Incêndios: Abrantes e Setúbal são os que mais preocupam

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

Grândola é o concelho em Setúbal onde o fogo é mais intenso. As chamas em Abrantes foram controladas durante a noite, contudo o fogo ainda não está extinto e continuam a ser mobilizados meios aéreos.

Esta sexta-feira, os incêndios que causam maior alarme são os de Abrantes e Setúbal, apesar da presidente da Câmara de Abrantes ter informado que esta madrugada as chamas já estavam controladas. Já os distritos sob aviso amarelo continuam a aumentar: são agora 12.

Às 9h00 desta sexta-feira, os incêndios que mais preocupavam eram o de Abrantes e o de Setúbal, adiantou Patrícia Gaspar no briefing na sede da ANPC em Carnaxide. O incêndio no distrito de Setúbal preocupa sobretudo nas localidades de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, em Grândola. O incêndio de Abrantes está a ser combatido por 731 operacionais, apoiado por 240 veículos. Ainda durante a manhã vão ser acionados oito meios aéreos, dos quais dois Canadair portugueses, dois espanhóis, um de Marrocos e três helicópteros, avançou a adjunta nacional de operações da ANPC.

Pela 00h30 da madrugada de sexta-feira, a Presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, informou a Lusa de que existiam ainda duas frentes ativas mas que o incêndio estava controlado. Como tal, esperava que o incêndio estivesse resolvido até esta sexta-feira de manhã e reforçou que já “não existe qualquer perigo”. Acrescentou que o único caso de uma habitação que ardeu totalmente já está a ser acompanhado, tendo a família de cinco pessoas sido realojada na casa paroquial.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevou de sete para 12 os distritos sob aviso amarelo devido à previsão de persistência de valores elevados de temperatura máxima até domingo. O IPMA tinha colocado anteriormente sob ‘aviso amarelo’ os distritos de Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Évora, Setúbal e Beja, juntando-se agora Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre. Segundo o Instituto, o ‘aviso amarelo’ vai estar em vigor entre o meio dia de sexta-feira e as nove da noite de domingo. O ‘aviso amarelo’, o terceiro mais grave, significa situação de risco para determinadas atividades dependentes das condições meteorológicas.

“Ontem [quinta-feira] voltámos a ter 200 ocorrências diárias, dia em que se registou o maior número de fogos (215)”, adiantou a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Das 215 ocorrências registadas na quinta-feira, 45 foram no distrito do Porto, 26 em Coimbra, 24 em Braga e 19 em Lisboa.

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AIE corta previsões da procura. Petróleo volta a baixar dos 50 dólares

O petróleo negociado em Nova Iorque chegou a valorizar 1% na quinta-feira. Esta manhã, depois do relatório publicado pela AIE, reverte os ganhos e volta a baixar da fasquia dos 50 dólares.

A procura pelo petróleo produzido pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai voltar a cair este ano e no próximo. Os cálculos são da Agência Internacional da Energia (AIE), que, no relatório sobre o mercado do petróleo divulgado esta sexta-feira, revê em baixa as previsões para a procura, contrariando assim a OPEP, que reviu em alta as suas previsões.

No relatório divulgado esta sexta-feira, a AIE reconhece que o mercado petrolífero está a reequilibrar-se, numa altura em que os membros da OPEP e alguns aliados procuram cumprir os cortes de produção acordados no final do ano passado. Contudo, as reservas mantêm-se demasiado elevadas e a procura pelo crude produzido pelos países da OPEP deverá ser menor do que o inicialmente estimado, já que o crescimento do consumo em alguns mercados foi sobrestimado.

É o caso da China e da Índia. A procura por petróleo no mercado indiano deverá aumentar em 135 mil barris por dia em 2017 e em 275 mil barris por dia no próximo ano, prevê agora a AIE. Nas anteriores previsões, a agência apontava para crescimentos da procura superiores.

Feitas as contas, a AIE estima agora que a procura pela matéria-prima produzida pela OPEP chegue aos 32,6 milhões de barris por dia, abaixo dos 32,84 milhões de barris por dia que produziu em julho.

Depois da publicação deste relatório, o petróleo, que na quinta-feira chegou a valorizar mais de 1%, reverte agora esses ganhos. O Brent, negociado em Londres, está a recuar 0,67% para 51,55 dólares por barril. Já o WTI, negociado em Nova Iorque, perde 0,76% para 48,22 dólares por barril.

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“Fogo e fúria” ameaça ações europeias com pior semana do ano

A forte tensão geopolítica entre os EUA e a Coreia do Norte está a ditar um agosto quente nos mercados. As ações europeias preparam-se para a maior queda semanal desde novembro.

Sobe o tom de ameaça entre os EUA e a Coreia do Norte e inevitavelmente caem as bolsas. Os receios dos investidores relativamente a um conflito mundial nuclear está provocar um agosto quente nos mercados, com as ações europeias a prepararem-se para o pior registo semanal do ano. Enquanto recuam as bolsas, os ativos refúgio sobem. É o que acontece com algumas moedas, mas também com o ouro que ganha mais brilho. Já o “índice do medo” volta a disparar.

O índice Stoxx 600 recua, nesta sexta-feira, em torno de 1%, prolongando as perdas das últimas sessões, e preparando-se para o pior registo semanal desde novembro do ano passado. O índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas do Velho Continente desliza 1,14%, para os 371,75 pontos, alargando para 2,82% a perda acumulada na semana. Todos os setores seguem no vermelho nesta sessão, arrastando o índice europeu para mínimos do início de março.

Índice Stoxx 600 com pior semana desde novembro

Fonte: Bloomberg

A praça lisboeta acompanha o sentimento das pares europeias, com o PSI-20 a recuar 1,19%, para os 5.190,17 pontos, com apenas uma cotada no verde. Entre as cotadas que mais pressionam o índice bolsista nacional estão a Galp energia e o BCP.

As ameaças de terror e a guerra de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte têm-se intensificado ao ponto de que os mercados já não a podem ignorar.

Shane Oliver

AMP Capital

A maré vermelha que volta a inundar as bolsas europeias nesta sessão, começou por passar pelas bolsas asiáticas e promete chegar também ao outro lado do Atlântico, numa altura em que os investidores temem os eventuais desenvolvimentos que possam advir da subida de tom de ameaça entre os EUA e a Coreia do Norte.

“As ameaças de terror e a guerra de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte têm-se intensificado ao ponto de que os mercados já não a podem ignorar”, afirmou Shane Oliver, responsável pela estratégia de investimentos da AMP Capital, em Sidney, citado pela Reuters. “Claro que tudo isto acontece numa altura em que era esperada uma correção dos mercados, pelo que a Coreia do Norte fornece o gatilho perfeito“, complementou o mesmo responsável para justificar as fortes perdas dos mercados acionistas.

Certo é que com o tom de ameaças entre os dois países vai escalando à medida que passa o tempo. Donald Trump voltou a relembrar nesta quinta-feira que a ameaça de “fogo e fúria” que lançam no início da semana é para levar a sério, depois de a Coreia do Norte ter prometido para meados de agosto apontar os seus mísseis balísticos para o território norte-americano de Quam.

No seguimento desse quadro de ameaça nuclear, o medo impera nos mercados. O “índice do medo” voltou a subir mais uma vez nesta sexta-feira na Europa. O índice VStoxx, que mede a volatilidade das ações europeias dispara 23%, para máximos de abril.

Ao mesmo tempo, os investidores estão a aposta cada vez mais nos mais tradicionais ativos refúgio em períodos de tensão geopolítica. O ouro valoriza mais uma vez, estando cada vez mais próximo da fasquia dos 1.300. O metal amarelo valoriza nesta sessão 0,14%, até aos 1.289,92 dólares. Ou seja, para máximos do início de junho. Também o dólar ganha fôlego adicional. O índice Bloomberg Dollar Spot avança 0,1%, para os 1.161,39 pontos. Face ao euro, a moeda norte-americana também ganha terreno. O euro recua 0,14%, para os 1,1755 dólares.

(Notícia atualizada às 10h55 com mais informação)

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Revista de imprensa internacional

A retórica agressiva continua a escalar entre a Coreia do Norte e os EUA, o antigo CEO da Uber enfrenta um processo, os franceses exigem que as tecnológicas sejam taxadas.

Um investidor da Uber avança com um processo contra o fundador e ex-CEO Travis Kalanick, o escândalo dos ovos contaminados chega a mais de uma dezena de países europeus, e os franceses querem que as tecnológicas sejam taxadas. Entre Washington e Pyongyang, continuam os disparos retóricos. Conheça as notícias que marcam a atualidade mundial esta sexta-feira.

The New York Times

Trump intensifica ameaças a Pyongyang e tensões continuam a crescer

Independentemente do impacto que as suas ameaças iniciais já provocaram nas bolsas mundiais, Donald Trump e Kim Jong-un não recuam nas suas crescentes picardias que continuam a escalar a cada dia que passa. Desta feita, depois de a Coreia do Norte ter repetido que está a desenvolver planos concretos para bombardear uma ilha norte-americana no Pacífico, Guam, Trump responde com igual exaltação: “Se ele fizer alguma coisa em Guam, vai haver um evento como nunca ninguém viu na Coreia do Norte”, afirmou. “Não é um desafio. É uma afirmação”.

Leia a notícia completa no The New York Times. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

Reuters

Investidor da Uber processa Travis Kalanick

O fundo de investimento Benchmark Capital, um dos investidores da Uber, avançou com uma ação em tribunal contra Travis Kalanick. O investidor acusa o antigo presidente executivo da Uber, que se afastou do cargo este ano mas manteve-se no conselho de administração, de fraude, violação de contrato e violação de deveres. Segundo o Benchmark, que procura assim forçar Kalanick a abandonar o conselho de administração, o antigo CEO terá arranjado esquemas para manter o poder dentro da empresa, mesmo depois de ter deixado o cargo de CEO.

Leia a notícia completa na Reuters. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Financial Times

Chegou a hora de taxar as tecnológicas, pedem os franceses

O governo francês está a apelar à União Europeia para que o modelo de tributação das empresas tecnológicas entre numa nova fase. O apelo surge depois de ter sido divulgado que a AirBnb pagou menos de 100 mil euros em impostos em França no ano passado — isto apesar de este ser o segundo maior mercado da empresa digital de arrendamento temporário para turistas. “Todas as empresas têm de pagar a sua quota-parte de impostos, em todos os países em que operam. Não é isso que acontece hoje”, disse Bruno Le Maire, ministro das Finanças francês, na quinta-feira. “Queremos que a União Europeia tome a liderança na resolução deste problema. E França está pronta para avançar com algumas ideias ambiciosas”, garantiu.

Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Le Figaro

Escândalo dos ovos contaminados começa a abranger toda a Europa

Já mais de 12 países estão a ser afetados pelo escândalo dos ovos contaminados com o elemento tóxico fipronil, que saíram dos Países Baixos e da Alemanha mas que já chegaram a supermercados noutros Estados-membros. A Comissão Europeia prepara-se para convocar uma reunião sobre esta crise, de acordo com o comissário da Saúde, que falou à AFP. Dois suspeitos foram detidos na Holanda, na empresa ChickFriend, e esta quinta-feira foram desenvolvidas buscas em várias outras empresas para procurar descobrir os responsáveis pela contaminação. Mais de 6.000 litros de substâncias tóxicas foram apreendidos numa empresa belga.

Leia a notícia completa no Le Figaro. (Conteúdo em francês / Acesso gratuito)

The Guardian

Número de migrantes vindos da Líbia para Itália caiu para metade

Operações mais intensas no norte de África contra a atividade dos traficantes de seres humanos são um dos fatores que fez com que o número de migrantes a chegar a Itália vindos da Líbia tenha caído mais de 50% de junho para julho, vangloriaram-se as autoridades italianas. Quando em junho mais de 23 mil pessoas tinham atravessado o mar para chegar a Itália, este mês de julho o número foi de 11 mil pessoas. A guarda costeira líbia e a Marinha do país têm disparado tiros de aviso contra navios de Organizações Não-Governamentais que procuram resgatar migrantes.

Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Governo quer mais 170 mil habitações acessíveis em oito anos

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

Os planos para a nova secretaria de Estado da Habitação envolvem vários projetos com prazos de um ano, assinalou o ministro do Ambiente, e vão ser apresentados depois das autárquicas.

O Governo tenciona aumentar para 290 mil habitações o parque habitacional com apoio público nos próximos oito anos, o que significa acrescentar 170 mil casas às já existentes, com prioridade para as famílias de classe média, disse ao Público o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

O ministro, que tem agora a tutela da nova secretaria de Estado da Habitação, afirmou que o Governo tenciona concretizar este objetivo através de dois processos: com o Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, que significa que o Estado intervém diretamente, e o Regime do Arrendamento Acessível, no qual a intervenção é feita junto de proprietários privados, com um enquadramento fiscal específico.

“Pretendemos ter um parque habitacional com apoio público que chegue aos 5% do total em oito anos, ou seja, mais 170 mil habitações”, explicou Matos Fernandes. “Este Governo propõe-se a ter uma nova geração de políticas de habitação”, afirmou, para “responder às dificuldades de todos aqueles que não conseguem satisfazer as suas necessidades de habitação”. Ao contrário da história da política da habitação em Portugal, que sempre se voltou para os mais carenciados, o ministro propõe-se agora a ocupar-se também da classe média.

“É aqui que entra o arrendamento acessível. Dito de outra forma, a política do Governo renova a necessidade de reforçar a habitação social e inclui na sua política pública a oferta de arrendamento a preços acessíveis dirigida à classe média”, explicou.

Embora algumas das metas desta “nova geração” de políticas de habitação sejam para oito anos, o ministro afirma que “muitos projetos” têm “um calendário de execução, certamente, de um ano”. O projeto será apresentado depois das eleições autárquicas, acrescentou.

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Lesados do BES já podem começar a reaver investimentos

O decreto que regula os fundos de recuperação de créditos já foi publicado em Diário da República. Entra já em vigor.

Era o passo que faltava para que os lesados do Banco Espírito Santo (BES) possam começar a reaver parte do dinheiro que investiram em papel comercial da Espírito Santo International e da Rioforte. O decreto que regula os fundos de recuperação de créditos foi publicado, esta sexta-feira, em Diário da República, entrando em vigor no dia seguinte à sua publicação.

O novo regime foi aprovado em março em Conselho de Ministros, com o objetivo de criar mecanismos para “minorar as perdas sofridas por investidores não qualificados em virtude da aquisição de instrumentos financeiros comercializados abusivamente por instituições de crédito sujeitas a medidas de resolução ou cuja licença tenha sido revogada”. Foi este o caso do BES, alvo de resolução em agosto de 2014. Por essa altura, mais de dois mil clientes perderam 400 milhões de euros com a compra, aos balcões do BES, de papel comercial, cujo investimento foi dado como perdido.

Ao fim de três anos do colapso do BES, e com a publicação do novo regime em Diário da República, a solução encontrada pelo Governo, reguladores e associação representante dos lesados pode, finalmente, começar a ser implementada. A solução prevê que os investidores recebam os valores aplicados por tranches. Os clientes que investiram até 500 mil euros poderão reaver até 75% do investimento; quem investiu mais de 500 mil euros, recupera 50%.

Depois de publicado o regime em Diário da República, falta ainda escolher a sociedade gestora de fundos, responsável por gerir os créditos. Esta quarta-feira, o Público avançou que os lesados do BES deverão escolher esta entidade nas próximas semanas, em assembleia geral da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC).

Dinheiro é recuperado se banco não tiver sido transparente

O novo regime vem estabelecer que, a partir de agora, os investidores não qualificados que percam o dinheiro aplicado poderão reavê-lo desde que se cumpram quatro condições:

  1. Os instrumentos financeiros têm de ter sido comercializados por uma instituição de crédito que, posteriormente, tenha sido alvo de medidas de resolução, ou por entidades que estivessem relacionadas com essa instituição, “em relação de domínio ou de grupo”;
  2. O emitente dos instrumentos financeiros em causa tinha de estar insolvente ou em difícil situação financeira à data da comercialização;
  3. Essa informação financeira não constava dos documentos informativos disponibilizados aos investidores, ou houve violação dos deveres de intermediação financeira pela entidade comercializadora;
  4. Há indícios de que as entidades que comercializaram os instrumentos financeiros em causa possam ser responsabilizadas pela satisfação desses créditos.

Os investidores que participem no processo de recuperação de créditos terão direito a “receber o montante correspondente ao valor da amortização e do reembolso“, bem como a “receber os pagamentos contratualmente definidos, se aplicável”, pode ler-se no diploma, que define ainda que “a constituição de fundos de recuperação de créditos depende de autorização prévia” da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os fundos têm um prazo máximo de dez anos, sendo permitida a sua prorrogação por mais do que uma vez, por um período não superior ao inicial. “Sendo deliberada a prorrogação, é permitida a amortização das unidades de recuperação de crédito aos participantes que tenham votado contra a prorrogação”, refere o documento.

Notícia atualizada às 10h05 com mais informação.

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Quanto vai crescer o PIB? Economistas apostam em 3%

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

A economia portuguesa deverá ter crescido 3% no segundo trimestre face ao mesmo período do ano passado, antecipam os economistas. A Católica aponta para 3,3%.

A economia portuguesa deverá ter crescido, em média, 0,4% em cadeia no segundo trimestre e 3% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com as estimativas dos analistas contactados pela Lusa.

Na comparação homóloga, o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, é a entidade que apresenta a projeção mais otimista (de 3,3%), seguindo-se o BBVA (3%), o Montepio (2,9%) e o ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão (2,8%), o que significa que, em média, a expectativa dos economistas aponta para um crescimento de 3% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Também na comparação com o trimestre anterior, a previsão mais otimista é a do NECEP, que aponta para um crescimento em cadeia de 0,7%, seguindo-se a do BBVA (de 0,4%) e a do Montepio e a do ISEG, de 0,3% em ambos os casos, o que corresponde a um crescimento em cadeia de 0,4% no segundo trimestre, em termos médios.

O economista do NECEP João Borges Assunção disse à Lusa que “estas estimativas têm uma incerteza invulgarmente elevada”, sobretudo devido a uma série de efeitos pontuais e de calendário no primeiro trimestre do ano, e admitiu “a possibilidade de um soluço no crescimento em cadeia” que, ainda assim, “será consistente com a continuação da recuperação da economia”.

Recordando que, no primeiro trimestre, a procura externa líquida teve “um contributo expressivo” para o crescimento, Borges Assunção diz que este é “um dos efeitos pontuais que dificulta a estimativa do crescimento no segundo trimestre” e espera que, no segundo trimestre, o investimento e o consumo privado “venham a produzir os principais contributos para o crescimento em cadeia do PIB [Produto Interno Bruto]”.

O economista-chefe do Montepio Rui Bernardes Serra, por seu lado, prevê que “as exportações observem quer o maior crescimento anual em 2017 (+7,7%), quer o maior contributo para o crescimento da economia” e, quanto às exportações líquidas, antecipa que tenham tido “um ligeiro contributo para o crescimento do PIB (na ordem de 0,1 pontos percentuais)”, tendo em conta que se prevê igualmente “um forte crescimento das importações”.

Pelo BBVA, o economista-chefe, Miguel Cardoso, indicou à Lusa que haverá no segundo trimestre “uma contribuição da procura externa inferior à observada no primeiro trimestre do ano”, antecipando que “as exportações tenham moderado o crescimento, após três trimestres de aumentos muito significativos” e que o consumo privado “tenha continuado a aumentar, ainda que abaixo do observado durante o primeiro trimestre”.

Ainda assim, no global, Miguel Cardoso afirma que as exportações deverão “continuar a ajudar o crescimento durante a segunda parte do ano, em consequência da manutenção da recuperação em alguns dos principais parceiros da economia portuguesa e da continuação da perceção da insegurança em alguns destinos que competem com o turismo português”.

Já António Ascensão Costa, do ISEG, espera que o consumo privado tenha crescido “bastante mais do que no primeiro trimestre” em termos homólogos, que a formação bruta de capital fixo se tenha “mantido ao nível do trimestre anterior”, sendo expectável que, no global, o crescimento homólogo da procura interna “tenha excedido significativamente o do trimestre anterior”.

Por oposição, o professor antecipa que a procura externa líquida no segundo trimestre tenha tido um comportamento “bastante menos favorável do que no primeiro trimestre”, pelo que deverá ter tido um contributo negativo para o crescimento económico entre abril e junho.

Olhando para os fatores que podem colocar riscos à evolução da economia no resto do ano, tanto Borges Assunção como Rui Bernardes Serra apontam o elevado endividamento público, as fragilidades do setor bancário e a solidez da consolidação orçamental.

No entanto, do lado positivo, o professor da Universidade Católica refere que “a melhoria da economia na zona euro está a ajudar a economia portuguesa” e o economista-chefe do Montepio indica que “a recuperação do mercado de trabalho poderá continuar a superar as expectativas, suportando maiores crescimentos da procura interna”.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na segunda-feira a estimativa rápida para o crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, que no primeiro trimestre aumentou 2,8% em termos homólogos e 1% face ao trimestre anterior.

A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento superior a 3% entre abril e junho deste ano, o que resultará num crescimento anual de mais de 2%.

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Após três semanas de subidas, gasóleo prepara-se para descer

Entre o sobe e desce, os preços do petróleo acabaram por perder valor na semana. E os preços dos combustíveis nos mercados também recuaram, mas só o diesel poderá baixar nos postos de abastecimento.

Depois de semanas de aumentos, os preços dos combustíveis dão tréguas aos automobilistas. Na semana em que muitos portugueses gozam a ponte, os valores de venda nos postos de abastecimento nacionais têm margem para baixar, mas apenas no caso do gasóleo, o mais utilizado em Portugal.

Enquanto a gasolina deverá manter-se inalterada, no caso do diesel há margem para uma redução de meio cêntimo por litro, de acordo com os cálculos do ECO que têm por base as cotações da Bloomberg. Esta descida será a primeira após três semanas de aumentos nos preços de venda, podendo levar o valor médio de venda do gasóleo para cerca de 1,205 euros.

Esta descida traduz a queda de 0,9% das cotações da tonelada métrica do gasóleo nos mercados internacionais, para 410 euros, sendo que poderia até ter sido superior se o euro não tivesse desvalorizado contra a moeda norte-americana. Em dólares, a queda foi mais expressiva: 1,4%.

A desvalorização dos combustíveis nos mercados segue a descida dos preços do petróleo nos mercados internacionais, apesar do West Texas Intermediate (WTI) ter chegado a superar os 50 dólares em Nova Iorque. No acumulado da semana, no entanto, os preços registaram um ligeiro alívio, com o WTI já a negociar nos 48,80 dólares.

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Investidores esperam meio ano para obter visto gold

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

Em causa está a falta de pessoal. O SEF não faz marcações para fazer crer que não há atrasos, denuncia o sindicato. Há cerca de quatro mil processos pendentes.

Os estrangeiros que queiram investir em Portugal ao abrigo do programa de vistos gold estão a ser a ser obrigados a esperar, pelo menos, três meses para conseguir uma reunião com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Depois de conseguirem esta reunião, o processo para obtenção do visto demora outros três meses, pelo que os estrangeiros que querem investir em Portugal estão a ser obrigados a esperar, no mínimo, meio ano. Antes disto tudo, já têm de ter investido 500 mil euros num imóvel.

A informação é avançada, esta sexta-feira, pelo Diário de Notícias, que dá conta de que esta situação se tem agravado desde maio, já que o SEF não está a permitir reservar, com regularidade, vagas para os interessados entregarem os documentos necessários ao início do processo.

O Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros justifica este tempo de espera com a falta de pessoal e com uma tentativa do SEF de “fazer crer que não há atrasos, pois não há marcações”. Haverá cerca de quatro mil processos pendentes, adianta ao DN Manuela Niza Ribeiro, presidente do sindicato.

Os advogados ouvidos pelo DN dizem que, quando tentam agendar uma ida aos serviços do SEF em Lisboa, são informados de que “a agenda de novembro ainda não está aberta”. Só a partir daí os interessados em investir em Portugal poderão ser recebidos para dar início ao processo de pedido de autorização de residência.

Nessa primeira reunião, os estrangeiros que querem obter o visto gold já terão de ter investido, no mínimo, 500 mil euros num imóvel, uma das condições exigidas para poder pedir uma autorização de residência para atividade de investimento.

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Mais 400 trabalhadores da PT chamados a rescindir

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

Segundo o sindicato, os trabalhadores da direção de atendimento ao cliente foram contactados para rescindirem contratos, de forma a serem substituídos por outsourcing.

Mais 400 trabalhadores da PT foram chamados a rescindir os seus contratos de trabalho, segundo afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT), Jorge Félix, ao Público desta sexta-feira.

As pessoas pertencem à direção de atendimento ao cliente, e a intenção com a proposta de rescisões, diz Jorge Félix, é “substituí-los por trabalhadores em outsourcing, numa situação mais precária e a ganhar menos”. O sindicalista reforçou que não se sabe o que acontecerá aos cerca de 400 trabalhadores “de várias idades” que fazem atendimento telefónico na empresa se optarem por não rescindir, colocando a hipótese de que venham a ser transferidos para outras empresas, como já aconteceu a outros funcionários.

Os sindicatos que representam os trabalhadores da PT aguardam agora um relatório que a Autoridade para as Condições do Trabalho se comprometeu a entregar ao Governo e aos representantes até ao final da próxima semana, para analisar as denúncias dos colaboradores da empresa e as transferências entre a PT e outras empresas.

Esta quinta-feira, a comissão de trabalhadores da PT dizia à TSF que rescindiram os contratos 26 dos 155 trabalhadores da PT que a Altice, dona da empresa, quis transferir para outras empresas do grupo como a Tnord, a Sudtel ou a Windprovit. O grupo Altice, que anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, numa operação avaliada em 440 milhões de euros, adquiriu a PT Portugal há dois anos.

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Pressão de Trump trama bolsas. Lisboa em queda

Os receios em torno de um conflito nuclear continuam a pesar no sentimento dos investidores. As bolsas europeias voltam às quedas, com Lisboa a perder 0,5%. O BCP cai mais de 1%.

Donald Trump não desarma perante as ameaças da Coreia do Norte. A crescente tensão entre os EUA sobre o regime de Pyonyang continua a pressionar os mercados acionistas, levando as bolsas europeias a uma nova sessão de quedas. Lisboa não fica imune. O PSI-20 está a cair, com o BCP em destaque pela negativa.

O índice de referência da bolsa portuguesa está a perder 0,5% para 5.226,50 pontos, isto num dia em que entre os principais mercados europeus as quedas variam entre 0,5% e 1%. Depois de ter escapado às perdas na última sessão, a bolsa de Lisboa volta a perder valor.

Praticamente todas as cotadas estão em queda, sendo de destacar o comportamento negativo do BCP. Os títulos do banco liderado pro Nuno Amado recuam 0,85% para 23,35 cêntimos, tendo chegado a cair mais de 1%. Apesar de o Deutsche Bank ter mantido o título entre os seus eleitos, o BCP volta a ceder em bolsa.

O setor energético também condiciona, com a EDP a cair 0,25% e a EDP Renováveis a descer 0,12%, isto quando a Galp Energia cai 0,81% para 14,10 euros. A petrolífera recua apesar de o petróleo ter voltado a superar a fasquia dos 50 dólares em Nova Iorque perante a expectativa de aumento da procura por parte da OPEP.

A maior queda do dia cabe à Pharol. A empresa que detém 27% do capital da Oi, está a perder quase 2,5% para 31,7 cêntimos, ainda penalizada pelos prejuízos apresentados pela companhia brasileira.

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Banca vai continuar a cortar crédito às empresas até 2019

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

Seis dos maiores bancos portugueses vão cortar o crédito às empresas não financeiras em 2,5% este ano e 5% em 2018.

A banca nacional vai continuar a fechar a torneira do crédito às empresas, pelo menos, até 2019. Segundo os planos de financiamento 2017-2019 entregues à Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), consultados pelo Dinheiro Vivo, seis dos maiores bancos portugueses vão cortar o crédito às empresas não financeiras em 2,5% este ano e 5% em 2018.

BCP, BPI, Crédito Agrícola, Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco são os seis bancos portugueses que partilharam estes planos de financiamento e que confirmam a tendência que se tem verificado nos últimos tempos. No primeiro semestre, os novos empréstimos concedidos pela banca ao segmento das empresas totalizaram pouco mais de 14 mil milhões de euros, valor que representa uma quebra homóloga de 6,5% e que é o mais baixo do histórico do Banco de Portugal.

Só em 2019 é que a banca nacional volta a aumentar o crédito às empresas. Nesse ano, os bancos portugueses preveem uma subida inferior a 3%, um valor que fica aquém das previsões da maioria dos países europeus.

A contração de crédito às empresas que vai verificar-se em Portugal nos próximos anos é a mais acentuada da Europa. Aliás, a concessão de crédito às empresas no conjunto da União Europeia vai crescer, em média, 3% e 4% este ano e no próximo. Dos 27 países que entregaram estes dados à EBA, só o Reino Unido, além de Portugal, é que prevê contrair o crédito.

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