Alojamento local não vai descontar para a Segurança Social

  • ECO
  • 27 Dezembro 2017

Os contribuintes que tenham rendimentos provenientes exclusivamente do alojamento local passam a fazer parte do leque de situações isentas de contribuição para a Segurança Social.

Quem tem como rendimento exclusivo aquele proveniente do alojamento local deixará de descontar para a Segurança Social, à luz do novo regime contributivo. As normas, aprovadas na semana passada em Conselho de Ministros, preveem que estes contribuintes passem a fazer parte do leque de situações isentas de contribuições que abrange os trabalhadores independentes e os pequenos empresários.

A mudança, anunciada esta quarta-feira pelo Diário de Notícias, entra em vigor em 2018, sendo que grande parte da sua aplicação prática irá chegar em 2019. Ao abrigo do regime atual, os proprietários que abriram atividade na categoria B têm de descontar para a Segurança Social passado um ano de isenção. Com se pode ler no novo regime, “são excluídos do âmbito pessoal do regime dos trabalhadores independentes os titulares de rendimentos da categoria B resultantes exclusivamente do arrendamento urbano e do alojamento local”.

Os proprietários que juntem rendimentos de uma profissão liberal com outros provenientes do alojamento local terão de continuar a descontar como até então. Atualmente existem mais de 55 mil alojamentos locais registados, sendo Lisboa a região com mais oferta: 10.611 registos.

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Novo estatuto para a Pequena Agricultura Familiar em vigor até março de 2018

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2017

Prevê-se que estes agricultores tenham um “sistema de Segurança Social e fiscal mais favorável” e “um regime específico no que diz respeito às normas de higiene e segurança alimentares.

O novo Estatuto para a Pequena Agricultura Familiar estará em vigor até março de 2018 e irá consagrar direitos como o acesso prioritário a fundos comunitários e um regime fiscal “mais favorável” para estes agricultores, anunciou o Governo esta quarta-feira.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, explicou que em causa está uma “carta de direitos” para um “segmento com um impacto e uma importância social muito superior à sua importância económica, […] porque se trata da população rural que ocupa os territórios, cujo despovoamento das últimas décadas foi tão tristemente ilustrado na recente tragédia dos incêndios”.

Desde logo, segundo o governante, “pretende-se que a pequena agricultura tenha acesso prioritário às medidas de apoio da União Europeia, seja no investimento, seja outras medidas de apoio ao rendimento”.

Pretende-se que a pequena agricultura tenha acesso prioritário às medidas de apoio da União Europeia, seja no investimento, seja outras medidas de apoio ao rendimento.

Capoulas Santos

Ministro da Agricultura

Ao mesmo tempo, prevê-se que estes agricultores tenham um “sistema de Segurança Social e fiscal mais favorável”, bem como “um regime específico no que diz respeito às normas de higiene e segurança alimentares nas pequenas leitarias, salsicharias, queijarias”, que seja “mais simples do que aquele que é exigido à indústria em geral”, isto “sem prejuízo das regras elementares no que diz respeito à segurança dos consumidores”, precisou.

“Queremos também facilitar o acesso aos mercados locais e introduzir medidas de apoio nesse sentido, já que a comercialização dos produtos é o problema principal dos pequenos agricultores”, apontou Capoulas Santos.

Em causa estão ainda medidas como a adequação das exigências ao tipo de agricultura, desde logo no volume de produção comercializada, a criação de linhas de crédito específicas para este segmento e a cedência de prioridade para arrendar terras do Estado.

O Governo criou em setembro passado um grupo de trabalho com a missão de apresentar, até à terceira semana de novembro, propostas para o Estatuto para a Pequena Agricultura Familiar, segundo um diploma publicado na altura. Antes, o Governo tinha criado a Comissão Interministerial para a Pequena Agricultura Familiar, em funções desde o final de agosto para elaborar este estatuto.

Nos últimos 20 anos, segundo o Governo, tem desaparecido um elevado número de pequenas explorações, fixando-se atualmente em cerca de 284 mil explorações qualificadas como familiares, que representam 93% do número total de explorações e 49% da superfície agrícola útil.

“O mundo rural vivo exige pessoas e para que as pessoas nele vivam têm de ter condições dignas. E é através deste estatuto que queremos melhorar um pouco as condições de vida deste segmento tão importante da nossa agricultura”, notou Capoulas Santos.

O ministro da Agricultura explicou que, para ter este estatuto, é necessário ser reconhecido como pequeno agricultor familiar, título que é obtido mediante condições como ter mais de 18 anos, uma exploração agrícola na qual a mão-de-obra assalariada não é superior à da família, propriedade cadastrada e uma faturação inferior a cerca de 20 mil euros.

Apesar de admitir que nem todos os produtores cumpram estes requisitos, o responsável disse estar “convencido de que será muito elevado o número daqueles que têm condições para beneficiar deste estatuto”. O governante estimou que “até ao final do primeiro trimestre de 2018” este estatuto esteja em vigor, após uma aprovação final em Conselho de Ministros, promulgação e publicação em Diário da República.

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Plano da Associação Mutualista vai a votos. O que está em cima da mesa?

É esta quarta-feira que os associados da Associação Mutualista se reúnem para votarem o programa de ação e orçamento para o próximo ano. A AG decorre na sede do Montepio, a partir das 20h00.

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral reúnem-se esta quarta-feira em assembleia geral (AG). Em cima da mesa estará apenas um único ponto a discussão: “Deliberar sobre o programa de ação e orçamento para o ano de 2018 e parecer do Conselho Fiscal”, lê-se na convocatória da entidade liderada por Tomás Correia. Um plano que prevê um aumento dos lucros da associação (numa base individual) para 30,5 milhões de euros já no próximo ano, ou seja, praticamente duplicá-los face ao estimado para 2017.

A AG da Associação Mutualista junta os associados pelas 20h00, na sede do Montepio Geral, para discutirem o plano para o próximo ano. Isto numa altura em que a entidade liderada por Tomás Correia decidiu afastar Félix Morgado da presidência do Montepio — lugar que vai ser ocupado por Nuno Mota Pinto –, e em que se aguarda a entrada da Santa Casa no capital da instituição.

É necessário que, numa primeira convocatória, estejam pelo menos metade dos associados, “número que é de admitir não consiga alcançar-se”, afirmou a entidade liderada por Tomás Correia. É o que tem acontecido nas últimas AG e esta não deve ser exceção, sobretudo porque a reunião acontece entre o Natal e o Ano Novo, quando, tradicionalmente, os associados se ausentam.

No caso de não se alcançar o número necessário de associados, realizar-se-á uma segunda convocatória pelas 21h00, onde vão deliberar sobre o programa de ação e orçamento para o ano de 2018 e parecer do conselho fiscal independentemente do número de associados presentes. O programa de ação tem seis pontos, entre eles o aumento dos lucros (numa base individual, já que continua em terreno negativo em termos consolidados), mas também do número de mutualistas.

As seis prioridades da Associação para 2018

  • Racionalizar e otimizar o grupo. A Associação Mutualista quer avançar com uma “racionalização e redimensionamento da carteira de participações de capital nas empresas do grupo, em função do respetivo valor estratégico, risco e rendibilidade”. Para isso, quer “promover o alinhamento estratégico das empresas com as finalidades e os valores mutualistas”;
  • Vincular os associados e aumentar as receitas. A entidade liderada por Tomás Correia tem, atualmente, cerca de 630 mil associados. Mas quer ser capaz de “fidelizar os atuais e captar novos” associados, prevendo aumentar este número em 30 mil no próximo ano. A associação quer, ao mesmo tempo, acelerar a “dinâmica de captação de poupanças em receitas de modalidades mutualistas”. Segundo a dona do Montepio, as receitas associativas provenientes da afetação de poupanças às modalidades mutualistas atingiram os 551 milhões de euros em outubro;
  • Criar valor mutualista. A Associação Mutualista quer “desenvolver a relação associativa e a oferta mutualista de benefícios”. Isto através do ajustamento da características das modalidades às possibilidades e condições de mercado, mas também de uma renovação da oferta, “com modalidade mais flexíveis, inovadoras e de fácil adesão”;
  • Reforçar as competências. No próximo ano, a entidade liderada por Tomás Correia quer reforçar a estrutura de funcionamento da associação, “dotando-a com os recursos humanos e técnicos”, mas também através do “desenvolvimento das políticas, dos processos e procedimentos e respetivos normativos, com destaque para a política de investimentos e de gestão de balanço”;
  • Prosseguir a comunicação e a cooperação. Isto através do reforço da identidade da associação, manutenção de uma política de cidadania institucional e responsabilidade social ativa e continuar a cooperação e a colaboração dinâmica, no plano regional, nacional e internacional, com outras mutualidades e instituições do setor da economia social;
  • Desenvolver a política de responsabilidade social e sustentabilidade. A associação quer “reposicionar e dinamizar a atuação do Comité de Sustentabilidade, abrangendo as diversas entidades do Grupo Montepio ao mais alto nível”. No próximo ano serão definidas, no âmbito dos trabalhos deste comité, as “medidas e iniciativas conjuntas e de alinhamento da política de sustentabilidade e os indicadores chave de desempenho em sustentabilidade mais ajustados a essas medidas e a cada atividade”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Marta Santos Silva
  • 27 Dezembro 2017

A Direção-Geral do Orçamento deixa já antever como as Finanças vão terminar o ano, Rui Rio apresenta detalhes da sua candidatura à liderança do PSD, e outras três coisas que marcam esta quarta-feira.

Na semana que separa o Natal do Ano Novo ainda há algumas novidades para fechar 2017, desde a corrida à liderança do PSD até à restruturação dos CTT, sem esquecer o outro lado do Atlântico com o otimismo dos consumidores dos Estados Unidos. Saiba o que vai marcar o dia esta quarta-feira.

Portugal cumpriu o Orçamento?

A síntese de execução orçamental relativa ao final do mês de novembro é divulgada esta quarta-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO). Faltando só um mês para poder calcular o que fica do ano todo de 2017, estes números já vão dar uma ideia aproximada do trabalho do Ministério das Finanças ao longo deste ano relativamente ao Orçamento que tinha ficado planeado e aquilo que de facto foi executado.

Montepio Geral planeia 2018

Os membros da Associação Mutualista Montepio Geral encontram-se esta noite na Rua Áurea, em Lisboa, para deliberar sobre o programa de ação e Orçamento para 2018, um ano em que se podem antever algumas mudanças para a Associação Mutualista, com a participação da Santa Casa da Misericórdia.

Rui Rio apresenta moção de candidatura

O candidato à presidência do PSD Rui Rio apresenta hoje, em Leiria, a sua moção de candidatura, com as “linhas de ação política que o presidente e a direção nacional se propõem seguir ao longo do mandato”. A apresentação conta com a presença de David Justino e António Tavares da Santa Casa da Misericórdia do Porto, entre outros. As moções de estratégia dos candidatos a liderar o PSD têm de ser entregues até 2 de janeiro.

Trabalhadores dos CTT reúnem-se com administração

O plano de restruturação dos CTT, que procura reduzir ao máximo os custos da empresa, inclui um plano de rescisões amigáveis com o objetivo de reduzir os funcionários da empresa. Esta quarta, a comissão de trabalhadores reúne-se com a administração para rever o plano apresentado e procurar entendimentos.

Confiança dos consumidores nos EUA continua em altas?

Esta quarta-feira os Estados Unidos divulgam os valores da confiança dos consumidores deste dezembro. É bem provável que os números sejam mais baixos do que os de novembro já que, no mês passado, a confiança dos norte-americanos de que a economia e o mercado de trabalho continuariam positivos quebrou recordes de 17 anos. Os analistas preveem, no entanto, que o valor se mantenha alto.

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Portugal 2020 anula cheque de 14 milhões às empresas

No último trimestre, uma das apostas do Executivo foi acelerar a execução dos fundos através do cumprimento das regras definidas nos contratos celebrados. As anulações podem resultar desse movimento.

Pela primeira vez desde que o Portugal 2020 está no terreno e a pagar incentivos às empresas, em outubro, o saldo entre os incentivos aprovados e as operações anuladas foi negativo. Em causa estão 14 milhões de euros em apoios que as empresas viram anulados.

“Em causa estão várias anulações e de pequena dimensão”, disse ao ECO o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão. “Foram largas dezenas de projetos”, precisou Nelson Souza, justificando que se trata de “um ato de gestão normal”.

Mesmo nos meses em que o volume de aprovações foi dos mais baixos — dezembro de 2015, com a aprovação de oito milhões em incentivos, ou julho de 2016, com 16 milhões — o nível de anulações nunca superou o das aprovações.

Valor do incentivo aprovado no Portugal 2020

Fonte: Compete 2020

As anulações podem surgir por duas razões: ou porque o projeto não cumpriu as regras definidas no contrato assinado aquando da atribuição do incentivo comunitário, ou porque a empresa desistiu de levar o projeto por diante com apoios de Bruxelas (a empresa até pode continuar a desenvolver o projeto, mas sem verbas do quadro comunitário).

Ao longo dos anos têm sido vários os exemplos de anulações. Contudo, estas operações não são publicitadas, por razões de confidencialidade dos contratos celebrados, explicou ao ECO fonte oficial do Compete, o programa operacional das empresas. No entanto, alguns cancelamentos vão sendo conhecidos quando estão em causa contratos de incentivos, ou seja, projetos que, além de apoio comunitário também têm benefícios fiscais ou outro tipo de apoios do Estado. Por exemplo, em janeiro deste ano foram publicados vários em Diário da República: Visteon Portuguesa, da Emesingular, da NBKCeramic e ainda da BDP-Biodinâmica Dental Products que viram os seus contratos de incentivos resolvidos.

O Executivo justificou esta decisão com o facto de “a concessão de incentivos fiscais ao investimento constituir um elemento crucial para a criação de condições para a captação do investimento essencial para o relançamento e modernização da economia portuguesa”. “Para que estes objetivos não sejam frustrados é, entretanto, fundamental, o rigor na fiscalização e acompanhamento dos projetos apoiados, pelo que, verificando-se o incumprimento do prazo de realização do investimento ou dos objetivos estabelecidos, importa declarar a resolução dos respetivos contratos”, acrescenta o Governo na resolução de Conselho de Ministros.

Quanto às anulações refletidas na execução de outubro, e que colocaram o saldo pela primeira vez em valores negativos, fonte oficial contactada pelo ECO não justificou, ao fim de um mês, quais as empresas envolvidas, os setores de atividade ou as razões subjacentes à decisão de anulação deste incentivo aprovado. De sublinhar que, neste caso, as empresas ainda não tinha recebido o dinheiro do apoio, porque a anulação é feita ao nível dos apoios aprovados e não dos pagamentos. Mas, o efeito prático resulta na libertação de verbas.

Se até aqui o foco tinha sido aprovar candidaturas para engordar os números do Portugal 2020, o cenário mudou e as atenções estão agora voltadas para a execução, uma vez que já só há 5% da dotação disponível para as empresas. Recorde-se que, no último trimestre do ano, uma das apostas foi acelerar a execução dos fundos através do cumprimento das regras definidas nos contratos. O Executivo chegou mesmo a ponderar enviar cartas para os promotores mais atrasados, tal como o ECO avançou. Com esta decisão, o objetivo era também fazer uma espécie de operação limpeza, à semelhança do que aconteceu em 2012 com o anterior quadro comunitário de apoio (QREN), eliminando os projetos cuja execução teimava em não arrancar.

Acelerar a execução

Os dados referentes aos fundos destinados às empresas, até 30 de novembro, revelam que, ao nível do sistema de incentivos — os apoios concedidos pelo Compete e a fatia dos programas operacionais regionais para as empresas –, a execução está em 26%, com 1,04 mil milhões de euros executados.

Ou seja, novembro foi o terceiro mês em que se executaram mais verbas do PT2020 para as empresas. Em causa estão 76 milhões de euros pagos e certificados por Bruxelas. Só mesmo em março e setembro se executaram verbas mais altas — 87 e 78 milhões de euros, respetivamente. Esta aceleração também é um reflexo da necessidade de cumprir a regra de guilhotina, que obriga a que os países gastem o correspondente ao orçamento de cada ano nos três anos seguintes. Se não o fizerem, o montante remanescente tem de ser devolvido a Bruxelas.

No final de setembro, Portugal ainda lhe faltava executar 132 milhões de euros, sendo que o programa operacional que estava mais atrasado era o Compete, a quem faltava executar 45,66 milhões de euros. O esforço compensou, já que no início de dezembro, o secretário de Estado da Coesão, Nelson Souza, garantia que Portugal cumpriu as regras e não tinha de devolver um único cêntimo.

Apesar de já só haver 5% das verbas disponíveis para apoiar as empresas — foram aprovados 3,8 mil milhões em incentivos para 11.307 projetos — as empresas continuam a apresentar candidaturas. Até novembro foram apresentadas mais de 29 mil candidaturas que representam um investimento superior a 18,8 mil milhões de euros. Esta adesão resulta da garantia de que, no âmbito da reprogramação do Portugal 2020, que vai decorrer no primeiro trimestre de 2018, como avançou Nelson Souza ao Expresso (acesso pago), haverá mais dinheiro canalizado para as empresas.

Artigo atualizado às 11h29 com as declarações do secretário de Estado Nelson Souza.

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Para Marcelo, a mensagem de Natal de Costa foi “muito boa”

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

O Presidente da República elogiou a forma "muito clara e direta" como o primeiro-ministro se dirigiu aos portugueses, "assumindo uma coisa e outra como todos nós assumimos", disse.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou “muito boa” a mensagem de Natal que o primeiro-ministro dirigiu segunda-feira aos portugueses, sublinhando que falou do que se fez de bom, mas também dos problemas e tragédias.

Eu achei uma mensagem muito boa“, disse Marcelo Rebelo de Sousa, após questionado pelos jornalistas ao início de um jantar promovido pela organização “Refood”, que recolhe alimentos cedidos por restaurantes, lojas e outras instituições para as distribuir pelos mais carenciados. O Presidente da República sublinhou que António Costa “falou realmente daquilo que se fez de bom e do muito bom que os portugueses fizeram este ano, mas também dos problemas, das tragédias“. “E disse-o de forma muito clara e direta, assumindo uma coisa e outra como todos nós assumimos”, disse o chefe do Estado.

Questionado sobre a prioridade ao emprego que o primeiro-ministro identificou para 2018, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “o crescimento só faz sentido se houver emprego” o que significa “emprego melhor e mais estável, menos precário“. “Espera-se isso”, acrescentou o Presidente da República, afirmando ainda esperar que o crescimento possa fazer diminuir a pobreza e as desigualdades que há em Portugal”.

Na habitual mensagem de Natal que dirigiu no dia 25 aos portugueses, o primeiro-ministro disse que a prioridade do Governo em 2018 será “mais e melhor” emprego e prometeu, “naquilo que é humanamente possível”, total empenhamento para evitar novas tragédias com incêndios.

“Reafirmo, perante os portugueses, o compromisso de fazer tudo o que tem de ser feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como a que vivemos. Melhorando a prevenção, o alerta, o socorro, a capacidade de combater as chamas”, salientou.

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Do Natal, fica a cor. Wall Street fechou no vermelho

Depois de previsões negativas em relação às vendas do iPhone X, a Apple, a cotada mais valiosa de Wall Street, arrastou a bolsa americana para o vermelho.

A bolsa de Wall Street fechou esta terça-feira no vermelho. A Apple foi a gigante que mais pesou nos resultados negativos da bolsa americana, mantendo uma tendência negativa que chegou a atingir os 3%.

No dia que se seguiu ao Natal, o apetite dos investidores em Nova Iorque ficou reduzido. O industrial Dow Jones foi aquele que registou menos perdas, com uma queda de 0,03% para os 24.746,21 pontos. Já o S&P 500 fechou com uma quebra de 0,11% para os 2.680,50 pontos. Dentro dos onze setores contemplados neste índice, o grupo de tecnológicas foi o que apresentou o pior desempenho, com um deslize de 0,76%.

Sem surpresas, o Nasdaq foi aquele que mais caiu — 0,34% para os 6.936,250 pontos. A pressionar o índice das tecnológicas esteve a Apple, que fechou com uma quebra de 2,78% para os 170,15 dólares, uma tendência que a acompanhou durante a sessão. As perdas chegaram aos 3%.

O pessimismo deveu-se à revisão em baixa das estimativas de vendas do iPhone X da Apple. Os analistas citados pela Bloomberg apontam para uma quebra na procura após o entusiasmo inicial, dados os preços elevados. Com a gigante tecnológica caíram os seus fornecedores. Broadcom, Skyworks Solutions, Finisar e a Lumentum Holdings, todas alinharam na tendência negativa.

O otimismo esteve do lado das matérias-primas. O barril de crude valorizou mais de 2% e aproximou-se da fasquia dos 60 dólares. Os preços sobem no dia em que uma conduta foi danificada na Líbia e na Arábia Saudita se prevê um salto nas receitas de cerca de 80% até 2023.

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O que muda no financiamento dos partidos? E as dúvidas que ficam

O Parlamento mudou o financiamento dos partidos. Apenas CDS e PAN divergiram na isenção do IVA e no fim do teto das receitas de angariação de fundos. Mas há dúvidas sobre os processos pendentes.

O Parlamento uniu-se para fazer alterações ao financiamento dos partidos, mas o CDS e o PAN votaram contra duas medidas: a isenção total do IVA e o fim do teto de receitas de angariação de fundos. Afinal, o que mudou? E o que falta saber? Há, pelo menos, uma dúvida: as alterações aplicam-se aos processos pendentes? Fonte do grupo de trabalho que preparou a legislação garante ao ECO que o texto deixa em aberto a aplicação retroativa.

É uma das últimas alterações do diploma, mas pode mudar o rumo de processos judiciais. A nova lei prevê uma norma transitória: “A presente lei aplica-se aos processos novos e aos processos pendentes à data da sua entrada em vigor que se encontrem a aguardar julgamento, sem prejuízo da validade dos atos praticados na vigência da lei anterior”, lê-se no projeto de lei aprovado. Fica a dúvida sobre se estas alterações podem, por exemplo, permitir aos partidos recuperar o IVA que atualmente reclamam ao fisco junto dos tribunais.

É o caso, nomeadamente, do Partido Socialista — com um passivo de 20,7 milhões de euros e capitais próprios negativos –, que tem em curso sete ações no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa (TAF) contra a Autoridade Tributária para que o fisco devolva o IVA cobrado durante campanhas eleitorais. O valor total em litígio, segundo a Sábado, supera, pelo menos, os dois milhões de euros.

Se até agora o entendimento da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos era desfavorável a essa devolução, com a nova lei tal não deverá acontecer. E a expressão “processo pendentes (…) que se encontrem a aguardar julgamento” não é clara, podendo abrir a porta a uma decisão favorável sobre o IVA reclamado pelos partidos em anos anteriores.

Em declarações ao Público, Luís Patrão, o responsável financeiro do PS, disse que “essa redação [da norma transitória] foi feita para responder aos processos que estão no Tribunal Constitucional e na Entidade das Contas”. Contudo, não afastou a possibilidade de se aplicar aos litígios atuais que correm no TAF: “[A redação] não foi feita para os que estão no TAF. Se puder aplicar-se, melhor. Não foi escrita certamente com essa intenção”. À TSF, fonte da oposição que não foi identificada garantiu que este tipo de casos não estão incluídos na nova lei, uma vez que se estivesse não teria votado a favor.

Como aconteceu?

Foi na passada quinta-feira que PSD, PS, BE, PCP e PEV uniram-se para aprovar alterações a quatro leis que incidem sobre o financiamento dos partidos em Portugal. A exposição de motivos do projeto de lei foca-se numa alteração processual que acautela o princípio da separação de poderes. Se o diploma for promulgado pelo Presidente da República, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) passará a ser responsável por investigar “irregularidades e ilegalidades das contas dos políticos e das campanhas eleitorais”, podendo aplicar coimas. Até agora, a ECFP apenas auxiliava o Tribunal Constitucional, que acumulava em si a fiscalização e a apreciação dos recursos.

Esta é “a principal novidade introduzida pela presente alteração legislativa”. Contudo, o texto também fala de “alterações pontuais cuja introdução se revelou necessária”. Que nem todos subscrevem. No Parlamento, António Carlos Monteiro, deputado do CDS, atacou-as: “Como sucede muitas vezes nas obras, o problema está no ‘já agora’… já agora, faça-se mais isto, faça-se mais aquilo”. O centrista argumentou que a alteração permite que os partidos se transformem em “empresas de angariação de fundos”. Já a alteração do IVA traduz-se num “alargamento do subsídio [estatal] à atividade dos partidos mesmo que essa atividade não tenha nada a ver com a atividade política dos partidos”.

Ao CDS juntou-se a voz crítica da ex-presidente da ECFP, Margarida Salema, que regressou ao PSD e apoia Santana Lopes. “Os partidos resolveram uns aos outros os problemas de cada um”, resumiu, em declarações ao Expresso [acesso pago] de sábado. Margarida Salema disse ainda estranhar que as alterações tenham sido feitas “em tão curto espaço de tempo e sem ser publicitada”.

Os partidos resolveram uns aos outros os problemas de cada um.

Margarida Salema

Ex-presidente da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos

Em causa estão quatro leis alteradas: a Lei dos Partidos Políticos, a do Financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, a Lei de organização e funcionamento da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos e a da Organização, funcionamento e processo do Tribunal Constitucional. O projeto de lei tem, no total, 76 páginas. O que muda?

Isenção do IVA na totalidade

Já existia uma isenção do IVA, mas era limitada. Esta incidia sobre a “aquisição e transmissão de bens e serviços que visem difundir a sua mensagem política ou identidade própria, através de quaisquer suportes, impressos, audiovisuais ou multimédia, incluindo os usados como material de propaganda e meios de comunicação e transporte”. Contudo, a alteração aprovada na Assembleia da República elimina essa delimitação, passando a isenção aplicar-se à “totalidade de aquisições de bens e serviços para a sua [dos partidos] atividade”.

Segundo o Público, esta isenção deverá aplicar-se às despesas que os partidos têm em eventos como a Festa do Avante (PCP), a Festa do Pontal (PSD) ou a Festa da Pontinha (PS). Será então devolvido o IVA dos bens e serviços adquiridos, incluindo o cachet de músicos, montagem de palcos, entre outros.

Atualmente, os partidos já beneficiam de uma série de isenções em impostos: IMT, IMI, imposto do selo, imposto sobre sucessões e doações, imposto automóvel e agora da totalidade do IVA. Acresce-se ainda a isenção de taxas de justiça e de custas judiciais. No passado, tanto CDS e BE tinham apresentado propostas no Parlamento para acabar com a isenção de IMI para os partidos.

Fim do teto na angariação de fundos

Até agora, os partidos só poderiam ter receitas de angariação de fundos até 1.500 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS). Ou seja, cerca de 632 mil euros este ano. O novo diploma acaba com este teto, permitindo aos partidos angariar fundos sem limites. Segundo a lei atual, “considera-se produto de angariação de fundos o montante que resulta da diferença entre receitas e despesas em cada atividade de angariação”.

Contudo, o projeto de lei não mexe nas regras do regime dos donativos singulares: mantém-se o limite anual de 25 vezes o IAS por doador, ou seja, pouco mais de 10 mil euros. Assim, continua a aplicar-se um limite sobre o donativo por cidadão, mas deixa de se aplicar um limite ao total angariado numa atividade do partido.

Fonte do grupo de trabalho ouvida pelo ECO questiona-se sobre a “opacidade” que a ausência de um teto pode criar: os partidos podem utilizar as atividades de angariação de fundos para receber dinheiro de empresas ou outras entidades através de financiamento, patrocínios ou outro tipo de ajudas que deixam de ter um limite — algo que regras dos donativos não permitem.

Cedência de espaços públicos gratuitamente

O projeto de lei cria uma exceção ao artigo que estipula os “financiamentos proibidos”. A lei passa a prever a cedência de espaços por parte do Estado ou de IPSS, desde que dessa cedência não resulte a discriminação entre partidos políticos ou candidaturas. “Não se considera receita partidária ou de campanha a cedência gratuita de espaços que sejam geridos ou propriedade do Estado ou de pessoas coletivas de direito público, incluindo autarquias locais, de entidades do setor público empresarial ou de entidades da economia social”, lê-se no novo diploma.

ECFP fiscaliza e multa, TC averigua recursos

Esta é a principal mudança que os partidos reivindicaram, invocando “dúvidas de constitucionalidade” sobre o que estava em vigor. A Entidade das Contas e Financiamentos Políticos terá como funções “a apreciação e fiscalização das contas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, bem como a aplicação das respetivas coimas”. A ECFP poderá, por sua iniciativa, realizar inspeções e auditorias “de qualquer tipo ou natureza às contas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais”. A entidade tem um ano para se pronunciar sobre a regularidade e legalidade das contas dos partidos, tendo a oportunidade de solicitar esclarecimentos.

o Tribunal Constitucional fará a averiguação dos recursos apresentados face às decisões da ECFP, o que implica o efeito suspensão da decisão recorrida. Além disso, “recebido o recurso pelo Tribunal Constitucional o mesmo dá vista ao Ministério Público para que este se pronuncie no prazo de 10 dias com direito a resposta pelo recorrente no mesmo prazo”. Cabe assim ao TC “apreciar, em sede de recurso de plena jurisdição, em plenário, as decisões da ECFP em matéria de regularidade e legalidade das contas dos partidos políticos (…) incluindo as decisões de aplicação de coimas”.

Grupo de trabalho fantasma?

O grupo de trabalho “Financiamento dos Partidos e das Campanhas Eleitorais” foi constituído na primeira comissão parlamentar que se dedica aos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Contudo, a informação online é escassa: não existem documentos sobre as audições, relatórios ou atas das reuniões. Fonte presente no grupo de trabalho referiu ao ECO que as reuniões foram à porta fechada, sem atas.

É apenas possível perceber que a primeira reunião ocorreu a 26 de abril deste ano e a última a 10 de novembro. Foram oito reuniões centradas num só ponto de agenda: “Apreciação dos problemas e propostas de solução identificados no documento enviado pelo Tribunal Constitucional sobre fiscalização das contas dos Partidos Políticos e das campanhas eleitorais, bem como de outros pontos que os Grupos Parlamentares entendam suscitar”. A última reunião, a nona, serviu para a “ponderação de algumas sugestões”.

O grupo de trabalho foi coordenado por José Silvano, deputado do PSD, e contou com a presença de José de Matos Rosa (PSD), Ana Catarina Mendes (PS), Jorge Lacão (PS), António Carlos Monteiro (CDS), António Filipe (PCP) e José Luís Ferreira (PEV). Apesar de não constar da informação do site, Pedro Filipe Soares esteve a representar o Bloco de Esquerda.

O que se segue?

“Sei que entrou em Belém na sexta-feira à tarde (…) mas só hoje de madrugada é que vou olhar para ele”, disse Marcelo Rebelo de Sousa. “Eu sabia que havia uma ideia fundamental que eu próprio considerava muito importante, de que o Tribunal Constitucional entendia que era necessário mudar a lei para ser possível haver um controlo diferente e mais eficaz e, com a possibilidade de recurso para outra entidade que não a mesma que aplicava sanções, e essa era a parte fundamental da mudança. Agora, além disso parece que há outras pequenas alterações que ainda vou ter de analisar”, disse esta noite o Presidente da República em direto na SIC, a propósito da lei.

“A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação”. Contudo, primeiro é preciso que Marcelo Rebelo de Sousa promulgue o decreto. Só após a promulgação o decreto assume a designação de lei. O Presidente da República pode exercer o seu direito de veto, devolvendo o decreto ao Parlamento. O veto pode ser por dúvidas constitucionais (requerendo então o parecer do Tribunal Constitucional) ou por razões políticas. Contudo, caso o diploma volte a ser aprovado por maioria absoluta dos deputados, o Presidente terá de, obrigatoriamente, promulgar o diploma.

No final do ano passado, os partidos decidiram tornar definitivo o corte nas subvenções públicas para o financiamento dos partidos políticos (de 10%) e campanhas eleitorais (de 20%), o que mereceu a promulgação do Presidente da República. Um ano depois, a decisão volta a estar nas mãos de Marcelo Rebelo de Sousa que, no passado, tem sido a favor da sobriedade nos gastos públicos. “Devem ser muito mais modestas em termos de recursos financeiros”, disse sobre as campanhas eleitorais, antes de ser candidato à Presidência da República.

O ECO tentou contactar os partidos com assento parlamentar esta terça-feira, mas não obteve resposta até ao momento.

Notícia atualizada às 21h36 com declaração de Marcelo Rebelo de Sousa.

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ANTRAL considera “vergonhosas e indignas” declarações sobre perdão das multas

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros considerou declarações do secretário de Estado Adjunto do Ambiente sobre o perdão das multas à Uber e a Cabify "indignas".

“A ANTRAL considera vergonhosas e indignas de um governante as declarações do secretário de Estado Adjunto do Ambiente no sentido da criação de um regime especial de perdão de multas às plataformas que têm atuado em desrespeito à lei e às decisões judiciais”, refere em comunicado.

Em entrevista ao Expresso, José Mendes sugeriu que sejam perdoadas as multas à Uber e à Cabify no âmbito da lei 35/2016, que pune “táxis sem alvará” e onde estão incluídas as plataformas eletrónicas de transportes.

“Parece-me excessivo que mais de três mil motoristas sejam considerados fora da lei, sobretudo quando estamos há um ano para aprovar a lei”, afirmou José Mendes.

Para o secretário de Estado, “um Estado de Direito tem de regulamentar as atividades e não fazer caça à multa”. “Devia ser considerado um mecanismo de limpeza destas contraordenações para depois se fazer então cumprir a lei”, considerou José Mendes em entrevista ao Expresso.

Até dezembro de 2017, já foram aplicadas cerca de 900 multas a motoristas da Uber e da Cabify no âmbito desta lei publicada em novembro de 2016. No total, as multas já ultrapassaram os quatro milhões de euros, de acordo com os dados do Expresso.

No documento, a ANTRAL salienta que já sabia que “a lei não é igual para todos”, explicando que esse facto é demonstrado “pela complacência com que as plataformas continuam a sua atividade ilegal em Portugal”.

A ANTRAL desafia o ministro do Ambiente e o primeiro-ministro a declarar se se reveem nas declarações do secretário de Estado e refere que a posição assumida “coloca seriamente em causa a isenção de órgãos que devem fazer cumprir a legalidade, nomeadamente o IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes) e a AMT (Autoridade da Mobilidade e dos Transportes)”.

“A ANTRAL prosseguirá a sua ação, perseguindo estes atentados à lei e ao regime democrático na ação de responsabilidade civil que moveu contra o Estado e corre os seus termos e considera urgentes as audições do presidente da AMT e do secretário de estado do Ambiente na Assembleia da República”, acrescenta.

O PCP já anunciou que vai pedir a presença do secretário de Estado Adjunto do Ambiente na Assembleia da República para debater as declarações do governante.

Em comunicado, o PCP revela que entregará esta semana um requerimento na Assembleia da República para ouvir o secretário de Estado depois de este ter afirmando que “um Estado de Direito tem de regulamentar as atividades e não fazer caça à multa”.

O PCP considera de uma enorme gravidade” que um governante defenda desta forma um “mecanismo de limpeza de contraordenações”, seja para quem for, e logo “para multinacionais que desde o início desenvolvem atividades ilegais”.

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Conduta furada põe petróleo mais perto dos 60 dólares

A matéria-prima está a valorizar mais de 2%. Os preços sobem no dia em que uma conduta foi danificada na Líbia e na Arábia Saudita se prevê um salto nas receitas de cerca de 80% até 2023.

O petróleo entra na última semana do ano a valorizar. Volta desta forma a níveis que não eram vistos desde 2015. O salto de 2% nas cotações dá-se depois do anúncio da explosão de uma conduta na Líbia e no mesmo dia em que se fazem previsões bastante otimistas na Arábia Saudita. Os sauditas esperam que os retornos aos investidores cheguem aos 80% em 2023.

O barril de Brent está a cotar nos 66,76 dólares, uma subida de 2,31%. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate aproxima-se da fasquia dos 60 dólares com uma valorização de 2,27%, que coloca nos 59,80 o preço do barril.

Petróleo aproxima-se dos 60 dólares

A explosão é, “certamente, um contratempo, porque a Líbia tem mantido uma atividade bastante regular”, dizem os analistas da Again Capital LC, citados pela Bloomberg. A produção cairá entre 60.000 a 70.000 barris, o que deverá puxar pelos preços, dada a redução da oferta da matéria-prima.

Também no arranque da semana, a Arábia Saudita disse esperar um excedente orçamental, algo que acontecerá pela primeira vez numa década. As receitas de petróleo deverão ascender a 801,4 mil milhões de riyals (214 mil milhões de dólares), que comparam com 440 mil milhões de riyals em 2017. Isto significa um aumento de 80% na receita em 2023. Mas, para isso, é preciso que o preço por barril ascenda aos 75 dólares.

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Atrasos das câmaras levam Governo a prolongar concursos para apoio comunitário

Câmaras ainda não apresentaram as candidaturas a mais de metade dos investimentos previstos ao nível da reabilitação e mobilidade urbana. Concursos foram prolongados para 2018.

As câmaras municipais estão atrasadas na entrega de candidaturas a apoios comunitários para financiar projetos ao nível da mobilidade urbana, da reabilitação urbana e das comunidades desfavorecidas. Projetos que já estão previstos nos Planos de Ação contratualizados com as autarquias, um trabalho que começou a ser desenvolvido desde o final de 2014. Por isso, o Governo decidiu abrir novos concursos, no início do próximo ano, para que os municípios possam continuar a ter acesso ao dinheiro.

Num despacho publicado a 21 de dezembro, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão explica que “considerando que, à data de 30 de novembro, encontram-se por submeter cerca de 60% do número de operações previstas nos Planos de Ação contratualizados e que os avisos atualmente abertos apenas permitem a apresentação de novas candidaturas até ao dia 31 de dezembro do corrente ano”. Sendo assim, devem ser abertos “novos concursos que possibilitem a apresentação por parte dos municípios de candidaturas”.

Os novos concursos deverão ser publicados ao longo da segunda quinzena de janeiro e “terão um prazo de para a apresentação de candidaturas não inferior a 60 dias”, acrescenta o despacho assinado por Nelson Souza.

Em causa estão candidaturas aos Planos de Ação para a mobilidade urbana sustentável (PAMUS), para a reabilitação urbana (PARU) e para as comunidades desfavorecidas (PAICD), integrados no caso dos centros urbanos nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU). E como o Executivo considera estes apoios muito relevantes “para o desenvolvimento dos centros urbanos, qualidade de vida dos cidadãos e para a atratividade do território”, tomou esta decisão de prolongar os concursos.

O Executivo especifica ainda que a apresentação das candidaturas “deverá ser acompanhada da atualização da calendarização detalhada dos investimentos a realizar em cada uma das operações que integram os Planos de Ação”.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, os atrasos das câmaras na apresentação de candidaturas prendem-se com “a complexidade” das mesmas, a dificuldade na elaboração dos projetos, “a necessidade de pareceres, o processo de contratação publica, o visto do Tribunal de Contas…”. “Um processo longo e complexo“, resume ao ECO, Manuel Machado.

Questionado se os novos concursos que serão lançado no início do próximo ano já resolvem algumas das críticas apontadas, Manuel Machado frisa que “algumas coisas” foram contempladas, nomeadamente através da Lei do Orçamento do Estado para 2018, como “por exemplo, a contrapartida nacional não contar para a capacidade de endividamento” das autarquias. Apesar de esta questão já estar parcialmente contemplada, o recém-eleito presidente da ANMP lembra que “para lançar uma empreitada era necessário ter capacidade de endividamento”. “A lei dos compromissos aplicar-se-á apenas às câmaras que não estejam em situação de rutura financeira e sob alçada do Fundo de Apoio Municipal (FAM). Para todas as outras há um aligeirar de procedimentos obrigatórios”, garante.

A lei dos compromissos aplicar-se-á apenas às câmaras que não estejam em situação de rutura financeira e sob alçada do Fundo de Apoio Municipal (FAM). Para todas as outras há um aligeirar de procedimentos obrigatórios.

Manuel Machado

Presidente da ANMP

Houve uma desburocratização/simplificação, mas mantendo o grau de exigência“, sublinha Manuel Machado. O presidente da Câmara de Coimbra lembra que estes procedimentos “comem tempo” e sugere, por exemplo, que os projetos que já estão contemplados no plano diretor municipal não deveria necessitar de visto prévio do TC, porque o plano, em si, já o tem. “Só deveria ser necessário quando surgem situações imprevistas, como encontrar um achado arqueológico”, diz.

Manuel Machado está satisfeito com o facto de muitas das reivindicações das câmaras já estarem contempladas na lei do Orçamento do Estado, mas “outras vão continuar em debate em cima da mesa e estão relacionadas com o processo descentralização“.

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“Aqui cada um de nós tem de ser um homem de negócios”

Carlos Figueiredo esteve durante 29 anos na Jerónimo Martins. Este ano bateu à porta das três maiores sociedades de advogados e foi a PLMJ que o escolheu.

Em abril de 2008, Carlos Figueiredo ocupava o cargo de diretor jurídico da Jerónimo Martins. José Soares dos Santos, um dos filhos de Alexandre Soares dos Santos, chama-o ao gabinete e anuncia que o diretor de recursos humanos vai sair para a TAP. “Nunca fui uma pessoa ponderada. Ali, em 15 minutos, decidi: posso e vou acumular as funções”. Esta foi uma das inúmeras decisões que tomou sem pensar mas de que nunca se arrependeu. Licenciado em direito, foi jornalista, diretor do departamento jurídico ou ainda diretor de recursos humanos. Este ano saiu fora da caixa. Bateu à porta das três maiores sociedades de advogados e foi a PLMJ que o escolheu para consultor.

A Advocatus foi conhecer o homem que, em maio deste ano, foi contratado pelo maior escritório de advogados – a PLMJ – como consultor. “Fui diretor de recursos humanos, diretor da área jurídica, membro de comissão executiva, secretário da sociedade, diretor de comunicação, conselheiro da administração, estive no estrangeiro e sobretudo em Portugal”, explica quase sem fôlego Carlos Figueiredo, que durante 29 anos esteve vinculado à Jerónimo Martins.

Privou com Alexandre Soares dos Santos e trabalhou lado a lado com o filho, José Soares dos Santos. O advogado decidiu, no ano passado, que estava na altura de sair da caixa e mudar de vida. Embora, formalmente, só se desvincule da empresa em janeiro de 2018. “Não que não estivesse confortável na Jerónimo Martins mas achei que este era o momento”. Passo seguinte? Bater, literalmente, à porta das três maiores sociedades de advogados. Ninguém o conhecia assim tão bem, tinham apenas contatos profissionais pontuais. Carlos Figueiredo falou com Luís Pais Antunes, da PLMJ, com João Vieira de Almeida (da Vieira de Almeida & Associados) e com Carlos Botelho Moniz (da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados).

Foi ao que chamou de verdadeiras “entrevistas de trabalho”. E depois acabou por ser o maior escritório de advogados – fundado por José Miguel Júdice há quase 50 anos -que o ‘acolheu’ e aceitou o desafio. “Com a PLMJ tive algumas conversas durante praticamente mês e meio. E foi a sociedade de advogados que mais rapidamente me disse: temos interesse em enquadrá-lo como off counsel”. O advogado achou “perfeito” porque na verdade não tinha como objetivo tornar-se sócio.

A energia de Carlos Figueiredo é revelada não só pelo extenso currículo (como profissional multi task) mas também logo nos primeiros cinco minutos de conversa com a Advocatus. Assume ter “jeito para lidar com pessoas” e sente-se inspirado e motivado pela família: a mulher e os seus quatro filhos (cujas idades vão dos seis meses aos 18 anos). E revela que a “a sua vida não piorou em termos de ritmo” mas faz uma crítica implícita aos advogados e à sua forma de trabalhar: “o ambiente é bom, a forma de trabalhar é completamente diferente. Daquilo que me foi dado a ver, a forma de trabalhar das sociedades de advogados é diferente. A forma de processar o trabalho é muito mais individual. É muito menos coletivo.

Nas empresas temos muito mais contactos, muito mais informação”. O advogado acrescenta ainda que “a tomada de decisão em si é mais coletiva”. Fazendo um pouco de futurologia, acredita que “o futuro vai ser mais próximo daquilo que as empresas hoje fazem”. Mas foi precisamente isso – “essa transição, essa transformação” – que é um desafio para Carlos Figueiredo. Sem qualquer preconceito assume adorar “cash” e diz que essa é uma das motivações do trabalho que faz. “Gosto de estar numa empresa que dá lucro, em que há retorno!”. Quanto à PLMJ admite que o seduziu “a sua dimensão, a sua perspetiva e filosofia de trabalho e o ter uma perspetiva e modelo de gestão de cliente”.

Cujo lema é: “aqui, cada um de nós tem de ser um homem de negócios”. Business development foi também o que o trouxe ao escritório onde já está atualmente. Ou seja: “pensar o negócio, soluções de negócio que funcionem para darem resultados, é convencer, é vender, é ganhar a confiança dos clientes. Vender é um tema muito forte. Aqui ninguém gosta mas eu gosto!”. Admite que ficou surpreendido quando Luís Pais Antunes lhe deu o ok: “por nós está feito! Vou apenas levar ao Conselho de Administração”. Carlos Figueiredo: “é normal porque não é muito óbvio que uma sociedade com 300 advogados e com 58 sócios me quisesse”. Até porque, com toda a humildade, sublinha que não levou nenhum cliente para a PLMJ. Trago ‘apenas’ a minha cabeça e a minha experiência empresarial”. E que não é pouco.

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