Direitos afundam 20%. Apenas um terço rodou em bolsa

No último dia de negociação em bolsa, os direitos do aumento de capital afundaram 20%. Isto num período de transação em mercado regulamentado em que apenas um terço dos direitos trocou de mãos.

No último dia de negociação em bolsa, os direitos do aumento de capital afundaram mais de 20%. Tanto em relação ao preço teórico de destaque como em comparação com ao preço de estreia no mercado perderam valor, isto num período de transação em mercado regulamentado em que apenas um terço dos direitos trocou de mãos.

Os títulos chegaram a disparar mais de 10%. Mas inverteram, acelerando a tendência de queda à medida que o sentimento negativo no setor bancário europeu — que cedeu quase 2% — contagiou os títulos do BCP. Os direitos do aumento de capital afundaram 20,98% para 58 cêntimos na última sessão em que foram negociados na Euronext Lisboa.

Com esta forte queda, os direitos acabaram por apresentar uma desvalorização tanto em relação ao valor teórico do destaque da cotação, que foi de 66,5 cêntimos, como ao preço teórico a que se estrearam no mercado, de 1,005 euros. Tendo em conta esta cotação, acumularam uma queda de 42,3% nas oito sessões de negociação em mercado regulamentado.

Esta cotação fica também muito abaixo do preço médio ponderado de 73,70 cêntimos de todas as transações realizadas com direitos neste período. Entre os 296.965.447 de direitos negociados, houve 27% de investidores que face à cotação de fecho do BCP nesta última, de 14,62 cêntimos (após uma queda de 4,63%), pagaram mais para comprar as novas ações. Mas também houve quem conseguisse uma “borla” de quase 9,94% ao comprarem direitos que permitem comprar as novas ações do BCP a 14,25 cêntimos.

Só um terço trocou de mãos

O BCP tem, antes do aumento de capital ficar concluído, 944 milhões de ações. Por cada ação foi emitido um direito de subscrição para os novos títulos que chegarão ao mercado nas primeiras semanas de fevereiro. Contudo, uma semana depois do arranque da negociação destes direitos em bolsa, apenas um terço trocou de mãos em bolsa.

No total, foram negociados 296.965.447 direitos em mercado regulamentado. Este reduzido volume não érsuficiente para que a Fosun reforce a sua posição até aos 30% — assim como a Sonangol — como se comprometeu.

No comunicado enviado pelo BCP ao mercado é indicado que a Fosun “apresentou já uma ordem irrevogável de subscrição antecipada de um número de ações que, caso seja integralmente satisfeita, lhe permita passar a deter 30% do capital social do BCP após a oferta”. Isto ainda poderá acontecer nos próximos dias, quando os direitos vão ser negociados fora de bolsa.

Negociação “às escuras”

Durante dois dias, os direitos vão negociar fora da bolsa. E será neste período que a Fosun e a Sonangol poderão tentar reforçar a sua participação no banco liderado por Nuno Amado. Mas o resultado desta negociação apenas se saberá depois do fim do período de subscrição dos direitos, o que acontecerá a 2 de fevereiro.

Com dois “gigantes” a criarem pressão compradora, a lógica será que o valor dos direitos possa subir, algo que não se tem visto nas últimas sessões. Os direitos do BCP perderam valor nas últimas quatro sessões, registando quedas acentuadas que têm pressionado as ações do banco liderado por Nuno Amado.

No dia 3 de fevereiro, os investidores vão ficar a saber o resultado da operação e será feito o pagamento dos direitos. No dia 9 do mesmo mês, as novas ações começam a negociar em bolsa.

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Tem crédito? Prestação da casa volta a baixar

Encargos mensais com o crédito à habitação reduzem-se entre 0,2% e 1,9% no próximo mês. Empréstimos com indexantes de prazos mais alargados são os mais beneficiados.

No próximo mês vai ver revista a taxa de juro do crédito à habitação? Pois vai ter boas notícias. Vai sentir um novo alívio nos encargos mensais com a casa. As prestações do crédito à habitação vão baixar, entre 0,2% e 1,9%, face à última revisão, para se fixarem num novo mínimo histórico. Quanto mais alargado for o prazo do indexante associado ao empréstimo, maior será o benefício.

É o que acontecerá no caso dos agregados cujos empréstimos da casa estão associados à Euribor a 12 meses, já que só agora vão tirar partido da descida do indexante registada ao longo do último ano. Assumindo o cenário de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, resulta numa poupança mensal de 6,23 euros, com a prestação a baixar para 317,34 euros mensais. O número de famílias que irá tirar partido dessa redução será contudo baixo, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação, apesar de muitos bancos já a estarem a privilegiar na concessão de novos empréstimos.

Evolução da Euribor a três meses

Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg

Já as famílias cujos créditos assumem como indexante a Euribor a seis meses, verão a prestação reduzir-se em 0,7% no próximo mês, o que lhes permitirá uma poupança mensal de 2,12 euros, com a prestação a descer até aos 310,96 euros. Os empréstimos indexados à Euribor a três meses, beneficiarão da poupança mais curta. Esta será de apenas 71 cêntimos por mês, com os encargos mensais a baixarem para os 306,93 euros (menos 0,2% face à anterior revisão) ao longo dos próximos três meses.

Juros negativos até março de 2019

As famílias portuguesas continuam assim a tirar partido da política de alívio monetário por parte do Banco Central Europeu (BCE), em que a fixação da da taxa de juro de referência da Zona Euro mínimo histórico de 0% é uma das principais medidas. Uma decisão que tem beneficiado bastante as famílias com crédito à habitação e que deverá continuar a fazê-lo pelo menos durante mais algum tempo.

O mercado antecipa que os juros se mantenham negativos até março de 2019. Só a partir dessa altura, é que vê o indexante a assumir valores positivos, mas ainda assim baixos. A expectativa aponta para que só em março de 2021 a Euribor a três meses ultrapasse a fasquia dos 0,5%. Um cenário que decorre do compromisso do BCE em garantir que a economia europeia descole face à débil situação em que ainda se encontra.

Contudo, a recente evolução das expectativas do mercado mostram a inversão dos juros cada vez mais próxima. Em novembro, os futuros para a Euribor a três meses sinalizavam que, só no final de 2019, o indexante retomasse valores positivos. Uma aproximação no tempo que surge depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter subido a taxa de juro de referência pela segunda vez num ano, em dezembro, e aberto a porta a mais subidas ao longo deste ano. Ou seja, a pressão para o BCE seguir o mesmo rumo aumenta.

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Bolsa perde 1.000 milhões num único dia

  • Leonor Rodrigues
  • 30 Janeiro 2017

Apenas uma cotada terminou a sessão desta segunda-feira em terreno positivo. A desvalorização dos CTT, BCP e energéticas ditaram perdas de 1.000 milhões de euros na bolsa portuguesa.

Foi um mau dia para os CTT. As ações da empresa caíram mais de 13% e arrastaram a bolsa portuguesa para terreno negativo. A contribuir para a queda do índice português esteve também – mais uma vez – o BCP e as energéticas.

A semana não começou da melhor maneira para a bolsa lisboeta que, no total perdeu cerca de 1.000 milhões de euros. O PSI-20 encerrou a desvalorizar 2,79% para os 4.481,32 pontos e apenas a Pharol terminou a sessão desta segunda-feira acima da linha de água.

Gráfico: cotação do PSI-20

Os CTT terminaram o dia com uma forte desvalorização: 13,99% para os 5,17 euros por ação, depois de a empresa ter revisto em baixa as perspetivas para a sua atividade. Também o BCP continua em queda e hoje perdeu 4,63% para os 14,62 cêntimos por ação, assim como os direitos, que esta segunda-feira negociaram pela última vez em bolsa. Perderam 20,98% para os 58 cêntimos.

A recuar esteve ainda o setor energético. A EDP e a EDP Renováveis desvalorizaram 1,6% para os 2,7 euros e 1,07% para os 6 euros, respetivamente, assim como a Galp (-2,23%) e a REN (-1,74%). Em terreno positivo só mesmo a Pharol, que hoje subiu 1,59 % para os 26 cêntimos por ação.

Lisboa seguiu assim a tendência de perdas dos mercados internacionais e a ordem de Donald Trump, presidente dos EUA, para travar a entrada de refugiados no país está a afetar o sentimento dos investidores também no Velho Continente. Esta segunda-feira praticamente todas as praças sofreram desvalorizações: Atenas perdeu mais de 3%, seguida das praças de Lisboa e Milão.

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Outlander PHEV: Quando um 4×4 não faz barulho

É um híbrido, mas engana os menos atentos. Com as baterias a assegurarem grande parte da utilização citadina, o Outlander passa por elétrico sem os constrangimentos de autonomia dos verdadeiros.

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Quando se pensa na Mitsubishi, a primeira imagem que vem à cabeça são as pick-ups, especialmente a L200 Strakar. Fez sucesso nos Dakar, levando muitos destes 4×4, cheios de força, para as estradas nacionais. Mas a marca japonesa também tem um longo historial em SUV, desde o Pajero até ao Outlander. E se antes a potência vinha dos motores diesel, atualmente a aposta recai nos híbridos. O Outlander PHEV é um bom exemplo disso. 4×4, potente, mas com consumos comedidos. E silencioso.

Rodar a chave? Há muito que deixou de ser comum. Basta carregar num botão e está pronto a andar. Sem ruídos, tal como se de um totalmente elétrico se tratasse. Estranha-se, mas depois entranha-se. Com a caixa na posição Drive, basta um pequeno toque no acelerador e as baterias começam a fazer as rodas rolarem. No modo elétrico, o Outlander é movido apenas pelas baterias de iões de lítio, com 12 kWh de capacidade, que têm autonomia para um total de 52 km (recarregadas em cinco horas numa tomada normal).

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Não é uma autonomia por aí além, é certo. Mas é mais do que suficiente para a maioria das deslocações feitas no dia-a-dia, sendo que ao contrário do que acontece num automóvel totalmente elétrico, não há o stress de não saber se chega ao destino — já que, em regra, a autonomia é ainda algo limitada. É que juntamente com os dois motores elétricos (um à frente e outro atrás), o SUV da marca japonesa conta com um motor a gasolina de 2.0 litros com 121 cv disponível para ajudar a manter as baterias carregadas.

Com o botão Charge ativado, o motor trabalha para alimentar as baterias, mas mesmo assim é quase impercetível para quem está ao volante — a insonorização é bastante boa. E, claro, há sempre a possibilidade de carregar as baterias com alguns truques de condução. Nas descidas, basta levantar o pé do acelerador e é ver o ponteiro das rotações — neste caso, dividido entre Charge e Power — passar para o lado azul, aumentando a autonomia do Outlander.

Carregar no travão também permite gerar energia para acumular nas baterias, mas nem sempre é preciso dar uso ao pedal da esquerda. Há duas patilhas no volante que permitem travar de forma eficiente. Passa do Drive para o Brake, sendo que há vários níveis, do zero ao cinco. Pode parecer estranho à primeira utilização, mas depois torna-se quase instintivo recorrer a essas patilhas que permitem aumentar a vida útil das baterias entre recargas.

Zero aos 100 km?

Andando sempre em circuitos citadinos, sem grandes exigências do Outlander, o resultado é zero litros de gasolina. Mas nem sempre é possível. Com o motor de 2.0 litros a trabalhar para dar mais alguma autonomia às baterias, a marca diz que o consumo combinado de combustível será de 1,8 litros, um valor que superámos no teste realizado. E quando se sai da cidade para a autoestrada, o motor de combustão acaba por ser chamado a dar o seu contributo. Ou seja, gasta-se mais gasolina.

 

O Outlander consegue atingir os 120 km/h só com as baterias, mas antes disso já o motor a gasolina arrancou. Neste modo híbrido, a marca anuncia um consumo médio de 5,5 litros. No percurso realizado, de pouco mais de 100 km, a média ficou um pouco acima dos 6 litros — as subidas não são muito simpáticas para os consumos, especialmente quando as baterias começam a ficar com menos de metade da capacidade. E se ativar o 4×4, também pode esperar consumos mais elevados, embora nestas tarefas o impulso das baterias seja muito interessante.

A combinação dos dois sistemas de propulsão permite ter sempre potência no pedal da direita, embora em situações em que se pretende ultrapassar um veículo com um andamento mais lento, perante o pisar do pedal parece que há ali um momento de indecisão do sistema sobre como vai chegar a potência às rodas. É um ligeiro fosso que requererá habituação, mas quando superado temos carro. Nem parece ter o tamanho que na realidade tem (é grande).

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Tudo sob controlo

Uma condução um pouco mais apressada tem potencial para fazer subir os consumos além do desejável. Mas raramente terá a tentação de o fazer. Porquê? Tudo no Outlander está pensado para que adote uma condução ecológica — até há um botão, o Eco Mode, que modera a resposta do carro para reduzir o consumo. Não só tem sempre informação sobre de onde vem e para onde vai a energia, como no ecrã do sistema de entretenimento tem uma série de quadros que o mantêm informado sobre o que está a fazer.

É possível controlar, a cada momento, tudo o que se está a acontecer, mas passar de ecrã em ecrã não é assim tão simpático. Num SUV com tanta tecnologia debaixo do capot, falta-lhe progredir um pouco no interior. A unidade ensaiada, equipada com o sistema de som da Rockford Fosgate, conta com um ecrã que não perdia nada se fosse um pouco maior, mas principalmente se tivesse uma resposta mais imediata (e precisa) ao toque. Destoa um pouco da qualidade global sentida a bordo.

Na versão que o ECO experimentou, o Outlander PHEV vem com estofos e volante em pele aquecidos (uma opção simpática para o tempo frio que se fez sentir em janeiro), sensores de estacionamento com câmaras 360º, muito úteis para estacionar um automóvel de dimensões avantajadas para uma utilização citadina. Um pacote completo, incluindo os sete lugares, que tem um preço de 46.500 euros. É mais barato do que o 2.2 a gasóleo, mas pouco. Será capaz de afastar os portugueses do vício do diesel?

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PEC: Governo quer assinar adenda ao acordo de Concertação Social na reunião de 6ª feira

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2017

O Governo convocou os parceiros sociais para uma reunião em sede de Concertação Social no final da semana. Será nesse encontro que o Executivo assinará a adenda ao acordo de Concertação Social.

O Governo quer assinar a adenda ao acordo de Concertação Social na próxima sexta-feira, segundo uma convocatória do executivo enviada hoje às confederações patronais e às estruturas sindicais, disse à Lusa um dos parceiros.

Esta manhã, o Governo convocou os parceiros sociais para uma reunião em sede de Concertação Social na próxima sexta-feira, pelas 15:00, mas sem revelar o que seria debatido nesse encontro, referindo que a agenda da reunião seria “enviada oportunamente”.

Entretanto, ao início da tarde, e de acordo com uma atualização da convocatória da reunião, enviada pelo gabinete do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, à qual a Lusa teve acesso, a reunião plenária da Concertação Social foi adiada para as 15:30 do dia 3 de fevereiro, e visa a “assinatura de adenda ao compromisso tripartido para um acordo de Concertação de médio prazo”.

Esta reunião entre o Governo e os parceiros sociais realiza-se cerca de uma semana depois de o executivo de António Costa ter aprovado em Conselho de Ministros a redução progressiva do Pagamento Especial por Conta (PEC) para as Pequenas e Médias Empresas (PME), um dia após o chumbo da redução da Taxa Social Única (TSU) no parlamento.

Na passada quarta-feira, o PSD, o BE, o PCP e o PEV chumbaram o decreto do Governo que previa uma descida temporária da TSU dos empregadores, em 1,25 pontos percentuais, como compensação pelo aumento do salário mínimo nacional para os 557 euros este ano.

Na sequência do chumbo, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se de imediato com os parceiros sociais e anunciou, no dia seguinte, uma redução de 100 euros no PEC para todas as empresas sujeitas ao seu pagamento já a partir de março e até 01 de janeiro de 2019 e de mais 12,5% do remanescente da coleta paga por cada empresa.

No mesmo dia, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião semanal do Conselho de Ministros, Costa anunciou que seria feita uma adenda ao acordo de Concertação Social, de modo a que os parceiros possam confirmar que se “reveem” nas soluções alternativas ao chumbo da TSU.

Este anúncio do chefe do Executivo gerou alguma polémica entre as estruturas sindicais, depois de na sexta-feira o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, ter manifestado a sua oposição à participação da CGTP na discussão da adenda ao acordo, argumentando que tal só faria sentido se a Intersindical tivesse assinado o acordo de Concertação Social de 22 de dezembro, o que não aconteceu.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que a proposta para a redução do PEC terá sempre de ser apresentada na Concertação Social antes da apreciação pública, aconselhando o líder da UGT a ter “cuidado” nas suas intervenções.

A CGTP quer participar na discussão da adenda ao acordo de Concertação Social, mas não pretende aderir ao acordo por rejeitar parte do seu conteúdo.

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Como fazer cumprir regras do défice? Mais sanções e mais benefícios

  • Margarida Peixoto
  • 30 Janeiro 2017

Vítor Gaspar e dois outros economistas do FMI não encontraram provas de favorecimento dos maiores países do euro em matéria de regras orçamentais. E propõem um novo sistema de incentivos.

As regras orçamentais na Europa deviam ter um sistema de incentivos mais claro: sanções graduais e proporcionais para os incumpridores, benefícios claros para os bons alunos. Esta é uma das conclusões fundamentais de um estudo publicado esta segunda-feira por economistas do Fundo Monetário Internacional, sobre política orçamental na Europa. O relatório foi preparado pelo ex-ministro das Finanças português, Vítor Gaspar.

“É possível e desejável ter um sistema de incentivos mais forte, incluindo sanções graduais e proporcionadas e benefícios claros para os cumpridores”, lê-se no relatório.

O relatório foi preparado por Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças em Portugal, entre 2011 e 2012, o primeiro ano da aplicação do memorando da troika. Além de Gaspar, diretor do departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, são também autores os economistas Luc Eyraud e Tigran Poghosyan.

"É possível e desejável ter um sistema de incentivos mais forte, incluindo sanções graduais e proporcionadas e benefícios claros para os cumpridores.”

IMF Working Paper

Por Luc Eyraud, Vitor Gaspar, e Tigran Poghosyan

Os peritos do FMI quiseram testar se os maiores países do euro são, por causa do seu tamanho, favorecidos na aplicação das regras orçamentais. A questão ganhou relevância recentemente quando Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, admitiu ser dada mais margem de manobra a França, porque “é a França”. Para isso, os economistas avaliaram as políticas orçamentais aplicadas entre 1999 e 2015. Mas os resultados não foram conclusivos, reconhecem.

Em contrapartida, concluíram que de pouco vale melhorar a arquitetura do Pacto de Estabilidade e Crescimento — que reúne as regras orçamentais dos países do euro, como por exemplo o limite de 3% para o défice e de 60% para a dívida pública — se não houver apoio político e público. “Ao reforçar a base económica das regras, a reforma do Pacto de Estabilidade e Crescimento fez um progresso significativo, mas deveriam continuar a ser feitos esforços em duas frentes — o desenho certo, combinado com os incentivos certos”, lê-se nas conclusões do estudo.

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EBA quer banco mau de um bilião para reunir malparado na Europa

Presidente da Autoridade Bancária Europeia defende a constituição de um banco mau que compre todo o crédito malparado da banca europeia. Tudo com o objetivo de libertar financiamento à economia.

O presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA) pediu a Bruxelas a criação de um “banco mau” na União Europeia que reúna os milhares de milhões de ativos tóxicos detido pela banca, no sentido de interromper o ciclo vicioso da queda dos lucros, redução na concessão de empréstimos e fraco crescimento económico.

Andrea Enria tem planeado um discurso esta segunda-feira e, segundo o Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês), deverá declarar que o elevado montante de crédito em risco de incumprimento se tornou num problema “urgente e litigável” que os responsáveis políticos devem enfrentar. Atualmente, os bancos detêm mais de 1 bilião de euros em malparado.

Para Enria, se a União Europeia reconheceu a crise do malparado da banca mais rapidamente que o Japão o fez depois da “década perdida” em 1990, ela está agora em risco de fazer face ao problema ainda mais tardiamente do que fez Tóquio.

Nesse sentido, o responsável propõe a criação de um fundo público na UE que compre o mau crédito dos bancos problemáticos ao seu “valor económico real” — o valor será determinado pelo fundo depois de realizada a análise aos ativos tóxicos em vista.

Segundo Enria, a criação deste “banco mau” teria o benefício de aumentar a transparência acerca do valor real dos elevados montantes de crédito malparado que tem feito a vida complicada aos bancos europeus.

Embora a EBA não tenha poder para introduzir um projeto como este, o discurso de Enria surge numa altura em que Bruxelas está a estudar alternativas para reduzir a exposição do sistema financeiro a estes ativos problemáticos. Os ministros das Finanças da região estão a trabalhar num relatório que estará pronto até final de março.

Também em Portugal o Governo estuda uma medida que possa libertar os bancos portugueses do crédito em risco de não cumprimento. Na semana passada, foi noticiado que o português António Esteves, partner do Goldman Sachs, está interessado em comprar o malparado do sistema nacional, num consórcio que junta ainda a Delloite e a sociedade de advogados Vieira de Almeida.

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Carris: PSD não garante votar ao lado do PCP

  • Margarida Peixoto
  • 30 Janeiro 2017

Os social-democratas querem aproveitar o trunfo que o PCP lhes deu para a mão. A direção do PSD decidiu adiar qualquer tomada de posição em concreto para mais perto do debate.

A direção do PSD decidiu adiar uma tomada de posição sobre a questão da Carris até ao debate parlamentar sobre o tema, apurou o ECO. Por enquanto, os social-democratas querem esperar para ver como evoluem as negociações entre socialistas e comunistas.

Depois da polémica do chumbo da TSU no Parlamento — em que o PSD se juntou à esquerda para formar uma maioria negativa e revogar a medida aprovada pelo Governo — os social-democratas sentem que têm agora um trunfo na mão. O pedido de apreciação parlamentar, entregue na sexta-feira passada pelo PCP, ao decreto-lei que transfere a gestão da Carris para o Município de Lisboa abre a possibilidade de uma nova maioria negativa contra o Executivo de António Costa. E, por isso, não querem tomar decisões precipitadas.

Os social-democratas decidiram esperar para ver, em concreto, o que vão pedir os comunistas. “Teria alguma piada dizer já?”, confidencia uma fonte do PSD, ao ECO. Os social-democratas querem também aguardar para perceber se haverá mesmo um potencial de negociação com o Governo, como promete o PS — e o que resultará daí. Só depois de as posições de comunistas e socialistas estarem mais clarificadas é que o PSD se deverá pronunciar, em concreto, sobre o assunto.

Contudo, a posição de base do PSD sobre a matéria é conhecida: foi no Executivo liderado por Pedro Passos Coelho que o concurso internacional para a venda da concessão foi lançado. Em junho de 2015, foi escolhido o consórcio Ado Avanza, com maioria de capital mexicano, para gerir as operações do Metro de Lisboa e da Carris por um período de oito anos, numa transação avaliada em 1.075 milhões de euros. Chegado ao poder, o Governo de António Costa reverteu as concessões.

No pedido de apreciação parlamentar, os comunistas apontam para a importância de permitir uma gestão intermunicipal da Carris, opondo-se à entrega da operação a Lisboa tal como está prevista no decreto-lei. Contudo, não esclarecem se o pedido de apreciação parlamentar visa introduzir alterações ao diploma, ou revogá-lo.

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Ranking Financial Times: Lisbon MBA desce 30 lugares

O ranking continua a ser dominado pela Insead, um programa francês, mas as universidades norte-americanas são as mais numerosas. O programa português presente caiu 30 posições.

O mestrado português que junta a NOVA SBE e a Universidade Católica passou da 40ª posição em 2016 para a 70ª posição. O Lisbon MBA, que também conta com a parceria do norte-americano MIT, esteve na 49ª posição em 2015 no ranking do Financial Times, divulgado este domingo. Esta é a pior posição já registada pelo programa desde que foi lançado.

O Lisbon MBA é, no entanto, o único mestrado português nesta lista que reúne 100 programas de todo o mundo. Além disso, na Europa, este mestrado é considerado o 20º melhor, segundo regista o Lisbon MBA no seu website. Segundo os valores do ranking, um aluno que tenha feito o programa e mestrado português estará, três anos depois, a ganhar 118.442 dólares por ano.

O melhor registo europeu está no Reino Unido: pertence a Cambridge e à London Business School, na quinta e sexta posição, respetivamente. Segue-se Espanha com o 8º e o 10º lugar, a IS Business School e a Iese Business School.

O primeiro lugar continuou a pertencer ao Insead, um programa de mestrado francês com um prolongamento em Singapura. Logo a seguir aparecem três universidades norte-americanas: Stanford, Pensilvânia (Wharton) e Harvard. Em nono lugar os norte-americanos voltam a marcar presença com a Columbia Business School.

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Eike Batista detido pela Polícia Federal brasileira

O empresário e antigo magnata brasileiro é acusado de ter subornado um ex-governador do Rio de Janeiro com perto de cinco milhões de euros.

Eike Batista foi detido pela Polícia Federal brasileira. O empresário e antigo magnata brasileiro estava foragido desde quinta-feira, dia 26, e tinha embarcado na noite de domingo no aeroporto JFK, em Nova Iorque, com destino ao Rio de Janeiro, com o objetivo de se entregar à Justiça brasileira.

Segundo o Estado de São Paulo, Eike Batista aterrou já esta manhã e foi escoltado por polícias federais assim que desembarcou na pista do aeroporto, de onde foi para o Instituto Médico Legal do Brasil para fazer um exame de corpo delito. Daí, seguiu para o Presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, e deverá prestar um depoimento na terça-feira.

A 26 de janeiro, a Polícia Federal tentou cumprir um mandato de detenção (decretado no dia 13) de Eike Batista, no âmbito da Operação Eficiência, que investiga um esquema de corrupção em que o empresário está envolvido. Batista é acusado de ter subornado Sergio Cabral, antigo governador do Rio de Janeiro que agora está preso, com 16,5 milhões de reais (mais de 4,8 milhões de euros), e de ter simulado a compra e venda de uma mina de ouro.

A Operação Eficiência faz parte de uma operação bem maior: a Lava Jato, nome que foi dado a uma investigação a um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro, que envolve políticos e gigantes como a petrolífera Petrobras ou as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

No dia em que a polícia tentou deter Eike Batista, o empresário não estava no país, sendo por isso considerado foragido. Agora que foi detido, arrisca ir para uma cela comum (e não privada), uma vez que não possui curso superior. A defesa de Eike Batista já disse que o empresário teme pela vida e, por isso, pede uma cela especial.

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Trump trava entrada de Wall Street nos ganhos

As bolsas norte-americanas não estão a reagir muito bem ao travão que Trump quis colocar à entrada de refugiados nos EUA. O Dow Jones já esteve abaixo da fasquia dos 20 mil pontos.

Donald Trump quis travar a entrada de refugiados nos EUA. E as bolsas norte-americanas não estão a reagir bem. Terminaram a última sessão da semana passada a cair e hoje mantêm esta tendência. O índice Dow Jones já esteve abaixo da fasquia psicológica dos 20 mil pontos.

Numa ordem executiva assinada, Donald Trump suspendeu a entrada de refugiados nos Estados Unidos por pelo menos 120 dias e impôs um controlo mais severo aos viajantes oriundos do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iémen durante os próximos três meses. Esta tentativa de bloquear a entrada a refugiados — entretanto travada por uma juíza federal norte-americana — mereceu críticas por parte de alguns dos principais líderes mundiais. E está a ter um impacto negativo nas bolsas norte-americanas.

O principal índice de referência norte-americano, o S&P 500, abriu a sessão a cair 0,41% para os 2.285,21 pontos. O índice Dow Jones recua 0,46% para 20.001,97 pontos, tendo negociado por momentos abaixo da fasquia dos 20 mil. Já o tecnológico Nasdaq cede 0,77% para 5.617,13 pontos, numa semana que será marcada pela divulgação dos resultados da Apple.

“Hoje o foco está virado para as consequências da proibição de viajar de Trump“, dizem os analistas da Accendo Markets Mike van Dulken e Henry Croft. A medida começou a ser a implementada ainda na sexta-feira à noite, com vários refugiados, que estavam a caminho dos EUA quando a ordem foi dada, a verem vedada a entrada em território norte-americano.

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Estratégia Indústria 4.0: as dez medidas que tem de conhecer

Governo lançou esta manhã estratégia nacional para a indústria. Digitalização, modernização e formação são palavras-chave. Medidas devem ter impacto em 50.000 empresas a trabalhar em Portugal.

São dois mil milhões de euros investidos, mais de 4,5 mil milhões de retorno esperado nos próximos quatro anos. O Governo lançou esta manhã, em Leiria, a estratégia nacional para a Indústria. O programa chamado i4.0 inclui um conjunto de 60 medidas que deverão ter impacto em mais de 50.000 empresas a operar em Portugal. O programa permitirá requalificar e formar na área de competências digitais mais de 20.000 trabalhadores.

Durante dez meses, Governo e parceiros discutiram em reuniões semanais as prioridades e os principais desafios em quatro áreas distintas: Agroindústria, Retalho, Turismo e Automóvel. A COTEC é a entidade que, a partir de hoje, fica responsável pela monitorização da estratégia e pela atualização das medidas, depois de um protocolo assinado pelo Governo e pela entidade privada.

Pela primeira vez, multinacionais como a Altice-PT, Bosch, Deloitte, Microsoft ou Siemens integraram as equipas do Governo para traçar em conjunto a estratégia nacional para a indústria.

Não é uma estratégia do Estado, nem do Governo. É uma estratégia do país. Está em causa a digitalização da Indústria.

João Vasconcelos

Secretário de Estado da Indústria

Tal como o ECO avançou este sábado, uma das medidas fundamentais da estratégia que junta ideias para o setor público, para o setor privado ou implementadas por ambos os setores, o Governo está a criar uma incubadora e aceleradora de ideias que possibilita a startups tecnológicas como a Prodsmart trabalharem de perto como grandes empresas como a Mitsubishi, a Siemens ou a Autoeuropa.

A grande maioria das medidas que compõem a estratégia para a Indústria 4.0 têm como prioridade a capacitação dos recursos humanos, sendo tratada como prioritária a reconversão dos trabalhadores e a criação de novos empregos. “O grosso destas medidas tem a ver com pessoas porque visa a requalificação da população ativa”, explicou João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, esta manhã, em Leiria, sublinhando ainda o potencial da modernização da indústria como fator de diferenciação de Portugal face aos concorrentes por todo o mundo. “Com o digital, o cliente fica com maior liberdade de escolha. É um enorme desafio porque o cliente quer estar em contacto com a fábrica, saber se a legislação é cumprida e em que condições trabalham os colaboradores”.

“Muitas das medidas não são de ponta — como se esperava — mas são realistas para os setores em que serão aplicadas, pensadas para responder a necessidades e a desafios. Em alguns casos estamos a falar de indústrias e setores que definem ainda os desafios 3.0”, explicou o secretário de Estado da Indústria.

Tome nota das dez medidas estratégicas:

  1. Financiamento

    O Governo vai mobilizar Fundos Europeus Estruturais e de Investimento até 2,26 mil milhões de euros de incentivos, através do Portugal 2020, para “a consciencialização, adoção e massificação de tecnologias associadas ao conceito de Indústria 4.0, nos próximos quatro anos”, explica o ministério em comunicado. Dentro das medidas, será criado o Vale Indústria 4.0, um instrumento de apoio à transformação digital através da adoção de tecnologias que permitem mudanças disruptivas nos modelos de negócio de micro e PME (ex.: contratação de sites de comércio eletrónico ou softwares de gestão fabril a prestadores certificados). Cada vale inclui um financiamento de 7.500 euros. A ideia é que apoiem mais de 1.500 empresas, num investimento público de 12 milhões de euros.

  2. Programa de Competências Digitais

    Até 2020 o Governo quer dar formação em tecnologias de informação a mais de 20 mil pessoas. O programa de competências digitais vai funcionar em colaboração com o setor privado para fazer face à carência de técnicos especializados na área e permite apoiar a reconversão profissional, criando novas oportunidades de inserção profissional através da obtenção de novas competências.

  3. Cursos Técnicos i4.0

    O programa dedicado à Indústria 4.0 inclui a revisão dos currículos dos cursos profissionais técnicos, em linha com a procura de novas competências por parte das empresas no âmbito da digitalização da economia. Escolas e indústria serão aproximados.

  4. Learning Factories

    O programa prevê a criação de fábricas reais com equipamento tecnológico que recriem ambientes empresariais i4.0. A ideia é capacitar pessoas e promover iniciativas em curso como a Fabtec, Laboratório de Processos e Tecnologias para Sistemas Avançados de Produção, que consiste numa learning factory para demonstração de soluções inovadoras ao tecido empresarial, a Introsys Training Academy, que integra um chão de fábrica simulado (SGF), e a Academy 360 Room com painéis interativos que controlam equipamentos no chão de fábrica.

  5. Missões Internacionais

    Quando a indústria se abre, abre-se também ao exterior. O Governo quer promover missões com comitivas nacionais, lideradas por representante do Executivo, com vista à partilha de produtos e serviços de âmbito i4.0 desenvolvidos em Portugal. Estas comitivas deverão marcar presença em eventos/feiras (ex.: Hannover Messe), cidades/regiões e pólos industriais (ex.: missões a Lombardia e País Basco) que possam constituir oportunidades para as empresas portuguesas.

  6. ADIRA Industry 4.0

    Vai ser criado o primeiro laboratório integrado de fabrico aditivo para desenvolver um novo ecossistema associado a esta tecnologia de nova geração que irá permitir novas formas de projeto e fabrico. Este laboratório é dinamizado pela ADIRA em parceria com o CEiiA a partir da máquina em desenvolvimento pela ADIRA, cujo protótipo foi desenvolvido em colaboração com a Fraunhofer, e está aberto às universidades e às empresas de todas as industrias.

  7. FOOTURE 2020

    A medida da APPICAPS consiste num Plano Estratégico para o cluster do Calçado português que visa implementar um roteiro do Cluster do Calçado para a Economia Digital. “Pretende-se, até ao final de 2020, conseguir um salto qualitativo no processo de afirmação internacional do calçado português, estabelecendo-o como uma referência da indústria a nível mundial”.

  8. Bosch Digital

    Outra medida a destacar é o DONE Lab da Bosch, um laboratório para a manufatura aditiva avançada de protótipos e ferramentas, inaugurado na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, em Guimarães. A ideia é uma parceria entre a Universidade do Minho e a Bosch Car Multimedia, no âmbito do maior projeto universidade-empresa do país, num investimento global de 54,7 milhões de euros até 2018. Destaque também para um protocolo entre a Bosch e a Universidade de Aveiro para o desenvolvimento de soluções para casas inteligentes e a digitalização de equipamentos da Bosch, num investimento de 19 milhões de euros, estando prevista a criação de cerca de 150 postos de trabalho.

  9. 4AC Industria 4.0 – Aceleradora, Incubadora, Prototipagem

    Multinacionais como a Mitsubishi (Daimler), a Siemens e a Volkswagen Autoeuropa integram, em Matosinhos, a nova aceleradora, incubadora e espaço de produtização e prototipagem, para a Indústria 4.0, com as startups portuguesas Bee Very Creative, Follow Inspiration, Mobi.Me e Prodsmart. O objetivo de juntar na mesma “casa” grandes e pequenas empresas? Transformar, mais rápida e sistematicamente, ideias em produtos, não só na sua fase de desenvolvimento como na de scale-up.

  10. Consórcio PSA Mangualde

    Esta iniciativa, com um investimento estimado de 12 milhões de euros, será desenvolvida pela PSA de Mangualde em consórcio com três universidades e cinco parceiros tecnológicos, assente nos seguintes eixos: Sistemas robóticos inteligentes (robôs colaborativos), Sistemas avançados de inspeção e rastreabilidade (Visão artificial), Sistemas autónomos de movimentação (AGV), Fábrica digital (IoT) e Fábrica do futuro – FoF (Baixa cadência e Alta diversidade).

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