CTT afunda mais de 10% após cortar estimativas

Ações do CTT afundam esta manhã em Lisboa depois de a empresa ter anunciado na sexta-feira que o negócio piorou. Mantém dividendo mas isso não é suficiente para segurar título.

As ações do CTT afundam no arranque da sessão em Lisboa mais de 10% depois de a empresa ter baixado as estimativas para os resultados do último exercício. Apesar de ter reafirmado dividendo, isso não demoveu os investidores de despacharem títulos dos Correios nacionais. E as casas de investimento também já começaram a reagir, com o JPMorgan a cortar a avaliação da cotada em 30%.

Os títulos dos CTT afundam 11,34% para 5,33 euros. Os Correios anunciaram na passada sexta-feira que o tráfego postal caiu mais do que o esperado no último trimestre de 2016 e isso vai refletir-se nas contas anuais que a empresa apresentará a 9 de março. Os analistas antecipam uma queda de 5% do lucro para 68,3 milhões de euros, mas valor pode ser revisto em baixa depois da nova informação prestada pela cotada.

Com a atualização do guidance, a empresa liderada por Francisco Lacerda revela uma degradação das perspetivas para o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), prevendo um recuo entre 4% e 7% dessa rubrica, depois da visível quebra no tráfego de correio postal, justificada com “o impacto relevante dos feriados naquele período (menos três dias úteis do que no quatro trimestre de 2015)”, que originou um “decréscimo de 4% a 5% nos rendimentos operacionais de 2016”.

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Com este desempenho, a bolsa nacional seguia sob pressão vendedora. Tal como as outras praças europeias, com os investidores a manterem o foco do outro lado do Atlântico, “como os desenvolvimentos relativamente às políticas e medidas do Presidente norte-americano, Donald Trump, nomeadamente a questão mais recente relacionada com a política de imigração, até porque algumas empresas de peso, como a Google, a Apple e o Facebook têm sido críticas em relação a algumas iniciativas do novo Presidente”, explicam os analistas do BPI.

O PSI-20, o índice de referência da bolsa de Lisboa, perdia 0,94% para 4.566,61 pontos, acompanhado pelo Ibex-35 de Madrid e pelo FTSE Mib de Milão, que cediam 0,55% e 0,7%, respetivamente.

No plano nacional, destaque ainda para as ações do BCP. Seguiam a valorizar quase 1% num arranque de sessão positivo para os direitos do aumento de capital, que valorizam mais de 6% no último dia em bolsa.

São 12 as cotadas que negoceiam esta manhã abaixo da linha de água, como a Galp Energia cujos títulos recuam mais de 1% numa nova sessão de queda para os preços do petróleo nos mercados internacionais.

(Notícia atualizada 8h26)

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João Salgueiro sobre o Novo Banco: “Preferia que ficasse despachado”

  • ECO
  • 30 Janeiro 2017

A experiência com a nacionalização de bancos "não tem sido boa" para Portugal, defende o economista e antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

Nacionalizar o Novo Banco seria “o mais lógico”, mas a experiência de Portugal com bancos nacionalizados “não tem sido boa”. Por isso, João Salgueiro, economista e antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos, defende, em entrevista ao Público (acesso condicionado) que uma “proposta razoável que seja imediata” é o melhor para o banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Questionado pelo Público sobre como vê a situação do Novo Banco, Salgueiro elogia o Banco de Portugal por não ter encerrado as negociações com “as condições tão fracas como foi apresentado”, mas frisa que, agora, “não se ganha em deixar passar muito tempo”.

Sobre nacionalizar ou não o Novo Banco, não há uma decisão fácil para o antigo banqueiro.

“Era o mais lógico, o problema é que a experiência que temos com bancos nacionalizados não tem sido boa e não sei se desta vez teríamos capacidade para fazer uma boa gestão. Porque um banco nacionalizado, como não existe para fazer negócios, é mais permissivo, por natureza, na concessão do crédito”, sublinha.

Assim, “se for possível arranjar uma proposta razoável que seja imediata, preferia que ficasse despachado“, diz Salgueiro.

CGD estaria bem, não fosse a especulação

Na entrevista ao Público, João Salgueiro comentou ainda a atuação do antigo Governo durante a crise, no que toca a resgatar a banca.

Comparando Portugal e Espanha, Salgueiro refere que os dois países gastaram “praticamente o mesmo” dinheiro, “em percentagem da atividade bancário e do PIB”, para salvar a banca.

“Eles tinham um problema nas Caixas, não nos bancos. Eram as Caixas que tinham problemas, e que foram resolvidos. No nosso país, por exemplo, a Caixa Agrícola está bem, a CGD também estaria, não fossem aquelas aventuras de andar a financiar operações especulativas“, criticou.

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Há mais um candidato à compra do Novo Banco

  • ECO
  • 30 Janeiro 2017

Vencedor do banco Efisa está interessado na aquisição do Novo Banco, mas só poderá entrar na corrida se se aliar a um dos dois fundos que negoceiam compra do antigo BES.

Uma empresa criada pelo gestor português Ricardo Santos Silva está interessada na aquisição do Novo Banco e, depois de pedida uma reunião com Sérgio Monteiro, ficou a saber que só poderá participar no processo se concorrer juntamente com um dos fundos norte-americanos que ainda estão na corrida pelo antigo BES.

A notícia é avançada (acesso pago) esta segunda-feira pelo JdN, adiantando que, apesar da posição do Banco de Portugal, a Aethel Limited, criada no início de dezembro pela Aethel Partners para adquirir o Novo Banco, mantém o interesse.

Citando uma carta da empresa liderada por Santos Silva e Aba Schubert, o jornal conta que a Aethel solicitou um encontro com Sérgio Monteiro, tendo expressado “o interesse na aquisição do banco juntamente com certos investidores“, que não foram identificados.

Ainda assim, uma vez que o interesse da Aethel surge na fase final do processo de venda do Novo Banco, com as negociações a decorrer paralelamente com as duas gestores de private equity norte-americanas, a Lone Star e o consórcio Apollo/Centerbridge, a única forma da empresa entrar nesta corrida seria através da aliança com um destes dois concorrentes americanos, confirmou o ECO. Em alternativa, poderá apresentar-se a um novo concurso se tal vier a verificar-se.

O jornal explica que com a criação da Aethel Limited, este novo veículo fica totalmente separado da Pivot SGPS, uma sociedade em que Santos Silva a Schubert são parceiros do antigo ministro Miguel Relvas e que, em julho de 2015, foi escolhida para comprar o Efisa, o antigo banco de investimento do BPN. No entanto, o negócio ainda não teve sequer o aval do Banco Central Europeu.

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Função Pública: Novos reformados com forte quebra

  • ECO
  • 30 Janeiro 2017

O valor médio das pensões auferidas pelos reformados da Função Pública caiu para níveis de 1999, e há menos pessoas a aposentarem-se: menos 46,1% em 2016 do que em 2015.

A pensão média dos aposentados da Função Pública que se reformaram em 2016 foi inferior a mil euros pela primeira vez desde 1999. Os funcionários públicos que se aposentaram no ano passado vão receber em média 932,5 euros mensais, menos 16,1% do que em 2015, escreve esta segunda-feira o Diário de Notícias.

Também o número de novos reformados caiu drasticamente em 2016, sendo o mais baixo de sempre e quase metade do registado no ano anterior. Os dados da síntese de execução orçamental divulgados na sexta-feira passada permitiram ao Diário de Notícias concluir que 8.727 funcionários públicos decidiram reformar-se em 2016, menos 46,1% do que em 2015. A quebra nos números das aposentações pode dificultar os planos de encolher os quadros da Função Pública, visto que a aposentação é o principal método usado para o fazer.

A queda nestes números, que é de cerca de um terço dos registados em 2011, deve-se em parte à saída, nos últimos anos, de muitas das pessoas que tinham condições para se aposentarem, e também às elevadas penalizações aplicadas às saídas antecipadas, o que leva muitos a evitar essa estratégia.

A pensão média também caiu em 2016 face a 2015, sendo menos de mil euros, o que já não acontecia desde 1999. As razões são várias, segundo disseram ao DN os responsáveis sindicais José Abraão (da FESAP) e Helena Rodrigues (do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado), que apresentam como principais motivos o congelamento dos salários há vários anos, o congelamento das carreiras na Função Pública e os cortes a que ficam sujeitos aqueles que escolhem reformar-se antecipadamente.

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Refrigerantes e bebidas açucaradas mais caros a partir de quarta-feira

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2017

A medida prevista no Orçamento do Estado para este ano vai entrar em vigor na quarta-feira. A Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas considera a medida "discriminatória".

A tributação dos refrigerantes e das bebidas açucaradas vai aumentar a partir de quarta-feira, uma subida prevista na lei do orçamento e que agora entra em vigor, estimando o Estado arrecadar 80 milhões de euros este ano.

A título de exemplo, uma garrafa de refrigerante vai ficar 15 cêntimos mais cara se tiver um teor de açúcar de até 80 gramas por litro e vai encarecer 30 cêntimos se o teor de açúcar for acima daquele valor, aumentos que já incluem o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado).

Uma das novidades criadas com o Orçamento do Estado para 2017 foi a tributação dos refrigerantes e das bebidas açucaradas em sede de Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), o que mudou o nome do imposto, que passou a ser imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes.

A partir de quarta-feira, ficam sujeitas a este imposto as bebidas não alcoólicas destinadas ao consumo humano adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes, as bebidas com um teor alcoólico superior a 0,5% vol. e inferior ou igual a 1,2% vol. (como os vinhos de uvas frescas, os vermutes, a sidra e o hidromel).

Também bebidas não alcoólicas como águas, incluindo as minerais e as gaseificadas, adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas passarão a ser tributadas, sendo a receita consignada à sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.

Quanto às taxas do imposto a que estes produtos vão ficar sujeitos, será de 8,22 euros por hectolitro (100 litros), no caso das bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro, e de 16,46 euros por hectolitro para as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior àquele limite.

Medida “discriminatória”

A Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas considera o imposto sobre refrigerantes com açúcar uma medida “discriminatória” e que pode ameaçar a sustentabilidade da indústria nacional devido ao diferencial fiscal com Espanha.

Fonte oficial da associação disse à Lusa que “opção pela via fiscal na procura de ganhos para a saúde é, do ponto de vista da PROBEB [Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas] e face ao que mostram muitos dos estudos disponíveis, de eficácia muito duvidosa e claramente penalizadora da indústria nacional de bebidas”.

Por isso, considerou que “a sustentabilidade da indústria nacional será ameaçada pela brutalidade do diferencial fiscal com Espanha e devido aos elevados riscos associados à emergência de mercados paralelos”.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Hoje é o último dia de negociação dos direitos do aumento de capital do BCP em bolsa. E é também dia de conhecer os dados provisórios do desemprego em Portugal no final do ano passado.

Acaba hoje o período de negociação dos direitos do aumento de capital do BCP na Euronext Lisboa, no mesmo dia em que ficamos a conhecer os dados provisórios do emprego e desemprego em dezembro. Lá fora, Espanha divulga a evolução do PIB no quarto trimestre do ano passado e o Banco do Japão dá início a uma reunião de política monetária, que vai prolongar-se até terça-feira.

Fim da negociação dos direitos do BCP

Chega hoje ao fim o período de negociação dos direitos do aumento de capital do BCP em bolsa, numa altura em que estão a negociar nos 73,4 cêntimos. Depois de hoje, haverá ainda um período em que poderão ser feitas transações fora do mercado. O fim do período de subscrição de direitos termina a 2 de fevereiro e o anúncio da afetação de direitos e pagamento dos mesmos será a 3 de fevereiro. No dia 9, arranca a transação das novas ações.

Como vai a confiança da Zona Euro?

O Eurostat divulga esta manhã o índice que mede o sentimento empresarial e dos consumidores na Zona Euro, relativo a janeiro. Este índice, que em dezembro alcançou o registo mais elevado desde março de 2011, é um indicador útil para medir o pulso à evolução do PIB da região que continua a ser impulsionada pelas medidas de estímulos do Banco Central Europeu.

Espanha presta contas

Os serviços de estatística espanhóis vão divulgar a evolução do PIB no quarto trimestre do ano passado. Os analistas da Bloomberg preveem que a economia espanhola tenha crescido 0,7% nos últimos três meses do ano passado, o mesmo crescimento registado no terceiro trimestre.

INE divulga estatísticas do emprego

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os dados provisórios do emprego e desemprego relativos a dezembro. Em outubro, a taxa de desemprego fixou-se nos 10,6%, naquela que foi a primeira queda depois de três meses de estagnação.

Começa a reunião de política monetária do Banco do Japão

O Banco do Japão inicia hoje uma reunião de política monetária que irá prolongar-se até terça-feira. Os economistas consultados pela Bloomberg não esperam que haja qualquer alteração à política monetária que tem sido praticada pelo banco central japonês, numa altura em que a inflação continua a desiludir, com os preços a caírem 0,4% em novembro. Para fazer face a este cenário e alcançar uma inflação de 2%, o Banco do Japão tem a decorrer um programa de compra de ativos, no valor de 80 biliões de ienes.

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Tem direitos do BCP, mas não vai exercê-los? É melhor vender

Uma semana depois da entrada em bolsa, esta segunda-feira chega ao fim a negociação dos direitos do BCP em bolsa. Se não quer participar, tem até hoje para vender. Caso contrário, perde o dinheiro.

Pouco mais de uma semana depois da entrada em bolsa, chega esta segunda-feira ao fim o período de negociação dos direitos do aumento de capital do BCP em mercado regulamentado. Ainda há muitos investidores que não transacionaram direitos. Se uns não o fizeram porque vão participar na operações, outros não o farão. Se não pretende investir nesta emissão tem até hoje para os vender sob pena de perder o valor destes.

Foram admitidos à negociação 944 milhões de ações. Por cada ação foi emitido um direito de subscrição para os novos títulos que chegarão ao mercado nas primeiras semanas de fevereiro. Contudo, uma semana depois do arranque da negociação destes direitos em bolsa, apenas um quarto dos títulos trocaram de mãos em bolsa.

Mas porquê? O volume pode traduzir, em grande parte, o facto de os maiores acionistas do banco liderado por Nuno Amado — Fosun e Sonangol — não quererem desfazer-se dos direitos que lhes foram atribuídos. Muito pelo contrário: a Fosun fez saber que iria aproveitar o aumento de de capital para chegar aos 30%. E os angolanos disseram que iriam acompanhar. “A pouca negociação dos direitos mostra o sentimento dos investidores, que preferem o aumento de capital”, diz João Tenente, gestor da corretora XTB.

"A pouca negociação dos direitos mostra o sentimento dos investidores, que preferem o aumento de capital”

João Tenente

Gestor da XTB

Contudo, há muitos outros investidores, nomeadamente os pequenos investidores, que mantêm estes direitos em carteira e não pretendem participar no reforço de capital de 1.330 milhões de euros do BCP. Se ficarem com estes títulos, perdem simplesmente o dinheiro correspondente a esses direitos que foram destacados da cotação do banco.

Contudo, nem sempre vender compensa. A perda até pode ser menor do que vender os direitos tendo em conta que para o fazer é necessário dar ordens de bolsa que estão sujeitas a comissões. Os custos de transação podem ser elevados face ao valor de realização.

No entanto, no caso do BCP, tendo em conta que o valor dos direitos é elevado, até “poderá valer a pena”, nota a equipa de research do BiG. Assim, se as comissões forem baixas, como acontece nos bancos online, poderá compensar. Por exemplo, caso os direitos estejam a negociar acima de 70 cêntimos, a partir de dez direitos já poderá valer a pena dar ordem de venda em bolsa.

Desconto? Há, mas pode desaparecer

Sempre que há uma operação deste tipo, os investidores têm oportunidade de ganhar com estratégias de arbitragem. Mas o que é? É o aproveitamento que os investidores podem fazer das diferenças de preços entre dois ativos correlacionados. Neste caso, os títulos do BCP e os direitos do aumento de capital. Desde o primeiro dia em que os direitos se estrearam em bolsa, verificou-se uma diferença entre o preços das ações e os direitos que vão permitir comprar novas ações do aumento de capital do BCP, com os direitos “baratos” face às ações.

Mas este efeito costuma ser temporário e a diferença começa a diminuir à medida que o prazo de negociação se aproxima do fim. O mercado acaba por reconhecer que o valor dos ativos tem de ser o mesmo, o que acabará por levar as cotações a uma situação de equilíbrio. Na última sessão da semana passada, os direitos subiram 8,74% para 73,4 cêntimos, corrigindo de três sessões de queda. E puxaram pelas ações até aos 15,33 cêntimos.

Cada direito permite a subscrição de 15 novas ações ao preço de 9,4 cêntimos. O valor do fecho de sexta-feira coloca o preço implícito de cada nova ação (emitida no âmbito do aumento de capital no valor de 1.330 milhões) nos 14,25 cêntimos. Ou seja, comprar as novas ações ficaria 7,02% mais barato do que comprar as atuais que estão no mercado — uma diferença que já foi de 10%. Consulte aqui a calculadora do ECO para otimizar a sua estratégia de investimento no aumento de capital.

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Zero. A nova taxa dos depósitos a prazo

De queda em queda, as taxas das aplicações a prazo dos bancos estão praticamente em zero. É uma realidade nos grandes bancos que está a alastrar-se para os mais pequenos. Alternativas? Há, mas poucas.

Poupar? Sim, é preciso. Mas é cada vez mais difícil encontrar um lugar seguro para o dinheiro que se vai amealhando com uma taxa minimamente atrativa. Os juros das tradicionais aplicações a prazo estão em queda há já algum tempo, mas nunca estiveram tão baixos como agora. Em alguns bancos, o dinheiro a prazo já não rende mesmo nada. Bem-vindo à nova taxa dos depósitos a prazo: zero.

Se em plena “guerra de spreads” foi possível contratar crédito à habitação com spreads de zero, também houve momentos em que a banca “lutava” pelas poupanças dos portugueses. Foi na célebre altura dos “super-depósitos”. As taxas chegaram a 5% e 6%, sendo que a taxa média mais elevada alguma vez registada foi de 4,53%. Foi há mais de cinco anos, mas desde então as taxas não pararam de cair. Baixaram dos 4%, dos 3%, 2% e até de 1%.

Juros dos depósitos em queda acentuada

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Fonte: BCE

A taxa média praticada pelos bancos está em 0,34% (dados de novembro do Banco de Portugal), o nível mais baixo de sempre. É o resultado da política de taxas extremamente baixas implementada pelo Banco Central Europeu, que atirou os juros para baixo de zero. Os bancos não podem cobrar pelos depósitos, mas podem não dar nada pelas poupanças. Essa realidade começou com o BPI, já em novembro de 2015, mas está a acentuar-se.

A CGD, o banco que mais cortou as taxas de juro nas aplicações a prazo no último ano, vai, em breve, acentuar a descida nas taxas, com alguns dos produtos a passarem para zero de remuneração. Já o BCP, o segundo maior banco do sistema financeiro nacional a seguir ao banco do Estado, prepara-se também para colocar alguns depósitos com taxas de 0,01%.

Melhores ofertas com taxas de quase zero

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Fonte: Bancos

“A tendência é remunerar perto de zero”, diz Filipe Garcia ao ECO. “E só não será abaixo por imposição legal”, uma vez que a taxa de remuneração de um depósito não pode, em quaisquer circunstâncias, ser negativa, de acordo com o regulador do setor, lembra o economia da Informação de Mercados Financeiros (IMF).

É possível que a tendência [de juros zero nos depósitos a prazo] continue a alastrar-se. As taxas de juro dos depósitos têm-se movimentado em linha com as taxas de juro de referência do BCE e não há expectativas de que estas venham a aumentar tão cedo.

Paula Gonçalves Carvalho

Economista-chefe do BPI

Entre os grandes bancos, as taxas para aplicações a um ano variam entre… zero e 0,15%, antes dos cortes previstos — só o Novo Banco destoa, com um juro bruto anual de 0,5%. Mas mesmo os bancos mais pequenos já não dão juros muito atrativos. “Os bancos de menor dimensão têm vindo, paulatinamente, também a convergir as taxas de depósitos para valores mais baixos e perto de zero”, refere Filipe Garcia.

“É possível que a tendência [de juros zero nos depósitos a prazo] continue a alastrar-se”, salienta Paula Gonçalves Carvalho. “As taxas de juro dos depósitos têm-se movimentado em linha com as taxas de juro de referência do BCE e não há expectativas de que estas venham a aumentar tão cedo”, nota a economista-chefe do BPI ao ECO.

"Nesta altura, para a maioria dos portugueses, é mais importante estar atento ao comissionamento a que estão sujeitos (ao que pagam) do que às taxas de depósito (o que recebem).”

Filipe Garcia

Economista da IMF

Mesmo bancos como o Bankinter dão taxas de 0,1%. O BBVA dá 0,15%, sendo comum juros de 0,2% ou 0,3% — mesmo o Banco CTT, há pouco tempo no mercado, dá 0,35%. São juros muito baixos que não pagam, nem de perto nem de longe, o aumento do custo de vida estimado para este ano. O Governo prevê que a a inflação atinja os 1,5% em 2017. Nem mesmo o único depósito que dá mais de 1%, do Banco Invest (1,75%), impede que se perca poder de compra.

“Nesta altura, para a maioria dos portugueses, é mais importante estar atento ao comissionamento a que estão sujeitos (ao que pagam) do que às taxas de depósito (o que recebem)”, nota Filipe Garcia. É que se os depósitos pagam muito pouco, as comissões estão cada vez mais altas. Ter uma simples conta à ordem custa dezenas de euros ao ano.

À procura das taxas… no Estado

A remuneração oferecida nos depósitos a prazo é de tal forma baixa que os aforradores estão a preferir ter o dinheiro disponível na conta à ordem. No final do ano passado, os valores à ordem ascendiam a 43.302 milhões de euros, um recorde. 30,5% dos depósitos detidos pelos portugueses não têm qualquer remuneração. Já os montantes em depósitos a prazo ascendiam a 98.657 milhões de euros, o valor mais baixo desde agosto de 2011.

O montante aplicado em depósitos voltou a crescer no ano passado, mas a um ritmo mais lento. No final do ano, as famílias tinham um total de 142.222 milhões de euros junto dos bancos, segundo dados do Banco Central Europeu (BCE). Ou seja, mais 2.048 milhões face aos 140.174 milhões que estavam depositados no final de 2015, essencialmente em resultado do aumento dos valores à ordem.

O saldo dos depósitos cresceu, menos de metade do registado no ano anterior. Por seu lado, o Estado viu disparar o montante aplicado pelas famílias nos seus produtos de poupança. Captou quase sete mil milhões de euros, contando com um grande empurrão das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Só com este produto obteve 3.450 milhões de euros nas três operações lançadas durante o último ano.

Estado bate bancos

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Fonte: IGCP e BCE

“O sucesso das emissões de OTRV e outros produtos de poupança do Tesouro, como os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), são reflexo da busca de alternativas por parte dos portugueses”, diz Filipe Garcia. “Não há muito mais alternativas com as mesmas características e as famílias apreciam a flexibilidade dos depósitos“, acrescenta.

Há esse apetite crescente por outros produtos, mas a fuga de depósitos não deverá ser uma realidade. “Atendendo às alternativas de aplicação, com risco idêntico, não me parece que exista esse risco”, refere Paula Gonçalves Carvalho. E se “o setor precisar de depósitos poderá sempre subir as taxas”, remata Filipe Garcia.

“Mas caso ocorresse um movimento de redução dos depósitos, o setor está hoje menos vulnerável do que no passado, pois está menos alavancado”, salienta a economista-chefe do BPI. “Temos vindo a assistir ao encolher do crédito concedido pela banca enquanto os depósitos se mantiveram praticamente inalterados. Em 2010, por cada unidade depositada concedia-se cerca de 1,4 vezes mais crédito. Atualmente a relação é praticamente de um para um”.

Mais juros? Só com risco

Com os depósitos a pagarem nada, ou quase nada, há o Estado que dá em torno de 2% nas OTRV e 2,25% anuais, em média, nos CTPM. Juro mais elevados é difícil de encontrar em produtos sem risco, que são habitualmente os preferidos dos portugueses para as suas poupanças. “Não há muitas alternativas para a mesma classificação de risco, sobretudo até aos 100 mil euros”, nota Filipe Garcia.

“Os produtos de poupança do Tesouro, os depósitos especiais (estruturados) e os fundos de investimento mais defensivo são as alternativas a considerar, todos com características diferentes, nomeadamente ao nível da rentabilidade, garantias e liquidez”, aponta o economista da IMF. Os fundos de tesouraria foram, de resto, a categoria que mais dinheiro captou no último ano, mas não evitaram que tivessem saído quase mil milhões de euros da indústria, um máximo desde a troika.

Fundos? Portugueses fogem

Fonte: Bloomberg
Fonte: APFIPP

“As alternativas escasseiam”, nota Paula Gonçalves. “E quando surgem aplicações com cenários de rentabilidade que descolam do zero, tipicamente não têm retorno garantido ou têm implícito um maior risco associado”, alerta. “Por isso, ou se aceitam taxas de rendibilidade muito baixas, ou se opta por assumir um perfil de risco um pouco mais agressivo, diversificando a carteira para produtos sem retorno garantido”. Sejam ações ou fundos de ações, sejam obrigações de empresas mais arriscadas, ou fundos mistos.

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Marques Mendes: Lone Star deixa cair garantias no Novo Banco

A Lone Star deverá abandonar a exigência de garantias estatais nas negociações para a compra do Novo Banco, diz o comentador. Se isso acontecer será "uma vitória do Governo".

A Lone Star foi apontada como favorita na compra do Novo Banco. Marques Mendes diz que há sinais de que o fundo norte-americano quer mesmo ficar com o banco, de tal forma que estará disponível para com o aprofundamento das negociações deixar cair a exigência de garantias estatais, algo que o Governo não pretendia dar.

Sobre o Novo Banco, Luís Marques Mendes disse, no comentário semanal na SIC, que “todos os sinais apontam para que os americanos da Lone Star querem mesmo ficar com o banco”. Estão a “investir na melhoria da sua imagem”, o que, como ECO avançou, passa pela contratação da Líbano Monteiro para assessorar a operação. “E já admitem “ter alguns parceiros nacionais” para comprarem o banco.

Mas mais importante que isso é que “estarão disponíveis para deixarem cair a exigência da garantia de Estado. Se isso se concretizar, é uma boa vitória do Governo que tinha colocado aqui uma linha vermelha“. O próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou que a venda deveria ser feita sem essa garantia.

Para além da oferta de 750 milhões de euros pelo Novo Banco — e uma injeção de 750 milhões — o fundo Lone Star exigia garantias ao Estado na ordem dos 2,5 mil milhões — um valor de que o fundo diz nunca ter ouvido falar. Estas garantias servem para cobrir o risco associado ao chamado “side bank” do Novo Banco, ou seja os ativos não rentáveis que estão no balanço por cerca de nove mil milhões de euros.

O problema com a garantia era o impacto nas contas públicas. É que essa garantia pode ameaçar o défice, daí que Mário Centeno tenha vindo afirmar que não está disposto a vender o banco com condicionantes como é a existência desse “seguro” para os fundos que é um risco elevado para Portugal. Essa posição é vincada pelas declarações do ministro das Finanças que perante as garantias deixou em aberto a porta da nacionalização do Novo Banco.

(Notícia atualizada às 22h00 com mais informação)

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Depois da TSU, a Carris. Se houver problema “é caso para alarme”

Luís Marques Mendes diz que a troca da TSU pelo PEC foi "a solução possível". Mas deixa uma marca que é a de fragilização do Governo. E se houver problema com a Carris, será "caso para alarme".

 

A TSU foi chumbada no Parlamento. O Governo de António Costa revolveu rapidamente o problema com a troca pela descida no Pagamento Especial por Conta (PEC), mas este episódio fragilizou a geringonça, diz Luís Marques Mendes. E caso haja outros episódios, seja com a Carris, seja com as PPP da Saúde, poderá ser “caso para alarme”.

Na crise da TSU, temos dois planos distintos”, diz Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC. Por um lado, a troca da “medida para resolver o impasse que foi a solução possível”. “Tem o mérito de ter sido rápido”, mas existe um segundo plano, que é o do impacto que tem na imagem do Executivo.

“Isto deixa uma marca que é a de fragilização do Governo, por culpa própria. O Governo foi imprudente ao não ter acautelado a aprovação no Parlamento. Teve uma derrota”, diz. “Isto tem efeito na ideia de solidez da geringonça. Foi o primeiro problema que Costa teve”. “Parecia à prova de bala, mas afinal houve um golo na própria baliza. Criou-se a ideia de instabilidade”.

Pode ter consequências? “Se for isolado, não há consequências. Agora, suponha que há uma crise com Carris ou as PPP da Saúde, isto passa a haver um ambiente de pré-crise política“, alerta. O PCP pediu ma apreciação parlamentar do decreto-lei onde o Governo transfere a gestão da Carris para o Município de Lisboa que pode criar uma nova maioria negativa.

Na Carris, no entanto, Marques Mendes diz que não acredita que haja problemas na geringonça. “Não acredito que haja, mas se houver, haverá caso para alarme“, refere o comentador. Aumentará, nesse caso, a incerteza sobre a sustentabilidade desta maioria, o que acabará por traduzir-se numa maior pressão dos investidores sobre os juros da dívida nacional que estão em níveis preocupantes.

A questão dos juros da dívida é o problema mais sério que temos. Tenho dificuldade em perceber que responsabilidade políticos desvalorizarem esta subida. Os juros passaram a barreira dos 4%”, disse, depois de uma semana em que Mário Centeno, o ministro das Finanças, afirmou que esta volatilidade nas taxas iria desaparecer, notando que que o financiamento de Portugal está “sob controlo”.

Marques Mendes diz que o problema não é dramático como o foi em 2011, “mas é preocupante. É diferente porque há o BCE. Se não ajudar, é um problema”, referiu, utilizando gráficos para demonstrar o agravamento dos juros nacionais perante outros países alvo de resgate e a Alemanha. E isto acontece, em grande medida, “porque o crescimento económico é fraco, e porque temos uma dívida publica elevada. Os credores ficam assustados”.

“Têm que ser feitas reformas no sentido de acelerar o crescimento da economia”, rematou Marques Mendes que, contudo, sublinhou o resultado positivo obtido pelo Governo com o défice que até pode ser mais baixo do que o anunciado. “Pela análise dos dados, o défice pode ficar abaixo dos 2,3%. É possível chegar a um défice bem abaixo dos 2,3%. É bom porque tem uma tradução para as pessoas. Menos défice é menos dívida. E depois, menos impostos”, notou.

Marques Mendes diz, no entanto, que “ficava bem ao Governo assumir que teve um grande resultado no défice, mas que parte foi obtido com o PERES. E a oposição não tem autoridade para criticar porque o recurso a medidas extraordinárias aconteceu em todos os governos”. Acrescenta que devia haver a humildade e seriedade, de António Costa e do PS em “cumprimentar o governo de Passos Coelho pelo que fez. E também ficava bem ao PSD e CDS cumprimentarem PS porque este foi um resultado importante. Há um ano ninguém acreditava.

(Notícia atualizada às 21h39 cm mais informação)

 

 

 

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Hamon bate Valls. Socialistas já têm candidato

  • ECO
  • 29 Janeiro 2017

As sondagens apontam para que Benoît Hamon tenha vencido as primárias, posicionando-se como o candidato da esquerda nas presidenciais francesas.

Entre Manuel Valls e Benoît Hamon, Hamon saiu vencedor. É o que indicam os primeiros resultados avançados pelas agências noticiosas, colocando-o como o candidato da esquerda na corrida às presidenciais francesas.

Os números conhecidos ao início da noite colocam Hamon como vencedor, com 58,65% dos votos. Terá assim conseguido derrotar Manuel Valls. O ex-primeiro-ministro terá obtido 41,35% dos votos.

O antigo ministro da Educação, Benoît Hamon, de 49 anos, pertencente à ala mais à esquerda do Partido Socialista francês é, assim, o candidato de esquerda às presidenciais de França.

Não tem, contudo, garantias de conseguir chegar à segunda volta das presidenciais, uma vez que a campanha a ser dominada pela direita (François Fillon) e pela extrema-direita (Marine Le Pen).

As intenções de voto colocam-no muito atrás da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, atrás do conservador François Fillon, mas também do ex-ministro de esquerda (entretanto reposicionado ao centro) Emmanuel Macron e do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon.

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PSD: Pode haver “uma solução melhor” para a Carris

  • Lusa e ECO
  • 29 Janeiro 2017

O PCP pediu uma apreciação parlamentar da transferência da Carris para a Câmara de Lisboa. O PS diz que está tranquilo, já o PSD congratula-se com a decisão que poderá levar a uma "solução melhor".

António Prôa, o vereador do PSD na Câmara de Lisboa, defende que a apreciação parlamentar da transferência da Carris para a autarquia da capital pedida pelo PCP é uma oportunidade para ser encontrada “uma solução melhor”.

“Espero que esta seja uma oportunidade para que seja encontrada uma solução melhor para a Carris, porque esta não garante que o serviço que presta seja salvaguardado nem os riscos financeiros para o município”, afirmou à Lusa António Prôa.

O vereador social-democrata desconhece como o PSD votará a apreciação parlamentar suscitada pelo PCP noticiada pelo ECO, sublinhando que é ainda desconhecido em que sentido a reapreciação do diploma irá, podendo ser para a cessação de vigência ou para alteração do diploma.

O PCP, através do deputado Bruno Dias, anunciou no dia 18 de janeiro na Assembleia da República, durante um debate de urgência sobre transportes, que iria suscitar a apreciação parlamentar do diploma que transferiu a Carris para a Câmara de Lisboa.

Para o vereador do PSD António Prôa, “não ficou demonstrado que a Câmara de Lisboa pudesse comportar os riscos do acréscimo de responsabilidades financeiras” que a medida comporta.

“Tenho esperança de que se possa apresentar uma solução mais responsável que contrarie esta pressa eleitoralista que influenciou muito esta solução”, afirmou o vereador, que acusa o autarca da capital, Fernando Medina (PS), de “alguma arrogância” neste processo, em que não houve, diz, “diálogo com a oposição”.

"Não ficou demonstrado que a Câmara de Lisboa pudesse comportar os riscos do acréscimo de responsabilidades financeiras.”

António Prôa

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Lisboa

António Prôa considera que transferir a Carris para a esfera da autarquia é uma decisão “muito pesada” não só do ponto de vista financeiro, mas de organização, e insiste que não foi demonstrado que os riscos da medida estivessem controlados.

Uma das objeções do PCP, expressa no pedido de apreciação parlamentar, é o princípio segundo o qual “nas áreas metropolitanas os transportes devem ter uma resposta metropolitana”.

“Como o PCP sempre defendeu, a Câmara Municipal de Lisboa deve ter um papel mais ativo na empresa, nomeadamente ao nível da rede e da oferta. Mas a Carris não serve apenas a cidade de Lisboa. Serve diretamente outros concelhos, como Almada, Amadora, Loures, Odivelas e Oeiras. Tem até a sua sede em terrenos de outro concelho”, sustentam.

A municipalização da Carris “acabará por transformar-se numa nova oportunidade para impor taxas, tarifas e impostos aos cidadãos – pelas mais diversas vias, desde o aumento do IMI ao pagamento do estacionamento -, quer aos munícipes de Lisboa quer àqueles que à cidade se deslocam por questões de trabalho, escola, lazer ou outras”.

Por outro lado, os comunistas consideram que “é no setor empresarial do Estado que os direitos dos trabalhadores da Carris melhor estão garantidos (não esquecendo que o melhor garante dos direitos dos trabalhadores são os próprios trabalhadores, a sua unidade, a sua determinação e a sua luta)”.

“As transferências de competências para as autarquias sem os devidos recursos financeiros têm sido um primeiro passo preparador de ‘inevitáveis’ privatizações/concessões e da imposição de um caminho de crescente mercantilização dos serviços públicos, com uma pressão constante para arrancar mais receitas aos utentes e pagar menos aos trabalhadores”, lê-se no pedido de apreciação parlamentar.

O PCP lembra o “conjunto de promessas” anunciadas, reconhecendo que “muitas dessas medidas são, naturalmente, de sinal positivo”, como a redução dos passes para reformados, mas salienta a “forma opaca como o processo está a ser conduzido e apresentado”.

O PS manifestou-se tranquilo e aberto ao diálogo relativamente ao pedido de apreciação parlamentar do PCP e sublinhou que os comunistas já tinham anunciado essa intenção.

“Vamos esperar para conhecer as propostas do PCP, mas estamos abertos ao diálogo. Já estávamos à espera, porque o PCP anunciou essa intenção no debate que houve sobre transportes”, afirmou à Lusa o deputado João Paulo Correia, frisando que os socialistas não foram surpreendidos.

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