Exclusivo Aptoide levanta 1,8 milhões de dólares com lançamento de moeda virtual
A pré-venda de moedas AppCoins rendeu, em duas semanas, 1,8 milhões de dólares à startup portuguesa Aptoide. Capital, levantado em Ethereum, já valorizou até 30%.
A startup portuguesa Aptoide angariou 1,8 milhões de dólares com a pré-venda da nova moeda virtual AppCoins, no âmbito da oferta pública inicial de moeda (ICO) que anunciou em outubro. Na operação participaram cerca de 1.000 investidores, revelou o cofundador da empresa Álvaro Pinto em exclusivo ao ECO.
A venda das primeiras moedas (tokens) decorreu entre 6 e 15 de novembro, coincidindo com todo o período da realização do Web Summit em Lisboa. Inicialmente, estava previsto a operação decorrer apenas durante a feira, mas a empresa decidiu estender o prazo. As AppCoins foram trocadas por Ethereum, uma conhecida criptomoeda muitas vezes vista como a principal alternativa à bitcoin.
"Estamos satisfeitos com estes números.”
Os 1,8 milhões de dólares dizem respeito ao montante angariado face à cotação da Ethereum no final da pré-venda. Desde então, segundo Álvaro Pinto, a subida do preço da criptomeda fez valorizar o capital angariado entre 20 e 30%. Contas feitas, a Aptoide terá na sua posse até 2,34 milhões de dólares depois desta operação de financiamento.
O capital em Ethereum ainda não foi trocado por dinheiro, “por uma questão de transparência”, explicou o cofundador. Nem vai ser até que a empresa lance oficialmente a ICO, momento a partir do qual os investidores poderão começar a transacionar este ativo. Isso deverá acontecer em dezembro, apurou o ECO, mas Álvaro Pinto não quis revelar a data oficial por não estar ainda fechada. Até lá, a volatilidade da Ethereum ditará se o capital angariado valoriza, desvaloriza ou mantém o valor atual. Cada moeda de Ethereum cerca de 420 dólares esta sexta-feira.
O projeto propunha-se, inicialmente, a angariar até 28 milhões de dólares com a ICO, mas o valor foi também revisto para os 18 milhões de dólares. O investimento mínimo para a AppCoins avançar é de 2,5 milhões de dólares. Com 1,8 milhões já angariados — ainda falta a ICO –, Álvaro Pinto considera que a operação foi um sucesso: “Estamos satisfeitos com estes números”, disse ao ECO o cofundador da Aptoide, considerada a terceira maior loja de aplicações do mundo e que conta com uma comunidade de 200 milhões de utilizadores, focados no sistema operativo Android.
Confrontado com o facto de o montante angariado ter ficado, ainda assim, muito aquém dos 18 milhões esperados, Álvaro Pinto disse que isso é “perfeitamente normal”. A satisfação surge pelo facto de esta ser uma operação pouco comum para muitos dos utilizadores da Aptoide: “A comunidade Android não está necessariamente familiarizada quer com o ICO, quer mesmo com as criptomoedas.”
A operação foi realizada a partir de uma subsidiária em Singapura, local onde, segundo Álvaro Pinto, estas operações já são frequentes. “Temos advogados em Singapura para nos ajudar no processo”, referiu. O ECO remeteu uma série de questões à Aptoide, por email, acerca deste assunto. Fonte oficial da empresa disse que “o número de ICOs tem vindo a crescer a nível internacional” e que “é natural que surjam ICOs em Portugal nos próximos tempos”.
Os cerca de 1.000 investidores iniciais puderam comprar 280 milhões de moedas de AppCoins nesta pré-venda, de uma oferta total de 700 milhões de tokens. Cada moeda tem, para já, um valor fixo de dez cêntimos de dólar, preço que flutuará consoante a oferta e a procura a partir do momento em que se der a ICO, em dezembro. Cada investidor pôde injetar um máximo de 5.000 dólares na operação, mas o ECO sabe que um grupo restrito de grandes investidores pôde aplicar valores superiores aos 10.000 dólares.
Esta nova divisa, assente na tecnologia blockchain, permitirá comprar aplicações nas lojas da Aptoide ou noutras lojas de aplicações que adotem o protocolo. Serão também lançados cartões pré-pagos no retalho para permitir outras compras com esta divisa. Vai ser também possível trocar euros por AppCoins na Aptoide. Esta é, no entanto, uma operação com algum grau de risco associado.
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