelamento de carreiras a 15 de dezembro, sem quaisquer medidas concretas.
“A sociedade tem de ter a coragem de assumir os seus problemas. Mas há muito a tendência portuguesa para o ‘mais ou menos’, o ‘assim-assim’, ou a tendência de ‘ganhar um tempinho’. É quando alguém pensa: ‘Bem, consegui ganhar um tempinho. Com sorte isto não dá errado’”, comentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Quando inquirido diretamente pelos jornalistas relativamente à questão dos professores, Marcelo manteve um discurso equivalente a situações anteriores. “O Presidente da República quer ver primeiro o teor efetivo do que foi acordado e se tem impacto no Orçamento do Estado (OE2018), não vale a pena antecipar. Veremos se alguns processos reivindicativos têm incidência no Orçamento, pode ser que não”, disse.
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