Parlamento britânico investiga condições de trabalho na Ryanair
Duas comissões do Parlamento britânico colocaram a Ryanair sob a sua luta, já que vários trabalhadores dizem ser mal-pagos e encarregados indevidamente por diversas taxas.
Depois da Ryanair ter reconhecido os sindicatos que representam os pilotos para evitar paralisações poucos dias antes do Natal, há um novo desenvolvimento na novela de dilemas que esta transportadora enfrenta. Duas comissões do Parlamento britânico (uma focada no trabalho e nas pensões e outra centrada nos negócios) anunciaram, esta quarta-feira, que vão investigar a companhia irlandesa. Em causa estão as condições de trabalho garantidas pela companhia aérea.
Rachel Reeves, líder da segunda comissão referida, acusa mesmo a Ryanair de tentar “escapar ao dever de pagar o salário mínimo”, avança o The Guardian. Além de mal pagos, alguns trabalhadores alegaram terem sido obrigados a suportar os custos dos seus uniformes (cerca de 25 libras por mês, isto é, 28 euros) e as taxas administrativas implicadas na sua eventual saída antes de terem acumulado 15 meses de trabalho na empresa.
“Infelizmente, não me surpreenderia se o quadro triste que foi traçado for verdadeiro”, sublinhou Frank Field, presidente da comissão parlamentar focada no trabalho e nas pensões. Reeves e Field enviaram uma carta a Michael O’Leary, líder da transportadora de baixo custo, com todos os detalhes das acusações. “A Ryanair precisa agora de dar respostas acerca das taxas e despesas deixadas a cargo do pessoal de cabine”, conclui Reeves.
Este domingo, os pilotos portugueses da empresa irlandesa desconvocaram a greve que tinham marcada para dia 20 de dezembro, na sequência do reconhecimento dos sindicatos pela transportadora e da sua abertura ao diálogo. Estavam também previstas paralisações em Itália e na Irlanda, que acabaram, do mesmo modo, por não acontecer. Esta decisão da Ryanair acabou com a velha política de não reconhecimento de associações de trabalhadores, tendo sido substituída pela exigência de criação de comissões particularmente focadas na relação com esta empresa dentro dos próprios sindicatos.
Na origem destas tensões está um erro no agendamento das suas férias, que acabou por significar o cancelamento de 20 mil voos, em toda a Europa. Desde então, os pilotos têm exigido aumentos salariais, mais formação, seguro de saúde e benefícios como alojamento e transportes em terra ou uniformes pagos pela empresa.
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