Governo vê petróleo mais caro. Mas subida do euro compensa

A proposta de Orçamento do Estado para 2018 prevê uma subida dos preços do petróleo. Mas esta aceleração, negativa para as contas públicas, será compensada por uma valorização do euro face ao dólar.

O Executivo de António Costa elaborou as suas previsões macroeconómicas para o próximo ano assumindo uma subida do preço do petróleo, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2018 entregue esta sexta-feira pelo ministro das Finanças na Assembleia da República. Mas este agravamento vai ser compensado por uma outra subida: o Governo prevê uma valorização do euro face ao dólar, o que vai atenuar os “efeitos negativos” do aumento das cotações do crude.

“A apreciação prevista para a taxa de câmbio do euro face ao dólar, avançando de 1,11 em 2016 para 1,18 em 2018, exerce potencialmente um efeito adverso sobre as exportações nacionais, mas atenua os efeitos negativos do aumento previsto para o preço do petróleo nos mercados internacionais, antecipando o Ministério das Finanças que o preço médio do barril de Brent aumente para 53,5 dólares em 2017 e 54,8 dólares em 2018“, lê-se no documento.

Fonte: Proposta de Orçamento do Estado para 2018

Olhando para as cotações no mercado, a média das cotações do Brent, negociado em Londres, desde o início do ano é de 52,72 dólares por barril, o que fica abaixo das previsões do Governo para 2017, mas também das estimativas para o Orçamento do Estado para 2018. Estando o valor médio do petróleo abaixo das estimativas, mas também o euro acima do previsto para este ano, há um efeito positivo nas contas públicas.

De acordo com a proposta, “se o preço do petróleo em 2018 aumentar 20% face ao inicialmente estimado, a simulação aponta para um impacto negativo no crescimento real do PIB na ordem dos 0,1 pontos percentuais. Ao nível dos preços, este choque afetará negativamente o deflator do PIB por via de um impacto substancial nos termos de troca, que mais que compensará o aumento dos preços no consumidor”.

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Famílias financiam Estado com 1.750 milhões em 2018

Estado pretende financiar-se em 1.750 milhões de euros com recurso ao mercado de retalho. Financiamento de Portugal vai atingir os 8,7 mil milhões de euros em 2018.

O retalho vai voltar a dar um contributo importante para o financiamento público no próximo ano. No total, as famílias portuguesas vão ajudar a financiar o Estado com 1.750 milhões de euros, mais de 20% do total do financiamento que o Governo vai procurar em 2018, de acordo com a proposta final do Orçamento do Estado. Certificados do Tesouro e Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) vão continuar a ser a principal aposta.

As previsões do Executivo apontam para uma ligeira retoma na subscrição dos certificados de aforro no próximo ano: vão dar um contributo positivo de 250 milhões de euros, isto depois da fuga observada este ano (-1.000 milhões de euros). Mas a principal ajuda do retalho virá novamente por via da subscrição de Certificados do Tesouro e das OTRV, dois produtos que têm conquistado popularidade junto dos portugueses devido à remuneração mais atrativa que têm apresentado. Ambos vão contribuir no seu conjunto com 1.500 milhões de euros, 750 milhões cada.

Contas feitas, o financiamento líquido do Estado deverá ascender a 8.697 milhões de euros no próximo ano. Grande parte deste financiamento será alcançado com emissões de obrigações do Tesouro, que deverá apresentar um contributo de 8.358 mil milhões de euros.

Ainda assim, o Governo conta efetuar novo reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2018, com um pagamento de 1.436 milhões de euros, depois de devoluções no valor de 8.365 mil milhões de euros efetuadas este ano ao organismo liderado por Christine Lagarde — até ao momento, Portugal já devolveu 5,2 mil milhões ao Fundo em 2017.

(Notícia atualizada às 00h24)

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ISP mexe? Governo vai atualizar taxa à inflação

A proposta de Orçamento do Estado prevê um novo agravamento da fiscalidade sobre os combustíveis, mas apenas por via da inflação.

O Governo decidiu não avançar, na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2018, com um agravamento específico da fiscalidade sobre os combustíveis. O Imposto Sobre produtos Petrolíferos (ISP) vai subir, mas apenas por via da taxa de inflação. Os valores finais serão publicados em portaria no final do ano.

“Procede-se à mera atualização de algumas das taxas do ISP, também ao nível da inflação, embora não exista qualquer alteração às taxas de imposto aplicadas à gasolina e ao gasóleo”, refere a proposta de OE para 2018, onde nota que se “mantém em vigor em 2018 o adicional às taxas do ISP, no montante de 0,007 euros por litro para a gasolina e no de 0,0035 euros por litro para o gasóleo”.

“Neste sentido, o crescimento da receita deste imposto advém fundamentalmente do aumento do consumo, o que deverá levar a um aumento da receita na ordem dos 203 milhões de euros (+6,1%)“, acrescenta. Com o ISP, o Governo estima arrecadar 3,553 mil milhões de euros durante o próximo ano.

Neste OE, o Governo não prossegue o objetivo de harmonização fiscal entre a gasolina e o gasóleo. Na altura, na apresentação do OE para 2017, apontava para uma “descida na tributação sobre a gasolina com contrapartida numa subida de igual montante da tributação do gasóleo” como forma de encetar o processo de harmonização fiscal entre ambos os combustíveis tendo em conta que deixou de fazer sentido a bonificação no diesel dada a introdução do gasóleo profissional.

“Esta correção deverá ser gradual, pois ao longo dos anos houve em Portugal, tal como noutros países europeus, um incentivo à utilização individual de veículos movidos a gasóleo, eventualmente mais poluentes do que aqueles que funcionam a gasolina, com as inevitáveis consequências ambientais”, referia o mesmo documento, sendo que neste OE não há qualquer evolução neste sentido.

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Recibos verdes: Subida de isenção de IVA já não avança

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 13 Outubro 2017

Numa versão preliminar da proposta do Governo para o OE, pretendia-se duplicar o limite anual acima do qual os trabalhadores independentes pagam IVA, para chegar aos 20 mil euros. A medida caiu.

A versão final da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 não contém uma medida que tinha sido muito falada nas versões preliminares: uma proposta de vir a aumentar para o dobro o limite a partir do qual os trabalhadores independentes pagam IVA.

A proposta, que existia em versões preliminares divulgadas pela comunicação social, dirigia-se aos trabalhadores por contra própria sem contabilidade organizada. O Governo pedia uma autorização legislativa que lhe permitiria alterar, ao longo de 2018, o regime especial de isenção de IVA, para o duplicar, de maneira a chegar aos 20 mil euros, em vez dos atuais dez mil.

O Executivo pretendia ainda que este regime de isenção de IVA só terminasse quando o sujeito passivo ultrapassasse o limite de 20 mil euros “em três anos civis consecutivos ou sempre que seja ultrapassado, num único ano, em mais de 25%”. No entanto, esta sugestão já não consta da proposta de lei oficial que será avaliada pelo Parlamento.

Atualmente, o Código do IVA prevê que os trabalhadores sem contabilidade organizada para efeitos do IRS (recibos verdes) ou IRC (empresas em nome individual) e que não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas estejam isentos deste imposto até um volume de negócios anual de dez mil euros.

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Saiba quanto vale cada medida no OE2018

  • Margarida Peixoto
  • 13 Outubro 2017

O IRS desce, as pensões sobem. Mas a tributação sobre bebidas açucaradas aumenta e aparece um novo imposto sobre o sal. O imposto de selo para o crédito ao consumo também sobe. Quanto vale o quê?

Mário Centeno, ministro das Finanças, entregou esta sexta-feira o Orçamento do Estado para 2018 a Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República.Paula Nunes/ECO

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo vai aplicar um pacote total no valor de 482 milhões de euros em termos líquidos, resultantes de medidas com impacto nas contas públicas. No final do ano, compromete-se a chegar a um défice de 1% do PIB, o que implica menos 716 milhões de euros do que o verificado em 2017. Ainda assim, o ministro das Finanças Mário Centeno encontrou forma de encaixar um aumento extraordinário de pensões e uma descida de IRS nas contas. Quanto vale cada medida?

De acordo com o quadro das medidas de política orçamental, o impacto do lado da receita é positivo para o saldo orçamental, mas será apenas na ordem dos 55 milhões de euros. Os 148 milhões de euros que o Governo espera receber a mais em dividendos do Banco de Portugal, juntamente com as alterações aos impostos especiais sobre o consumo (que vão render 150 milhões de euros em coleta a mais) e acréscimos nas receitas dos fundos estruturais pagam, grosso modo, a alteração dos escalões de IRS e a eliminação da sobretaxa.

Do lado da despesa, Mário Centeno compromete-se com uma poupança de 427 milhões de euros. As fatias mais relevantes correspondem a poupanças com juros, ao congelamento nominal dos consumos intermédios e ao exercício de revisão da despesa — cada uma destas alíneas vale cerca de 300 milhões de euros. Contudo, haverá que acomodar os gastos acrescidos com o descongelamento faseado das progressões e a atualização extraordinária das pensões.

Em baixo, pode consultar o quadro completo.

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Governo quer incluir bebidas na baixa do IVA da restauração

  • Marta Santos Silva
  • 13 Outubro 2017

O Governo pede autorização ao Parlamento para legislar de maneira a incluir certas bebidas, que tinham ficado excluídas, no IVA mais baixo da restauração que já fora aprovada.

O Governo pretende que os serviços de bebidas na restauração passem a ser incluídos na taxa inferior de IVA que foi aprovada, e para isso neste Orçamento do Estado para 2018 pede uma autorização legislativa ao Parlamento para vir a alterar, no próximo ano, esta situação.

Na versão final da proposta de lei do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 lê-se “fica o Governo autorizado a alterar a verba 3.1 da Lista II do Código do IVA”, a lista onde se incluem os bens e serviços que ficam sujeitos à taxa intermédia do IVA de 13%, “de forma a ampliar a sua aplicação a outras prestações de serviços de bebidas, alargando-a a bebidas que se encontram excluídas”.

Neste momento, as bebidas excluídas do IVA mais baixo na restauração são “as bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias”, que mantiveram um IVA de 13%. Falta saber quais aquelas que o Governo pretende passar a incluir, já que essa particularidade não vem explicitada no documento.

Pedir uma autorização legislativa significa que o Governo, se esta for aprovada no Parlamento, terá um período de 180 dias para legislar neste sentido.

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Simulações: Quanto vai pagar de IRS com os novos escalões?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 13 Outubro 2017

O número de escalões de IRS vai aumentar de cinco para sete, beneficiando 1,6 milhões de agregados, de acordo com as contas do Governo. Que impacto têm as mudanças? Veja as simulações da EY.

O ano de 2018 vai ser marcado por várias alterações fiscais. Desde logo, o número de escalões de IRS vai aumentar, passando de cinco para sete, e aliviando a fatura fiscal de muitas famílias. Esta alteração só deixa de produzir efeitos em salários mensais a partir de 3.253 euros, que não sentirão qualquer poupança no imposto a pagar por via desta medida. Mas acresce depois o fim da sobretaxa.

O segundo e o terceiro escalões vão ser desdobrados, reduzindo-se a taxa a aplicar nos limiares inferiores. Uma cedência do Executivo às exigências dos partidos mais à esquerda que pediam um alívio de impostos mais amplo e não apenas concentrado no segundo escalão. De acordo com o relatório do Orçamento do Estado (OE), esta mudança pode originar uma redução máxima de 586 euros para agregados com dois sujeitos passivos, ou 293 euros no caso de um sujeito passivo, “chegando a representar uma diminuição de 9,5% para os agregados com rendimento coletável próximo de 11 mil euros.”

O quadro abaixo mostra o que muda nos escalões de IRS e refere-se a rendimento coletáveis:

Comparando as tabelas, é possível perceber que o futuro sexto escalão passa a abranger um intervalo mais largo de rendimentos face ao atual quarto. Há, portanto, um grupo de pessoas, com rendimentos coletáveis entre 36.856 e 40.522 euros, que vão passar a contar com uma taxa marginal de 45%, acima da atual de 37%. Mas quer isto dizer que o valor a pagar aumenta? As simulações da EY para o ECO mostram que, no caso de um contribuinte solteiro e sem filhos, para um rendimento bruto de 42 mil euros — correspondente a um rendimento coletável de 37.380 euros — o IRS a pagar cai mais de 251 euros. A isto acresce ainda a poupança com o fim da sobretaxa.

É preciso ter em conta que as taxas referidas se aplicam a cada uma das fatias de rendimento a que correspondem. Portanto, um contribuinte com um vencimento de 40 mil euros anuais é abrangido por uma taxa mais alta (de 45%) no rendimento entre cerca de 36,9 mil e 40 mil euros, mas, antes disso, beneficia de taxas mais baixas noutras parcelas de rendimento.

Onde estanca a poupança? Nos 3.253 euros de salários, dizem as simulações da EY para o ECO. Mas os contribuintes nesta situação vão sentir no próximo ano os efeitos da eliminação da sobretaxa.

Fonte: EY

 

Abaixo deste valor, há poupanças. As simulações da EY para o ECO têm em conta, nestes casos, o fim da sobretaxa que este ano ainda se aplicou nos escalões mais altos, bem como um conjunto de deduções (como pode ver nos pressupostos indicados abaixo). O valor do mínimo de existência também vai subir, uma medida que protege mais contribuintes de rendimentos reduzidos e não está contemplada nos cálculos.

O efeito conjunto da reformulação dos escalões e das mudanças no mínimo de existência “permitirá devolver aos portugueses cerca de 385 milhões de euros”, diz o relatório do OE. Só com as alterações aos escalões, são potencialmente beneficiados 1,6 milhões de agregados. Veja as simulações para esta medida:

Salário mensal de 925 euros

Um contribuinte solteiro, sem filhos, com um salário de 925 euros por mês, poupa mais de 96 euros no IRS a pagar. Mas no caso de contribuintes casados (dois titulares), que optem pela tributação conjunta e tenham dois filhos (ver pressupostos), não há qualquer mudança face aos valores de 2017.

Fonte: EY

Salário mensal de 1.500 euros

Um ordenado bruto, para um solteiro, de 21.000 euros anuais — que corresponde a um rendimento coletável de 16.896 euros — passa a ficar enquadrado no terceiro escalão e não no segundo. E este contribuinte poupa 198,5 euros. Olhando para dois titulares casados, há menos 397 euros a pagar de IRS.

Fonte: EY

Salário mensal de 2.000 euros

Atingindo os 28 mil euros de rendimento bruto anual, um contribuinte solteiro contará agora com um alívio de 412,85 euros. Aqui, além das mudanças previstas nos escalões, conta também o fim da sobretaxa, que em 2017 ainda lhe retirou mais de 141 euros. Contribuintes casados veem o rendimento líquido anual aumentar quase 798 euros.

Fonte: EY

Salário mensal de 2.250 euros

Um contribuinte solteiro que ganhe 31.500 euros por ano salta do terceiro para o quinto escalão, mas continua sujeito à mesma taxa marginal de imposto de 37%. Poupa quase 466 euros no IRS, beneficiando também com o fim da sobretaxa. A redução no IRS a pagar supera 900 euros no caso de contribuintes casados com dois filhos e tributação conjunta.

Fonte: EY

Salário mensal de 3.000 euros

Um ordenado bruto de 42 mil euros por ano equivale a um rendimento coletável de 37.380 euros, o que corresponde ao novo sexto escalão (mais abrangente do que o atual quarto). Com a nova tabela, os rendimentos superiores a 36.856 euros e até 40.522 euros passam a contar com uma taxa marginal de 45% (acima da atual de 37%). Mas mesmo aqui há ganhos, por força das reduções operadas em escalões anteriores. Este contribuinte pagará menos 251,35 euros de IRS. Somando o fim da sobretaxa, o rendimento líquido aumenta 511,67 euros.

Já dois contribuintes casados com um rendimento coletável de 74.760 euros ficam a ganhar mais de 995 euros por ano.

Fonte: EY

Pressupostos:

1 – As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos e visam quantificar a poupança fiscal, decorrente da Proposta do Orçamento de Estado para 2018, para sujeitos passivos que obtenham rendimentos da Categoria A. As simulações presumem que a regra do mínimo de existência não sofre alterações, i.e. que é calculado como o rendimento (bruto) líquido de imposto inferior a 8.500 euros e não o rendimento coletável líquido de imposto inferior a 8.846 euros.

2 – A remuneração atual considerada corresponde a 14 meses do rendimento bruto.

3 – Nas presentes simulações, com exceção das simulações do sujeito passivo como solteiro, estamos a considerar que os sujeitos passivos são casados, dois titulares de rendimentos, que auferem exatamente o mesmo montante de rendimento anual e que optam pela tributação conjunta.

4 – As simulações foram efetuadas considerando as deduções pessoais do agregado familiar (assumindo filhos com idades superiores a três anos e que não frequentam a universidade) e considerando as seguintes deduções à coleta:

– encargos imóveis (rendas): 6.000 euros;

– despesas de educação: 1.100 euros por dependente;

– despesas de saúde: 1.000 euros por agregado;

– despesas gerais familiares: 5.000 euros por agregado.

5 – O rendimento líquido é apurado da seguinte forma: rendimento bruto – contribuições para a Segurança Social (11% do rendimento bruto) – coleta líquida.

(notícia atualizada)

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Metros, STCP e Transtejo recebem menos um milhão em 2018

Metro do Porto, STCP, Metro de Lisboa e Transtejo vão receber, em 2018, um total de 4,65 milhões para renovação e manutenção de frotas, um corte de 18% face ao Orçamento deste ano.

Os transportes de Lisboa e do Porto vão receber menos dinheiro, no próximo ano, para a renovação e reparação de frota. Ao todo, o Metro do Porto, STCP, Metropolitano de Lisboa e Transtejo vão receber 4,65 milhões de euros, menos um milhão do que tinham recebido no ano passado.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Governo destina 1,3 milhões de financiamento para “infraestruturas de longa duração” do Metro do Porto e outros 1,3 milhões de financiamento para “remodelação e reparação de frota” do Metropolitano de Lisboa. Em 2017, estas duas empresas tiveram, cada uma, direito a 1,7 milhões de euros.

Já a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) terá direito a 1,2 milhões para “remodelação e reparação de frota” no próximo, valor abaixo dos 1,455 milhões que lhe foram destinados este ano.

No último Orçamento, a Carris tinha reservados 855 mil euros. No entanto, a empresa de transportes de Lisboa passou a ser gerida pela Câmara Municipal da capital. Em 2018, estes 855 mil euros serão destinados à Transtejo.

Feitas as contas, as quatro empresas de transportes recebem um total de 4,65 milhões de euros em 2018, um corte de 18,4% face aos 5,7 milhões que lhes foram destinados no Orçamento do Estado para este ano.

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Centeno: “Este orçamento é de 2018. Não é eleitoralista”

O ministro das Finanças vai apresentar a proposta do Orçamento do Estado para 2018 que foi entregue à Assembleia da República. Acompanhe o live blog em direto.

Mário Centeno apresenta o terceiro Orçamento do Estado da atual solução governativa. Em conferência de imprensa, a partir do Salão Nobre do Ministério das Finanças, o ministro vai revelar as principais medidas que vão entrar em vigor no próximo ano. Saiba aqui quais são as principais alterações já divulgadas.

O ministro das Finanças estará acompanhado pelos seus secretários de Estados: secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, o secretário de Estado da Administração e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, e ainda o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo.

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Rendimentos mensais entre 607 e 681 beneficiam com o novo mínimo de existência

A EY fez simulações para avaliar o impacto do novo mínimo de existência nos salários. São beneficiados 210 mil agregados com rendimentos mensais entre 607 e 681 euros.

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo decidiu aumentar o número de famílias que ficam isentas de IRS. Como? Através da subida do mínimo de existência dos atuais 8.500 euros para um valor correspondente a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas que também não poderá ficar abaixo do salário mínimo. Os recibos verdes passam a estar também protegidos por este travão. A medida abrange 210 mil agregados.

Assim, os contribuintes que estão no primeiro escalão, e apenas estes, são beneficiados com esta espécie de travão ao IRS, que visa garantir que ninguém fique com um rendimento disponível abaixo de um determinado valor. Assim, os contribuintes com rendimentos mensais brutos entre 607 — valor a partir do qual se começa a pagar IRS — e 681,14 euros são diretamente beneficiados pela medida. O cálculo é obtido através da divisão de um rendimento anual bruto de 9.536 por 14 (o número de salários anuais). Este é o rendimento a partir do qual já não beneficia do novo valor do mínimo de existência, mas assumindo o pressuposto de que o sujeito passivo tem despesas gerais familiares de 250 euros, revelam os cálculos da EY para o ECO.

Nas versões preliminares do Orçamento do Estado foram várias as alternativas avançadas para o valor deste travão: começou por ser de 8.850, falou-se numa alteração à própria forma de cálculo do mínimo de existência e, na versão final, fica definida uma dupla garantia de que o limiar vai corresponder a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas também não poderá ficar abaixo do salário mínimo.

O ECO voltou a pedir à EY que fizesse novas simulações com o mínimo de existência de 8.998,13 euros e, mantendo a forma de cálculo, como até aqui. Ou seja, usando as regras definidas no artigo 70.º do Código de IRS que determina que, após a aplicação das taxas de imposto, “não pode resultar, para os titulares de rendimentos predominantemente originados em trabalho dependente ou em pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior 8.500 euros”, um valor atualizado agora para os 8.998,13 euros.

Este valor resulta do facto de o Governo antecipar que o PIB vai evoluir a bom ritmo, de tal forma que consegue fazer com que o IAS tenha um valor mais significativo. De acordo com a lei, a atualização neste caso “corresponde ao IPC acrescido de 20% da taxa de crescimento real do PIB, com o limite mínimo de 0,5 pontos percentuais acima do valor do IPC”. Os dados da inflação que permitem fazer este cálculo ainda não são conhecidos (inflação de outubro), mas a informação mais recente, referente a setembro, aponta para 1,19%. Se assumirmos que o valor final ficará, como hipótese, em 1,2%, então o aumento do IAS será de 1,7% neste cenário.

Considerando um solteiro, com rendimentos brutos anuais a variar entre os 8.700 euros e os 9.600 euros, eis o resultados das simulações:

Neste caso, o contribuinte não tem de pagar imposto dada a subida do mínimo de existência.

Este contribuinte continua a ter de pagar IRS, mas tem um aumento do seu rendimento disponível de 458,05 euros, isto porque passa a pagar apenas 1,87 euros de IRS.

Já no caso dos solteiros sem filhos com um rendimento bruto de 9.300 euros, o IRS a pagar passa de pouco mais de 500 euros para 301,87. Ou seja, tem um aumento de 201,55 euros no seu rendimento líquido anual.

Finalmente, se o contribuinte ganhar 9.600 euros brutos tem de pagar, em 2018, os mesmos 546,92 euros.

As simulações apresentadas dizem respeito a um sujeito passivo solteiro, mas basta multiplicar os rendimentos apresentados por dois para ter a simulação para um casal sem filhos.

Esta subida do limiar de existência (que já era conhecida desde setembro) foi negociada com o Partido Comunista, e deverá entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado para 2018, embora os contribuintes só devam sentir algum alívio em 2019 quando acertarem as contas com o Fisco em relação ao rendimento auferido no ano anterior.

De sublinhar que a proposta do Orçamento do Estado para 2018 define que os trabalhadores independentes também passam a ser abrangidos por este travão ao IRS, beneficiando assim de um aumento do rendimento disponível.

Pressupostos das simulações da EY

  1. As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos, incluindo a consideração do mínimo de existência de Euro 8.500 para 2017 (correspondente ao rendimento bruto líquido de IRS) e a consideração do aumento deste valor mínimo para 8.998,13, no ano 2018, tendo como pressuposto uma subida no valor do IAS em 2018 para 428,48 euros, tendo por base os valores que nos foram providenciados pelo ECO.
  2. O cálculo do IRS a pagar foi efetuado considerando exclusivamente a situação de solteiro, sem dependentes, e considerando apenas a dedução à coleta por despesas gerais familiares.

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Sócrates: “Não há um único documento que diga que o dinheiro é meu”

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

O antigo primeiro-ministro é acusado de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

“Não fui [corrupto]. Pelo contrário. Honrei sempre o meu cargo com um comportamento de total honestidade“. É desta forma que José Sócrates começa por se defender das acusações do Ministério Público, conhecidas esta quarta-feira. Em entrevista à RTP, esta sexta-feira, o antigo primeiro-ministro, que foi acusado de 31 crimes de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, nega ter cometido estes crimes e lança críticas sobre a investigação.

“Ainda ninguém fez a seguinte pergunta: como é que o Ministério Público prova aquilo que diz? Como é que fundamenta as gravíssimas acusações que faz?”, começou por questionar José Sócrates para, logo de seguida, negar que o dinheiro encontrado nas contas de Carlos Santos Silva seja, na realidade, seu, como acusa o Ministério Público.

“Não encontrará um único testemunho de alguém que diga que o dinheiro é meu, um único documento. Encontra muitos papéis, muitos documentos que provam exatamente o contrário”, garante.

Assim, considera, esta “nunca foi uma investigação a um crime”, mas uma perseguição a um alvo”. Aliás, assegura Sócrates, os investigadores esconderam que, nas contas da Suíça em causa, o seu nome nunca aparece. “O Ministério Público escondeu isso durante três anos. Essa foi a primeira deceção do Ministério Público. O Ministério Público prendeu para investigar, para amesquinhar”.

"Temos uma relação fraterna, é o meu melhor amigo fora da política. ”

José Sócrates, sobre Carlos Silva

Ex-primeiro-ministro

Sobre o dinheiro de Carlos Santos Silva, Sócrates volta a garantir que se trataram apenas de empréstimos. “Eu ia hipotecar a minha casa, já tinha pedido três empréstimos à Caixa Geral de Depósitos e ele ofereceu-se para me ajudar. Temos uma relação fraterna, é o meu melhor amigo fora da política“, disse. “Daí partir para a ilação de que então o dinheiro é meu, isso é um salto lógico que desafia a nossa inteligência”, acrescenta, dizendo ainda que Carlos Santos Silva nunca falou ao então primeiro-ministro de qualquer concurso público em que estivesse envolvido. “É um homem honesto”.

“Tenho respeito e consideração” por Ricardo Salgado

As acusações de corrupção a José Sócrates giram em torno da oferta pública de aquisição (OPA) da Sonae sobre a Portugal Telecom (PT), o Banco Espírito Santo (BES), o Grupo Lena e Vale do Lobo. Sobre o BES, José Sócrates diz que nunca se encontrou com Ricardo Salgado antes do dia 13 de outubro de 2006, quando já era primeiro-ministro, ao contrário do que afirma o Ministério Público, que acredita que Sócrates e Salgado se encontraram antes de o antigo primeiro-ministro ter tomado posse.

“Nunca me encontrei com ele no banco, nunca fui a sua casa, nunca me encontrei para almoçar fora com ele”, reitera Sócrates sobre aquilo que diz ser uma “invenção” do Ministério Público.

"Tenho por [Ricardo Salgado] respeito e consideração e apreciei o relacionamento que tivemos enquanto fui primeiro-ministro. Mas não faço parte do seu grupo de amigos.”

José Sócrates

Antigo primeiro-ministro

“A invenção é esta: que eu e Salgado éramos próximos. Nós tínhamos uma relação institucional. Tenho por ele respeito e consideração e apreciei o relacionamento que tivemos enquanto fui primeiro-ministro. Mas não faço parte do seu grupo de amigos”, sublinhou.

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Wall Street fecha em máximos apoiado em dados económicos

Dois dos principais índices bolsistas norte-americanos encerraram a semana em recordes, apoiados nos dados que suportam o crescimento económico dos EUA.

As ações norte-americanas entraram no fim de semana com o pé direito, com os principais índices bolsistas a firmarem novos máximos de sempre. Os dados sobre as vendas do retalho, bem como relativos à inflação, suportam a recuperação da economia norte-americana e lançaram o mercado acionista rumo a ganhos. O calendário de apresentação de resultados também apoiou os ganhos.

O Dow Jones terminou a somar 0,13%, para os 22.871,72 pontos, enquanto o Nasdaq fechou com ganhos de 0,22%, para os 6.605,80 pontos. Ou seja, novos máximos de sempre. Por sua vez, o S&P 500 terminou a sessão a valorizar 0,09%, para os 2.553,17 pontos.

Os investidores começaram por reagir com agrado à subida ao ritmo mais acelerado dos últimos dois anos e meio das vendas do retalho, para mais tarde os dados sobre a desaceleração da inflação a reforçarem a evidência de que o crescimento económico continua acelerado nos EUA.

“A presunção de que, com uma leitura mais fraca da inflação, irá significar que a Reserva Federal não vai ser tão agressiva [na retirada de estímulos] como as pessoas esperam”, afirmou Chris Verrone, analista da Strategas Research.

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