Vieira da Silva: Decisão do PSD será “colossal tiro no pé”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 25 Janeiro 2017

Ministro Vieira da Silva critica o PSD e garante que o acordo de concertação social foi aceite "sem chantagens".

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje que a decisão anunciada pelo PSD, de chumbar a baixa da TSU para empresas com salários mínimos, não representa um “murro na mesa” mas acredita que será “um colossal tiro no pé”.

Para Vieira da Silva, há quem tenha identificado estas “piruetas políticas” como um “murro na mesa do marasmo da oposição” mas, o que está em causa, é um “ataque” à concertação social e uma “penalização de dezenas de milhares de empresas e instituições”.

Vieira da Silva falava no debate parlamentar que incide sobre o decreto-lei que reduz as contribuições das empresas com salários mínimos, decidida em concertação social como contrapartida ao aumento desta remuneração para 557 euros, já em vigor.

O ministro do Trabalho criticou a posição do PSD, e instou o partido a dizer o que pensa verdadeiramente sobre o aumento do salário mínimo.

Numa carta dirigida a algumas associações patronais, o PSD acusou o Governo de chantagear os parceiros sociais, mas Vieira da Silva garantiu hoje que o acordo de concertação social foi aceite “sem chantagens”. E voltou a salientar que a medida foi negociada num contexto de aumento “extraordinário” (de 27 euros) do salário mínimo, que não deixa de ser um esforço “exigente” para as empresas, sobretudo as de menor dimensão. E é sobretudo para estas que se dirige, salientou de novo.

De acordo com Vieira da Silva, as instituições sociais não estão afastadas do apoio, aludindo assim a uma afirmação de Marco António Costa que, em dezembro, defendia que a redução das contribuições também devia chegar às IPSS. O governante indicou que 2.827 instituições sociais já beneficiaram deste apoio.

Para o ministro, o acordo de concertação social alcançado “é um bom acordo para o país” e é equilibrado. O ministro criticou aqueles que preferem o “triunfo da tática sobre a substância” mas diz que se percebe para quem está “atolado num lodaçal de contradições”. Fica demonstrado “que o PSD de hoje não tem a mesma posição que o PSD de ontem”, vincou.

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Aumento de capital? É “positivo” para o BCP, diz a Fitch

O banco liderado por Nuno Amado está a realizar um aumento de capital de 1.300 milhões de euros, operação que merece o reconhecimento da Fitch que reiterou o "rating" de "BB-".

A Fitch reiterou a classificação da dívida emitida pelo BCP. Reafirmou o “rating” de “BB-“, um nível de “lixo”, após o lançamento da operação de aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros. É um reforço de capital que a agência de notação financeira considera “positivo”, mas o banco liderado por Nuno Amado continua a ter fragilidades.

“A reafirmação do rating surge na sequência do anúncio do banco de que vai realizar um aumento de capital de 1.330 milhões de euros através da emissão de novas ações. A Fitch acredita que este aumento de capital é positivo para o perfil de risco do banco”, refere a agência de notação financeira numa nota citada pela Bloomberg.

É positivo no sentido em que, com este montante, o banco “vai devolver a ajuda no valor de 700 milhões de euros do Estado”, o que permitirá ao BCP “melhorar a sua posição de solvabilidade e afastar a pressão nos seu rating devido à erosão da sua base de capital”, nota.

Contudo, a Fitch continua a ver problemas no banco liderado por Nuno Amado, o que está implícito, de resto, na classificação de lixo atribuída à dívida emitida pelo BCP. “A capitalização do banco continua vulnerável à grande exposição que tem a ativos problemáticos”, alerta. Os créditos em riscos reapresentavam 19,6% dos empréstimos totais no último exame da EBA.

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Nem a EDP Renováveis deu luz à EDP

  • Leonor Rodrigues
  • 25 Janeiro 2017

Nem os ganhos da EDP Renováveis, nem os da Galp Energia,foram suficientes para suportar o índice português. Depois do corte da avaliação da EDP pelo Haitong, a elétrica cedeu. O PSI-20 caiu.

A bolsa portuguesa terminou a sessão em terreno negativo. Os ganhos da EDP Renováveis e da Galp Energia não foram suficientes para manter o PSI-20 acima da linha de água, com a EDP a pesar no desempenho do índice nacional num dia de ganhos nos restantes mercados da Europa.

O PSI-20 fechou a sessão desta quarta-feira a desvalorizar 0,07% para os 4.573,73 pontos. A EDP foi a grande responsável pelas perdas, que recuou 1,1% para os 2,70 euros por ação. As perdas acontecem depois de o Haitong cortar a avaliação da empresa liderada por António Mexia, ainda que mantenha a sua recomendação de comprar e a considere demasiado “barata”. Para este corte o banco de investimento considerou a pressão sobre a EDP Renováveis depois das eleições nos EUA e ainda o aumento da energia nuclear em Espanha.

Esta queda da EDP ofuscou os bons desempenhos da EDP Renováveis e da Galp Energia. A empresa liderada por Manso Neto avançou 2,3% para os 6,10 euros, já a Galp Energia valorizou 0,9% (14 euros por ação), sendo que também a Jerónimo Martins valorizou: 0,2% para os 15,65 euros.

Desta forma, e num novo dia de queda do BCP (0,53%), com os direitos a desvalorizarem 2,5%, para os 0,78 euros, Lisboa contrariou a tendência da Europa. O PSI-20 foi o único índice que não seguiu a tendência de ganhos das principais praças europeias: a bolsa de Madrid valorizou 1,82%, a de Frankfurt 2% e a de Londres 0,32%.

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Natixis: Dívida elevada trava subida de rating em 2017

Portugal está a crescer a um ritmo superior. E apesar do défice controlado, a fatura da dívida continua elevada, o que dificilmente permitirá que o país saia do nível de "lixo" nas agências de rating.

O PIB deu a volta. Acelerou o terceiro trimestre para um ritmo anual de 1,6% em 2016, devendo manter esse ritmo este ano. E o défice está a encolher. Mas isso não quer dizer que esteja tudo bem, nota o Natixis. É que Portugal continuará a ter uma dívida muito elevada, situação que, diz o banco de investimento, deverá impedir uma revisão em alta do rating. Ainda assim, também não deverá descer.

O crescimento do PIB deverá continuar em 2017, antes de atingir um ritmo de crescimento de 1,5% em 2018. “Depois de uma quebra acentuada em 2016, o investimento deverá acelerar e ser a chave do crescimento da economia em 2017“, diz o Natixis. “Além disso, graças às condições externas favoráveis, a balança comercial deverá também puxar pelo PIB em 2017”, nota.

Há um contexto positivo para o crescimento. E “o Orçamento do Estado para 2017 tem como objetivo reduzir o défice para 1,6% do PIB no final do ano, o mais baixo em 40 anos”, mas o banco de investimento francês também vê problemas. E o principal é o elevado nível de endividamento da economia nacional.

Apesar da melhoria a nível orçamental, o fardo da dívida pública (o rácio da dívida está em 129% do PIB)” continuará a travar o país. E irá ser uma barreira à revisão em alta do rating português. “Não irá permitir uma subida, mas também não levará a um corte, na classificação atribuída ao país pelas agências de notação financeira“.

A dívida portuguesa é lixo para as três maiores agências de rating. Só a DBRS tem uma classificação acima desse nível, o que é suficiente para que Portugal esteja elegível para as compras de dívida que estão a ser realizadas pelo Banco Central Europeu e que têm permitido que os juros se mantenham sob controlo. A taxa a dez anos está em torno de 3,8% a 3,9%.

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Trump congela plano ambiental que protege americanos da poluição

  • Ana Luísa Alves
  • 25 Janeiro 2017

Foram congelados os contratos de proteção ambiental da agência EPA, a pedido da administração do presidente norte-americano. Mas este congelamento é para sempre? Há mais questões por responder.

A Environmental Protection Agency (EPA) congelou todos os contratos, a pedido da administração de Trump, e impediu os seus empregados de falar sobre o assunto em público ou para a imprensa. A notícia foi avançada pela ProPublica, que se dedica ao jornalismo de investigação, e publicada também pelo Huffington Post e pela Business Insider, que alegam ter recebido informação da EPA que chegou de forma anónima.

A principal função da EPA é proteger os americanos de gases poluentes, presentes no solo, ar e água. Grande parte desse trabalho acontece através de empresas privadas contratadas para o efeito pela EPA, como as entidades que verificam a qualidade dos solos e da água.

A Business Insider tentou contactar a agência norte-americana para confirmar a veracidade da informação, bem como para confirmar um relato de que o presidente Donald Trump tinha impedido a agência de financiar a sua própria ciência mas, até ao momento, ainda não obteve resposta.

Há perguntas que ainda estão por responder: o congelamento destes contratos atinge os 6,4 mil milhões de dólares em contratos ativos que a EPA tem neste momento a decorrer? Este congelamento é temporário ou definitivo? Os projetos feitos pela EPA, daqui para a frente, sofrerão alguma alteração? Mas a administração do mais recente presidente eleito ainda não deu qualquer resposta.

Tal como a Business Insider já tinha noticiado, este tipo de agências fornece informação relevante para cientistas e para quem trabalhe com assuntos relacionados com as alterações climáticas. Mas, segundo avança o site norte-americano, a presidência de Trump é pouco sensível a estes temas, e tem agido com alguma hostilidade para com a EPA.

“Eles estão a tentar congelar contratos para terem a certeza de que nada acontece se eles não quiserem que aconteça. Portanto querem garantir que quaisquer regulações ou contratos estabelecidos daqui para a frente, serão olhados primeiro por eles.

No Huffington Post é ainda possível ler que a administração de Trump deu instruções à EPA para que apagasse a página web relativa ao clima, segundo dois empregados referiram à Reuters, para acabar com as iniciativas levadas a cabo pelo presidente norte-americano anterior, Barack Obama. A página web em questão contém informação com pesquisa e dados acerca do aquecimento global, bem como detalhes sobre as emissões de gases poluentes para a atmosfera. Ainda assim, “desapareceu” da web esta quarta-feira de manhã.

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TSU: PSD acusa Bloco e PCP de quererem “tirar o tapete” ao Governo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 25 Janeiro 2017

Corte da TSU para empresas com salários mínimos está a ser debatida no Parlamento.

O PSD acusou esta quarta-feira o Bloco de Esquerda e o PCP de quererem “tirar o tapete” ao Governo sublinhando que, quando o Executivo anterior aumentou o salário mínimo e reduziu as contribuições das empresas com salários mais baixos, nenhum parceiro da coligação colocou em causa a decisão tomada.

Nenhum dos parceiros da coligação veio ao Parlamento “tirar o tapete ao Governo”, afirmou o líder do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro. E todos sabiam que os social-democratas “não queriam estimular os baixos salários” ou “penalizar a Segurança Social”, afirmou.

Montenegro entende que o primeiro-ministro e as bancadas que suportam o Governo “devem explicações aos portugueses”. E quer saber porque é que António Costa assinou com os parceiros sociais um acordo sem o apoio dos parceiros de coligação. “Foi para abrir uma guerra dentro da geringonça?“, questionou. Ou foram os seus aliados parlamentares “que lhe roeram a corda?”, perguntou mais tarde.

Durante o debate em torno da redução da TSU para empresas com salários mínimos, Montenegro afirmou que é legítimo discordar do Governo mas entende que bem diferente é os parceiros de coligação quererem “revogar” as suas decisões. Esta “é uma maioria de meias tintas?”, questionou. “A geringonça é vossa, vocês é que têm de a pôr a mexer”, vincou ainda.

O PSD já disse que vai chumbar o diploma do Governo mas rejeita críticas de oportunismo, devolvendo-a aos partidos que apoiam o Governo.

Os pedidos de apreciação parlamentar do diploma foram apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP que defenderam o aumento do salário mínimo já em vigor (557 euros) mas criticaram a contrapartida prometida pelo Governo: a redução da TSU para empresas que suportam esta subida.

As duas bancadas apontaram então para outras medidas que entendem que podem ser benéficas para as empresas. Para o deputado bloquista José Soeiro, as pequenas e médias empresas precisam de consumo interno, e, por isso, “o aumento de salários é uma boa notícia”.

“Do que não precisam é de uma fatura energética excessiva, do abusivo pagamento especial por conta ou de uma política de crédito que lhes cobra juros acima do que podem pagar”, afirmou.

E também Rita Rato, do PCP, apontou para a eliminação do PEC e a baixa de custos de energia que, afirmou, não podem ser consideradas contrapartidas.

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Millennials (ainda) veem pirataria e não se arrependem

  • Juliana Nogueira Santos
  • 25 Janeiro 2017

Se pensa que as novas plataformas de streaming vieram mudar os hábitos dos millennials pensa mal. Os millennials continuam ver pirataria e não se sentem culpados, só mudaram a forma como veem.

Se é certo que os hábitos de consumo de entretenimento têm mudado nos últimos anos, há certas coisas que parecem não mudar: mais de metade dos millennials continuam a ver conteúdo pirateado e, desses, cerca de um terço veem esse tipo de conteúdos pelo menos uma vez por mês.

As conclusões são de um estudo feito pela agência de segurança digital Irdeto citado pela eMarketer, no qual também se pode ler que estes não se sentem — de todo — culpados por isso. Assim, 44% dos que veem pirataria dizem que o facto de os produtores de conteúdo perderem dinheiro com esta prática não os demove.

E isto vai ainda mais longe: dos inquiridos, 10% com idades entre 18 e 24 e 14% com idades entre 25 e 34 dizem que a perda de dinheiro das grandes empresas de entretenimento é um dos grandes motivos pelos quais continuam esta prática. Estas são conclusões surpreendentes numa altura em que as alternativas à pirataria são cada vez mais.

Ainda assim, estes dados não são novos, na medida em que vários outros estudos relativos à mesma geração mostraram um panorama muito parecido. A agência Anatomy Media desenvolveu um estudo em meados do ano passado, que apresentou níveis de pirataria ainda mais altos, com 69% dos adultos dos 18 aos 24 anos a verem conteúdo pirateado.

A única mudança significativa que se observa tem a ver com a maneira como os millennials têm acesso aos conteúdos.

Preferências dos millennials relativamente à maneira de aceder a conteúdo pirateado (julho de 2016)

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Enquanto, na década de 2000, quem queria ver um filme ou ouvir uma música transferiam os ficheiros através de torrents, hoje em dia a maioria prefere ter acesso a partir de streams, quer sejam elas em computadores ou em dispositivos móveis. A justificação prende-se com o facto de estes acharem que esta é uma forma menos errada de “piratearem”, visto que não estão a fazer uma transferência concreta para os seus aparelhos.

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May quer oferecer regulação menos rígida a empresas europeias

  • Ana Luísa Alves
  • 25 Janeiro 2017

Para May, Londres poderá tornar-se um paraíso fiscal. Mas, para Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, este é um "enorme erro" e pode custar aos ingleses um acordo justo com a UE.

Os bancos londrinos arriscam perder os privilégios e os acessos para negociar com a União Europeia, a não ser que o governo londrino concorde em cumprir a regulação financeira decidida em Bruxelas, mesmo que isto só aconteça depois de o Reino Unido sair definidamente do bloco.

“É impensável que a União Europeia permita às instituições financeiras com base no Reino Unido o acesso ao mercado europeu para negociar sem standards dinâmicos de futuro sustentáveis para a estrutura europeia”, referiu o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, num comunicado enviado esta terça-feira. “Ao mesmo tempo percebo que, dada a promessa de soberania, isto vai ser uma verdade difícil de aceitar”, acrescentou o presidente.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, assinalou que o Reino Unido vai tentar atrair as empresas e instituições financeiras com uma regulação menos rígida e com impostos mais baixos às empresas se a União Europeia oferecer um acordo de separação que não seja aceite pelo governo britânico.

De Bruxelas também já houve resposta: o passo de May pode dificultar a possibilidade de se chegar a um acordo comercial, e o Reino Unido pode acabar por ter de concordar com uma legislação na qual não vai ter palavra.

Vai ser necessário um período de transição na relação entre os dois lados depois do divórcio da União Europeia para evitar um processo disruptivo que danifique ambas as partes envolvidas, segundo avançou Dijsselbloem. O presidente realçou ainda que dois dos principais tópicos em discussão vão ser as taxas e a relação entre a regulação financeira para os bancos da City, em Londres, e para as demais instituições financeiras no Velho Continente.

“Temos ouvido algumas ameaças sobre a criação de um paraíso fiscal em Londres”, referiu o presidente. “Isso seria um enorme erro, e ficaria longe do acordo comercial justo a assinar para ambas as partes”, sublinhou Jeroen Dijsselbloem.

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Dow Jones brilha em Wall Street

  • Ana Luísa Alves
  • 25 Janeiro 2017

O índice S&P 500 abriu esta quarta-feira com uma valorização de mais de 0,4%, mas foi o índice industrial, o Dow Jones, que ultrapassou os 20.000 pontos, quem mais brilhou no início da sessão.

Esta quarta-feira foi dia de Donald Trump decidir acerca da segurança nacional o que, para o atual presidente dos Estados Unidos, passa pela construção de um muro na fronteira com o México e na limitação do número de pessoas que entram no país. Mas os investidores não parecem assustados: Wall Street abriu no verde.

O principal índice de referência norte-americano, o S&P 500, abriu a terceira sessão da semana com uma valorização de 0,40%, para os 2.290,36 pontos, mas o destaque vai para o Dow Jones, que esta quarta-feira chegou aos 20.000 pontos, e segue com uma valorização de 0,54%.

Depois da boa reação sentida nos mercados com a construção de mais dois oleodutos, o Keystone XL e o Dakota Access — cuja construção obteve ontem as aprovações necessárias para avançar –, hoje a história repete-se e com um novo máximo histórico para o índice industrial.

O índice tecnológico, o Nasdaq, também abriu a subir e regista uma valorização de 0,61% para os 5.635,29 pontos. Estes resultados vêm no seguimento do otimismo verificado em torno das políticas de crescimento económico que o presidente dos EUA quer levar avante. É o chamado rally Trump e tem posto os índices norte-americanos nos valores mais altos desde novembro.

“Estamos a ver os futuros a entrar em euforia, à medida que entra mais dinheiro para o mercado”, disse Drew Forman, trader no Macro Risk Advisors, em Nova Iorque.

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TSU chumbada. Bola passa para o lado do Governo

  • Margarida Peixoto
  • 25 Janeiro 2017

Como esperado, a apreciação parlamentar do corte da TSU terminou com a revogação do diploma. A bola está agora do lado do Governo, que terá de procurar alternativas para os parceiros.

PSD, BE e PCP chumbaram esta quarta-feira, na Assembleia da República, o corte temporário de 1,25 pontos percentuais na taxa social única a cargo dos empregadores. A medida fazia parte do acordo de concertação social, fechado a 22 de dezembro, entre os parceiros sociais e foi a forma encontrada de compensar o patronato pelo aumento do salário mínimo para 557 euros. A bola agora passou para o lado do Executivo.

À saída do plenário, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, recusou-se a adiantar quais são as medidas alternativas que o Governo está a preparar para evitar que o acordo firmado com os parceiros sociais fique esvaziado. “O Governo vai reunir com os parceiros”, disse apenas Vieira da Silva.

O encontro do Executivo com as confederações patronais está previsto ainda para hoje (estará presente o primeiro-ministro, e será às 18h30) e amanhã a questão do chumbo da TSU será debatida na reunião do Conselho de Ministros, sabe o ECO.

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As maiorias negativas que podem deixar o PS na mão

  • Marta Santos Silva
  • 25 Janeiro 2017

A TSU deve ser chumbada esta tarde, mas sobram dois diplomas em que o PS arrisca ficar encurralado. Entre um fim às PPP na Saúde e um bloqueio à lei da Uber, as maiorias negativas podem afirmar-se.

A reversão da posição do PSD surpreendeu em especial o PS: os social-democratas não iriam apoiar a baixa da Taxa Social Única (TSU) paga pelas empresas sobre os trabalhadores que recebem o salário mínimo. Sem o apoio da bancada da direita e com a rejeição já anunciada dos deputados do Bloco de Esquerda, do PCP e do partido ecologista Os Verdes, o PS não terá alternativa se não ver cair esta medida e procurar alternativas para as empresas que vão aumentar os seus trabalhadores.

Banda parlamentar do Partido Socialista. O líder parlamentar Carlos César lê um documento.
Banda parlamentar do Partido Socialista. O líder parlamentar Carlos César lê um documento.Paula Nunes 17 janeiro, 2017

Mas os problemas do Partido Socialista podem não ficar por aqui. Se Catarina Martins reconheceu que “por uma vez” o PSD agia bem em votar contra a TSU, parece que o PSD também estará a encontrar algum valor nas propostas dos bloquistas, preparando-se, segundo o Expresso, para apoiar a proposta do BE de não renovar os contratos de gestão hospital em Parceria Público-Privada. E o campo ainda está aberto no que toca à legislação da Uber: sem apoio do PCP e do BE nesta questão, parece que o PS se vai ter de voltar para o PSD novamente, ao contrário do que afirmava na semana passada o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos. E as maiorias negativas começam a ter mais oportunidades de reforçar a sua presença na Assembleia da República.

TSU: Um fim anunciado

O acordo com os parceiros sociais para a subida do salário mínimo foi considerado um grande sucesso para António Costa que, no jantar de Natal do PS na noite em que o acordo foi fechado, afirmou mesmo: “Fechamos o ano com chave de ouro”. Já se sabia que o PCP, o Bloco de Esquerda e Os Verdes eram contra uma das grandes contrapartidas no acordo: a descida da TSU em 1,25 pontos percentuais para ‘compensar’ a subida do salário mínimo nacional para 557 euros por mês.

No entanto, o que o PS não esperava era uma reviravolta à direita, com o PSD — que aprovou um desconto semelhante (embora de menor dimensão: 0,75 pontos) quando subiu o salário mínimo nacional para os 530 euros em 2015 — decidiu votar contra a medida. “O único agente político que é incoerente consigo próprio é” o PSD, acusou António Costa no debate quinzenal. “[O PSD] deu uma enorme cambalhota, porque tem um único critério: ser contra aquilo que o Governo faz”.

“A responsabilidade da decisão que o Parlamento vai tomar é sobretudo devido ao PCP e ao BE tirarem o tapete ao Governo”, disse Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD. Os bloquistas e comunistas estavam, afirmou, a fazer “puro malabarismo político”, e a ser cínicos por se “virarem para o PSD por afinal votar com eles, produzindo um efeito que na verdade não queriam”. E aproveitou para reafirmar: o PSD “não é a moleta do Governo”, e o Executivo de António Costa não pode esperar alianças à direita.

Já se jogam as alternativas à descida da TSU — para os empresários, se não for a Taxa Social Única, alguma coisa tem de descer. Entre os vários Planos B, o que se afigura mais consensual é a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC), apoiado pelo BE, pelo PCP e pelo CDS, que favorece as pequenas empresas. Uma coisa é certa: o salário mínimo sobe na mesma.

PCP e BE não apoiam Governo na Uber

Se fosse a única vez, como previa Pedro Nuno Santos em entrevista ao Jornal Económico, que o Partido Socialista precisaria dos votos do PSD, talvez a história ficasse resolvida com uma solução alternativa para as empresas na questão do salário mínimo. No entanto, já se avizinham outros diplomas em que o PSD pode ser a peça chave na vitória ou derrota do Governo.

O primeiro é o caso da legislação que enquadra o transporte de passageiros em veículos descaracterizados, através de plataformas como a Uber ou a Cabify. Enquanto o PCP é contra a proposta do Governo, o BE, por sua vez, quer apresentar uma proposta alternativa, avançou ontem o Observador.

Vemos com bons olhos que haja uma legalização das plataformas, apesar de a nossa decisão ainda não estar fechada. Deverá ficar fechada esta semana.

António Costa da Silva

Coordenador do PSD na Comissão de Economia

Resta o PSD, que tem nas mãos fazer aprovar ou rejeitar o diploma que legaliza as plataformas Uber e Cabify. Segundo dois deputados social-democratas que falaram esta terça-feira ao ECO, há abertura para que seja aprovada legislação que deixe este modelo de negócio em terreno legal mais firme. “Vemos com bons olhos que haja uma legalização das plataformas, apesar de a nossa decisão ainda não estar fechada. Deverá ficar fechada esta semana”, disse o coordenador do PSD na comissão de Economia, António Costa da Silva.

O deputado Leite Ramos disse que a proposta seria “bem avaliada” antes de o PSD tomar uma decisão final. A proposta de lei do Governo foi aprovada a 22 de dezembro em Conselho de Ministros, mas a discussão no Parlamento ainda não foi agendada. Falta saber a direção do voto do PSD.

Fim das PPP? PSD pode alinhar com o Bloco

A oposição do Bloco de Esquerda é vocal e clara: não deve haver renovação de parcerias público-privadas na área da Saúde. “Os privados não trouxeram nada para os hospitais. Foram buscar os seus gestores ao SNS, foram buscar tudo ao SNS, não deram nada. Tudo o que fizeram foi tirar know how ao SNS para os seus próprios hospitais privados, tirar lucro, naturalmente, porque lhes foi remunerado o trabalho de gestão ao longo deste tempo. E depois, ainda por cima, ter práticas agressivas de concorrência com o SNS”, disse Catarina Martins na entrevista que deu ao Público esta semana.

Para os bloquistas, especialmente na área da gestão, onde há vários contratos, como o do Hospital de Cascais, que devem ser renovados este ano, a oportunidade de os dar por terminados deve ser aproveitada.

O Governo, por seu lado, não está demovido. Numa entrevista à TSF e ao DN, o ministro Adalberto Campos Fernandes disse ter intenção de “tomar aquilo que em consciência entenda que possa vir a ser a melhor solução para os contribuintes”, garantindo que o Executivo tem a porta aberta às PPPs. O concurso internacional para a gestão do Hospital de Cascais, por exemplo, já foi aberto, e o de Braga sê-lo-á em breve.

Com o voto contra do Bloco de Esquerda, a aprovação de PPP pode ficar nas mãos… nem mais, dos deputados do PSD. Que, segundo a edição do Expresso deste fim de semana, podem não estar dispostos a dá-la. O semanário escreve que Luís Montenegro falou com a direção da bancada parlamentar para decidir que, se os parceiros do arco governativo não apoiam as iniciativas do Governo que ajudam a suportar, o PSD também não deve fazê-lo.

Ao ECO, o deputado Miguel Silva Santos, embora sem se pronunciar sobre qualquer futura intenção de voto — visto que ainda não existem propostas nem iniciativas relacionadas com a questão das PPP na Saúde –, também disse que o Governo não deveria estar à espera do apoio do PSD. “O PSD não vai suportar nem resolver as dificuldades que a maioria tem, essas têm de ser resolvidas pelo próprio Governo”, afirmou o social-democrata.

“Nós aguardamos que a iniciativa do Bloco entre”, explicou Miguel Silva Santos, “e quando vier essa iniciativa teremos de votar. Depende dos termos em que vierem as iniciativas e do que for proposto”.

Notícia atualizada às 16.45 com as declarações de Miguel Silva Santos.

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Dow Jones acima dos 20.000 pontos pela primeira vez na história

O índice industrial dos EUA abriu a sessão desta quarta-feira em alta, alcançando um novo recorde ao ultrapassar os 20 mil pontos pela primeira vez na história.

O Dow Jones superou a fasquia dos 20 mil pontos pela primeira vez na história, um recorde que já estava iminente desde o final do ano passado.

O Dow Jones começou a sessão desta quarta-feira a valorizar apenas 0,54% mas foi o suficiente para o índice alcançar os 20.021,15 pontos. É mais um marco no rally Trump que, desde a sua eleição, tem feito com que os principais índices de referência norte-americanos tenham atingido valores históricos.

Dow pela primeira vez nos 20.000 pontos

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Fonte: Bloomberg (valores em pontos)

Para esta valorização, de acordo com a Reuters, contribuíram as primeiras medidas tomadas pelo novo presidente dos EUA, como é o caso do cancelamento do acordo Transpacífico e a promessa de revisão de outros acordos comerciais internacionais, como é o caso da NAFTA.

O índice industrial tem sido o mais beneficiado com a vitória de Donald Trump nas eleições de novembro dos EUA, com os investidores otimistas quanto às medidas para impulsionar a maior economia do mundo prometidas pelo republicano ainda durante a campanha presidencial. Nomeadamente aumentar a despesa nas infraestruturas e aliviar a regulação no setor bancário, o que fez com que as bolsas disparassem.

“O Dow continua a ser o indicador do mercado acionista dos EUA mais observado pela maioria dos norte-americanos. Isto apenas porque existe desde 1896 — tem muita história. Se perguntarem aos norte-americanos como é que está hoje o mercado, vão invariavelmente citar o Dow”, disse Mike Bailey, diretor de research da FBB Capital Partners, à Bloomberg.

O caminho do Dow Jones até aos 20.000 pontos

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(Notícia atualizada às 14h57)

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