Cheque de 250 milhões do Lone Star já chegou ao Novo Banco
Depois dos 750 milhões injetados no Novo Banco, o Lone Star realiza a segunda parte do aumento de capital no valor de 250 milhões. O banco de António Ramalho mudou de auditora para a EY.
Não era obrigatório, mas o Lone Star comprometeu-se em passar o último cheque para concluir a compra do Novo Banco ainda este ano. E cumpriu. A Nani Holdings, a sociedade que vai assumir a posição do fundo norte-americano no banco liderado por António Ramalho, recebeu esta quinta-feira a segunda tranche de 250 milhões de euros, a tempo do Natal, anunciou a CMVM. Por outro lado, o banco mudou de auditores da PwC para EY.
O cheque do Lone Star “chega até ao Natal”, já tinha garantido ao ECO fonte oficial do fundo norte-americano. O dinheiro chegou praticamente uma semana antes do “fim do prazo”, já que o que estava acordado era a entrada do dinheiro no banco até ao final deste ano, e não no prazo de três anos como na versão inicial.
Esta tranche junta-se ao primeiro cheque de 750 milhões de euros que chegou ao banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo em outubro, altura em que foi celebrada a venda da instituição de transição. Isto em troca de uma participação de 75% do fundo no banco, com os restantes 25% a ficarem nas mãos do Fundo de Resolução.
"[O cheque do Lone Star] chega até ao Natal.”
Esta injeção de mil milhões de euros foi uma das condições para que o Novo Banco fosse vendido ao Lone Star, para além de uma troca de dívida por depósitos que permitiu ao banco uma poupança de 500 milhões de euros para reforçar os rácios de capital.
Na assinatura do contrato de venda do Novo Banco, o senior managing director do Lone Star afirmou que “através desta operação de venda e do processo de recapitalização (…) a posição de capital do Novo Banco melhorou significativamente. Hoje, o Novo Banco é uma instituição sólida e bem capitalizada”.
Garantir a solidez do Novo Banco
Inicialmente, tinha ficado definido que o montante de 250 milhões chegaria num prazo de três anos. Mas esta injeção acabou por chegar ao banco liderado por António Ramalho ainda este ano. Porquê? Para que a instituição financeira apresente rácios de capital sólidos.
Através desta operação de venda e do processo de recapitalização (…) a posição de capital do Novo Banco melhorou significativamente. Hoje, o Novo Banco é uma instituição sólida e bem capitalizada.
Só com este montante de mil milhões de euros, a que se somam os 500 milhões da troca de dívida, é que o banco liderado conseguiu apresentar uma solidez acima do exigido. Apesar de o banco não revelar qual é o impacto desta injeção, é suficiente para o Banco de Portugal considerar que os níveis são adequados.
O Novo Banco vai avançar ainda com outra operação para reforçar os rácios. Mas desta vez não conta com o Lone Star, terá de conseguir atrair investidores no mercado. O banco liderado por António Ramalho vai emitir dívida subordinada. Pretende obter um montante mínimo de 400 milhões de euros.
Serão emitidos títulos que, não contando para o rácio de capital core da instituição, contam para o rácio de capital total do Novo Banco. Se não houver procura para estes títulos, ou a taxa de juro exigida for extremamente elevada, o Fundo de Resolução toma firme a emissão com o dinheiro que está destinado ao mecanismo de capitalização contingente (num total de 3,89 mil milhões de euros).
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