Empresa de meias de Famalicão quer calcorrear mundo

Se um dia olhar para Justin Trudeau e o vir com um par de meias coloridas, o mais provável é que sejam "made in Portugal", e sejam WestMister. A marca de Famalicão quer conquistar o mundo.

Há dois anos, nascia em Famalicão uma nova marca. A WestMister é uma marca diferenciadora de meias masculinas para o segmento alto, criada por Luís Campos. Instalada na incubadora de empresas Famalicão Made In, a empresa que não produz, mas faz uma aposta forte nas áreas comercial, design e distribuição quer afirmar-se no mercado internacional.

Luís Campos, fundador da empresa, revela ao ECO que “o objetivo” é ser “uma referência a nível internacional”. Para já, é o mercado nacional a dar cartas. Pesa 85% no total das vendas da marca. Mas dentro de três anos, a meta “é tentar inverter esta tendência”. “Só assim faz sentido”, explica.

Nesse sentido, a aposta internacional é cada vez mais constante. Recentemente, a WestMister estreou-se em Liverpool, no Internacional Business Festival, a que se seguirá Nova Iorque, para o MRKet, e em setembro ruma a Madrid onde participará na Momad Metropolis.

Para concretizar esta aposta ‘fora de portas’, a WestMister está também à espera de apoio por parte dos fundos comunitários, nomeadamente que abram as candidaturas aos incentivos à internacionalização, que por agora aguardam a conclusão do exercícios de reprogramação do Portugal 2020, já que o sistema de incentivos está a aprovar projetos em regime de overbooking há vários meses. O objetivo, especifica Luís Campos, é “ir buscar 100 mil euros”.

Com 15 mil pares fabricados, 40 modelos por confeção e uma faturação que, em 2017, foi de 60 mil euros, o objetivo agora é… crescer. “Este ano pretendemos chegar aos 100 mil euros”, diz Luís Campos. Para cimentar este objetivo, a WestMister está a lançar uma linha também para o mercado Premium, mas para senhora.

Luís reconhece que “fazemos o que fazem muitas das marcas internacionais, e fazemo-lo com a mesma qualidade por isso rodeámo-nos dos melhores parceiros a nível da confeção”.

Hoje é possível encontrar a WestMister em algumas das mais importantes lojas multimarcas do país (60 no total), como o El Corte Inglês, Loja das Meias, Sapataria do Carmo entre tantas outras. Já a nível internacional, a marca está presente em Espanha, Estados Unidos, Canadá, num total de 15 lojas.

Mas como surgiu a ideia? Luís Campos vem de uma família ligada ao setor do têxtil e à confeção de meias. “Eu conhecia bem o processo produtivo, já tinha know how suficiente para me aventurar neste projeto”, adianta o fundador da marca.

O convite de Costa e as meias de Justin Trudeau

O momento de glória da WestMister terá acontecido em maio, quando, no meio de um dia de trabalho, Luís Campos recebeu um telefonema de uma assessora do primeiro-ministro. A ideia era que António Costa, que viajava até ao Canadá, pudesse oferecer um packaging de meias da WestMister ao primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

Luís Campos diz que “não queria acreditar”. “Pensei que se tratava de uma brincadeira e pedi para me enviarem um email”, conta. O email surgiria mais tarde, para confirmar o convite. Luís viajou até Lisboa para apresentar o seu produto ao staff de António Costa e as meias lá seguiram a caminho do Canadá, como um exemplo da qualidade da produção nacional.

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

O Governo prevê que no final do ano a dívida pública caia para 122,2% do PIB. Mas o Conselho das Finanças Públicas alerta para a existência de “responsabilidades contingentes” no valor de 76,5%. CFP analisou probabilidade de nova recessão tendo em conta o passado da economia portuguesa e estimou em 3,1% o custo médio de uma recessão.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) divulgou esta quarta-feira um relatório onde identifica os riscos orçamentais e analisa a sustentabilidade das finanças públicas portuguesas. A entidade liderada por Teodora Cardoso dedica um capítulo àquilo que chama de “responsabilidades contingentes”.

E se Portugal não crescer o esperado? Este é um dos principais riscos para as finanças públicas portuguesas, admite o Conselho de Finanças Públicas (CFP), que calcula que “a probabilidade de a economia portuguesa se encontrar em recessão num dado ponto em qualquer período de cinco anos é de aproximadamente 55%”.

O novo CEO do BCP quer voltar a pagar bónus aos trabalhadores. Miguel Maya, na primeira carta aos trabalhadores enquanto presidente executivo do banco, e a que o ECO teve acesso, diz defender “com determinação” o compromisso já assumido com os colaboradores de implementar uma política de remuneração variável com base no desempenho alcançado este ano.

Um atrás do outro, os edifícios mais históricos e icónicos da cidade vão sendo convertidos em imóveis de luxo. É o caso do prédio onde esteve instalado o Diário de Notícias desde cerca de 1940 até ao final de 2016. Comprado nesse último ano pela promotora imobiliária Avenue, os cinco pisos vão agora dar lugar a 34 apartamentos de luxo e um espaço comercial no piso térreo. As obras arrancam no terceiro trimestre deste ano e os preços começam nos 560 mil euros.

Muito se tem falado na venda da Herdade da Comporta mas, o que muitos não sabem, é o que levará para casa o futuro proprietário. Dos 12,5 mil hectares que compõem a propriedade, apenas 1,3 estão prontos a ser vendidos, numa área onde estão inseridos dois projetos turísticos iniciados pelo Grupo Espírito Santo (GES), mas suspensos após o colapso do Banco Espírito Santo (BES). Somados a esses terrenos, está ainda uma dívida de 119,4 milhões de euros.

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Governo diz que proposta dos professores para as carreiras faz aumentar em 31% massa salarial face a 2017

O Governo diz que não existem "divergências significativas" nos pressupostos que estiveram na base do cálculo do impacto financeiro do descongelamento total do tempo de serviço.

O Governo calcula que a despesa com os salários dos professores subiria 31% em 2023 face a 2017, se aceitasse a proposta dos sindicatos, que querem a contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias em que o tempo de serviço esteve congelado. A previsão consta de um comunicado do Ministério das Finanças, divulgado esta quarta-feira, depois do encontro com os sindicatos para esclarecer as contas de ambas as partes. O Ministério de Mário Centeno garante que “não existem divergências significativas” quanto aos pressupostos dos cálculos.

No comunicado, as Finanças explicam as contas que têm alimentado a divergência há cerca de cinco meses, e onde mostram que do lado do Governo as comparações são sempre feitas face a 2017, ou seja, antes de o Executivo ter voltado a pôr o cronómetro das progressões nas carreiras a funcionar. “Foram analisados os números que decorrem do disposto na Lei do Orçamento do Estado para 2018 e também da proposta negocial apresentada pelos sindicatos de recuperação de um período de 9 anos, 4 meses e 2 dias faseado entre 2019 e 2023″.

Os custos associados ao descongelamento e à recuperação do tempo de serviço são , segundo o Governo, os seguintes:

  1. Descongelamento (LOE 2018) – Aumento da massa salarial de 519 milhões de euros em 2023 face a 2017, representando um acréscimo de 14%.
  2. Recuperação do tempo de serviço (9 anos, 4 meses e 2 dias) – Aumento adicional da massa salarial de 635 milhões de euros por ano, quando comparado 2023 face a 2017.

“Ou seja, o aumento conjunto de 1.154 milhões de euros face a 2017, resultante da soma do descongelamento com a recuperação do tempo de serviço, corresponderia a uma variação de 31% da massa salarial entre 2017 e 2023″, calcula o Governo.

No mesmo comunicado, o Governo afirma que a reunião desta quarta-feira “permitiu concluir que não existem divergências significativas quanto aos pressupostos que sustentam a contabilização dos impactos financeiros associados ao descongelamento e à recuperação do tempo de serviço”.

No início de junho, o Governo tinha interrompido as negociações com os sindicatos sobre a contagem do tempo de serviço por considerar que tinha dado um passo em frente ao apresentar uma contraproposta para contabilizar dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço congelado, sem que houvesse progressos por parte dos sindicatos.

A reunião desta quarta-feira servia como desbloqueador do processo negocial. No comunicado, o Governo refere que “as partes acordaram em manter a troca de informações, num quadro de diálogo e de boa-fé negocial, aceitando que o esclarecimento destes valores é um passo fundamental para que todas as partes possam partir da mesma base para as negociações que estão previstas para setembro”.

O Governo reafirma o cumprimento tanto da Declaração de Compromisso assinada a 18 de novembro de 2017 como da Lei do Orçamento do Estado para 2018. “Para isso, propõe-se negociar com as estruturas sindicais a mitigação dos efeitos do congelamento, garantindo a sustentabilidade financeira da solução que vier a ser encontrada“, diz ainda o comunicado.

As contas das decisões do OE 2018

O Executivo aproveita também para detalhar os custos já assumidos no Orçamento do Estado deste ano, por via do descongelamento das progressões nas carreiras. Este ano, as progressões deverão beneficiar 45 mil professores, representado um custo adicional de 37 milhões de euros. O Governo avança também com os impactos para os anos seguintes para explicar como chegam aos 519 milhões de euros da medida já em vigor.

O Governo explica que estes valores integram o “impacto do faseamento dos acréscimos remuneratórios previsto no Orçamento do Estado, que é transversal a todas as carreiras da Administração Pública, e a Taxa Social Única”.

Em 2020, o montante afeto às progressões com e sem faseamento é exatamente o mesmo, já que o faseamento apenas redistribuiu os impactos entre 2018 e 2019. Segundo o Governo, o fim do faseamento explica o aumento substancial do custo com as progressões dos docentes em 2019.

Estes valores não contam com o valor associado ao reposicionamento dos docentes contratados nos últimos 7 anos, que tem um custo anual adicional de 20 milhões de euros, “mais os valores das progressões a que entretanto terão direito”, acrescenta o Ministério.

(Notícia atualizada)

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João Duque: Passagem para CMEC foi “ligeiramente desfavorável” à EDP

  • Lusa
  • 25 Julho 2018

"Feitas as contas, nós chegamos à conclusão de que a passagem de CAE para CMEC não é favorável à EDP, aliás até é ligeiramente desfavorável", disse o economista no Parlamento.

O economista João Duque, que fez uma análise financeira aos CMEC a pedido da EDP, afirmou esta quarta-feira que a passagem de CAE para estes contratos foi “ligeiramente desfavorável” à elétrica, ressalvando que esta é uma “conta estritamente financeira”.

João Duque foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas da energia, tendo sido coordenador do grupo de trabalho para análise financeira aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), estudo de 2012 feito a pedido pela EDP e que disse ter sabido, no início desta audição, ser ainda confidencial.

“Feitas as contas, nós chegamos à conclusão de que a passagem de CAE para CMEC não é favorável à EDP, aliás até é ligeiramente desfavorável”, referiu.

"Feitas as contas, nós chegamos à conclusão de que a passagem de CAE para CMEC não é favorável à EDP, aliás até é ligeiramente desfavorável.”

João Duque

Economista

De acordo com o ex-presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), usada “a técnica adequada”, o estudo deteta que “a EDP foi relativamente penalizada na passagem” de CAE para CMEC, “mas isso é uma conta estritamente financeira”.

“Há mais vida para além do lucro contabilístico-financeiro. Nós sabemos que as administrações têm alguma liberdade e sabem que há várias mãos para fazer negócio. A EDP está num negócio muito global”, ressalvou.

João Duque sublinhou que, simultaneamente, a EDP “estaria a negociar a extensão das concessões das hídricas”, assumindo não ter capacidade para discutir porque é que “a EDP aceitou esta alteração que até lhe era ligeiramente desfavorável”.

Eu aqui reduzo-me à folha de cálculo. Se eu sair deste espaço, eu estou a especular e a entrar numa área de que eu não sou conhecedor”, advertiu, no período de respostas ao deputado do PS Hugo Costa.

"Há mais vida para além do lucro contabilístico-financeiro. Nós sabemos que as administrações têm alguma liberdade e sabem que há várias mãos para fazer negócio. A EDP está num negócio muito global.”

João Duque

Economista

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de contratos de aquisição de energia (CAE)”, o que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004, tendo depois sido revistos em 2007. Ainda assim, mantiveram-se dois CAE – Turbogás e Tejo Energia – que são geridos pela REN Trading.

Além da central de Sines, da EDP, cujo CMEC termina em 31 de dezembro deste ano, ainda permanecerão no regime dos CMEC 16 centrais hídricas da elétrica liderada por António Mexia, cujos contratos terminarão faseadamente até 2027 (Alto Lindoso, Touvedo, Venda Nova, Vilarinho das Furnas, Pocinho, Valeira, Vilar-Tabuaço, Régua, Carrapatelo, Torrão, Crestuma-Lever, Caldeirão, Aguieira, Raiva, Pracana, Fratel).

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Polónia ajuda ganhos da Jerónimo Martins. Dona do Pingo Doce lucra 180 milhões

A Jerónimo Martins aumentou os lucros para 180 milhões de euros, suportados maioritariamente no crescimento das vendas na Polónia. Dívida líquida mais do que quadruplicou por causa dos dividendos.

Os lucros da Jerónimo Martins JMT 2,57% voltaram a subir. Entre janeiro e junho, o resultado líquido da dona do Pingo Doce cresceu 3,9% para 180 milhões de euros, revelou a empresa num comunicado enviado à CMVM. O grupo explica esta subida com uma evolução positiva das vendas em todos os mercados, sobretudo na Polónia, resultado da “implementação consistente” da estratégia definida.

Numa nota aos investidores, Pedro Soares dos Santos destaca o “forte desempenho” da Jerónimo Martins “em ambientes concorrenciais”. “As nossas insígnias mantêm-se focadas no crescimento de vendas e comprometidas a reforçarem as suas posições nos respetivos mercados”, sublinha o presidente executivo da empresa de retalho.

A Jerónimo Martins somou 95 milhões de euros de lucro no segundo trimestre do ano aos 85 milhões que tinha registado entre janeiro e março, fruto das fortes vendas no período da Páscoa. Contas feitas, a Jerónimo Martins lucrou 180 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, número que compara com os 173 milhões de euros registados no período homólogo.

Nestes primeiros seis meses do ano, a empresa viu crescer também o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) na ordem dos 7,4%, para 446 milhões de euros.

No total, as vendas da Jerónimo Martins cresceram 8,7% com um like-for-like de 4,1%, destaca a empresa na nota remetida à CMVM. Foram 8.426 milhões de euros entre janeiro e junho. E os hipermercados da Biedronka, na Polónia, contribuíram mais para a subida, aumentando em 7,5% as vendas em moeda local, para os 5.800 milhões de euros. “Na Polónia, o ambiente de consumo permaneceu favorável”, refere a empresa. Mas deixa um alerta: “O contexto operacional manteve-se muito competitivo e houve um ligeiro aumento da atividade promocional em resposta à proibição parcial de abrir as lojas ao domingo”, indica.

Em Portugal, excluindo o combustível, as vendas like-for-like do Pingo Doce registaram “um sólido crescimento de 3,4%”. Combinado com a expansão da marca no país, o aumento das vendas foi de 4,6% para os 1.800 milhões de euros, de acordo com a Jerónimo Martins. “Em Portugal, o setor do retalho alimentar manteve-se altamente competitivo e promocional. A inflação alimentar permaneceu baixa com um valor médio de 0,8% no semestre”, destaca o grupo.

Tal como as vendas, as despesas da Jerónimo Martins também cresceram. No primeiro semestre, o grupo registou um aumento dos custos operacionais de 12%, para 1.365 milhões de euros.

Em contrapartida, a Jerónimo Martins viu a sua dívida líquida mais do que quadruplicar em termos homólogos. Passou de 84 milhões de euros no primeiro semestre de 2017 para os 367 milhões de euros no final de junho deste ano, facto que o grupo explica com o “pagamento, em maio, de dividendos no valor de 385 milhões de euros”.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h54)

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Banca portuguesa diz que cobra comissões mais baixas do que a espanhola nos serviços básicos

A associação que representa os bancos considera que o estudo da Deloitte que diz que as comissões bancárias em Portugal são o dobro de Espanha foi assente em pressupostos errados.

A Associação que representa os bancos portuguesa já reagiu ao estudo da Deloitte que aponta Portugal como tendo comissões mais altas do que em Espanha. São várias as críticas da Associação Portuguesa de Bancos (APB) que vão desde a falta de “rigor” à seleção da amostra de bancos que diz “comporta limitações essenciais”. A entidade liderada por Faria de Oliveira diz ainda que a banca portuguesa, no que respeita aos serviços mais básicos, tem comissões mais baixas do que a espanhola.

Num comunicado publicado no seu site, a APB começa por dizer que “as conclusões do estudo são relativas a um conjunto de comissões e de custos de serviços muito diversos, com expressão bastante diferenciada nos diferentes mercados”, criticando a metodologia utilizada.

“Ao não focalizar a análise num número limitado de serviços de grande relevo para os consumidores e efetivamente comparáveis, o estudo resolve mal as dificuldades de pertinência e rigor no benchmark comparativo sobre comissões”, especifica a entidade liderada por Faria de Oliveira.

O alvo das críticas da APB é um estudo da Deloitte encomendado pelos bancos espanhóis no qual é dito que a banca portuguesa cobra o dobro das comissões da banca espanhola, apesar de continuar a cobrar abaixo da média de outros países europeus.

“A APB estima que nos serviços bancários básicos e de utilização generalizada (como Comissões de Manutenção ou Operações com Cartão de Débito), Portugal apresenta custos abaixo daqueles que são praticados em Espanha“, diz acrescentando que “a grande desproporção entre Portugal e Espanha que o estudo da Deloitte sugere não nos parece corresponder à realidade“, diz o estudo.

Mas há mais críticas. Nomeadamente relativas ao universo de instituições consideradas no estudo. “A seleção da amostra de bancos analisados comporta limitações essenciais. Por um lado, comparam-se onze bancos espanhóis com cerca de três nos outros Estados-Membros e, por outro lado, a tipologia dos bancos selecionada comporta desequilíbrios (a Caixa Geral de Depósitos, maior banco nacional, por exemplo, fica de fora em Portugal) e é apenas considerado um “banco digital” por país”, especifica a APB. O estudo da Deloitte considerou, em Portugal, apenas o Novo Banco, Santander Totta, BCP e ActivoBank.

Outro alvo das críticas incide sobre a falta de diferenciação das características das plataformas disponíveis nos diferentes mercados. No que respeita a Portugal, a associação de bancos dá o exemplo do Multibanco que “permite a utilização generalizada e gratuita de uma gama muito mais vasta de serviços que não se encontra habitualmente disponível noutros países da Europa”. “É uma distorção negativa muito significativa em relação a Portugal”, acrescenta a APB que diz ainda que encomendou um estudo comparativo sobre comissões bancárias cujas conclusões “serão oportunamente apresentadas”.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h45)

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EDP Renováveis e Ibersol pressionam mas CTT brilha e puxa por Lisboa

  • ECO
  • 25 Julho 2018

Os CTT estiveram em alta hoje, a valorizar quase 3%, depois do anúncio da compra da 321 Crédito. A EDP Renováveis destoou das energéticas ao cair.

Os ganhos do CTT e da Jerónimo Martins conseguiram manter a praça portuguesa acima da linha de água. As quedas da EDP Renováveis e da Nos ameaçaram, mas não foram suficientes para afundar Lisboa.

O principal índice nacional, o PSI-20, abriu em terreno negativo mas conseguiu inverter a tendência, mesmo que por pouco. Terminou a sessão a valorizar 0,22%, para os 5.620,52 pontos. As dezoito cotadas no índice ficaram com um balanço positivo, com sete a descer e onze a subir.

Nos ganhos, o destaque vai para os CTT, que estiveram em alta hoje, depois de se saber que a empresa vai reforçar o capital do seu banco para financiar a compra da 321 Crédito. As ações estiveram a subir quase 3%, e terminaram a valorizar 2,01% para os 3,04 euros.

Também a Jerónimo Martins subiu 0,53% para os 13,29 euros, apesar de só apresentar os seus resultados depois do fecho do mercado. A Sonae registou ganhos de 1,19%, e as papeleiras Semapa e Navigator — esta última divulgou resultados, com os lucros a crescer 24%, tocando nos 119,4 milhões de euros –, valorizaram mais de 1%.

As energéticas também puxaram pela bolsa, com a EDP, a Galp Energia e a REN a registar subidas por volta dos 0,50%. Só a EDP Renováveis, apesar dos bons resultados apresentados, não conseguiu ficar acima da linha, com uma queda de 0,85% para os 8,80 euros.

No vermelho ficou também a Ibersol, com uma descida de 1,93% para os 10,15 euros e a Nos, que deslizou 1,50% para os 4,87 euros.

Os investidores estão também à espera que as empresas divulguem os resultados relativos ao segundo trimestre. Na quinta-feira é a vez da Altri, REN, BCP e EDP e, na sexta-feira, são conhecidos os números da Semapa e da Sonae Capital.

O encontro entre Trump e o presidente da Comissão Europeia Juncker pôs pressão nas bolsas europeias, com o Stoxx 600 a cair 1,26%.

A praça alemã sofreu, com o DAX a descer 1,01%. O mercado alemão seria o mais prejudicado pelas tarifas de Trump ao setor automóvel, para além de que o Deutsche Bank apresentou ganhos que representam uma descida de 53% no primeiro semestre.

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Herdade da Comporta à venda. Afinal, o que vai comprar o novo dono?

Muito se fala na venda da Herdade da Comporta, mas poucos sabem o que vai realmente ser vendido. Dos 12,5 mil hectares de propriedade, apenas 1,3 mil estão à venda.

Muito se tem falado na venda da Herdade da Comporta mas, o que muitos não sabem, é o que levará para casa o futuro proprietário. Dos 12,5 mil hectares que compõem a propriedade, apenas 1,3 mil estão prontos a ser vendidos, numa área onde estão inseridos dois projetos turísticos iniciados pelo Grupo Espírito Santo (GES), mas suspensos após o colapso do Banco Espírito Santo (BES). Somados a esses terrenos, está ainda uma dívida de 119,4 milhões de euros.

Manuel Espírito Santo adquiriu a Herdade da Comporta à britânica Atlantic Company, tendo a propriedade sido nacionalizada em 1974, mas acabando por voltar para as mãos da família no final dos anos 80. Considerada a maior propriedade privada no país, outrora destino de férias dos Espírito Santo, as dezenas de milhares de hectares da herdade contemplam uma parte com cerca de dez mil hectares agrícolas e florestais, estando a área restante destinada a projetos turísticos e imobiliários.

Após recuperar a propriedade, o objetivo do Grupo Espírito Santo (GES) foi sempre requalificar, de maneira a tornar a Herdade da Comporta um destino turístico único. Integrada na Reserva Natural do Estuário do Sado, a propriedade contempla várias praias e dunas, vinhas, matos, zonas florestais, salinas e 1.100 hectares de arrozais. Nela, está ainda instalada a antiga fábrica do arroz, datada de 1952, tornada pela família no Museu do Arroz e respetivo restaurante.

Em 2004, passou a ser designada oficialmente de “Herdade da Comporta – Actividades Agro Silvícolas e Turísticas, S.A., tendo por missão promover o desenvolvimento de um destino turístico de alta qualidade, sustentável, integrado numa propriedade agrícola que preserva o património ambiental e cultural, constituindo-se um modelo de referência na Europa”, conforme se lê no site oficial.

Projetos turísticos e dívida

Os negócios da Herdade da Comporta são dois: Herdade da Comporta — Actividades Agro Silvícolas e Turísticas, S.A., responsável pela gestão dos arrozais, e a Herdade da Comporta — Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado (FEIIF), criado em 2013, responsável pelos ativos imobiliários que o Grupo Espírito Santo (GES) detinha. Este último é o que está à venda. Gerido pela Gesfimo — Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A, é detido na maioria pela Rioforte (59%), sociedade do antigo GES, tendo o Novo Banco uma participação de cerca de 15%.

O fundo foi criado há cerca de cinco anos, com o objetivo de arrancar com dois projetos turísticos — Comporta Links e Comporta Dunes. São estes os ativos imobiliários que estão à procura de comprador. O Comporta Links inclui uma área com 365 hectares, no concelho de Alcácer do Sal, onde iriam ser construídos dois hotéis, dois aparthotéis, lotes para moradias, várias unidades de aldeamento turístico e um campo de golfe com 18 buracos. Por sua vez, o Comporta Dunes, em Grândola, visava incluir, numa área de 551 hectares de pinhal e perto da praia: quatro hotéis, um aparthotel, vários lotes para moradias, unidades turísticas e um campo de golfe com 100 hectares.

Por último, o “pacote” inclui ainda alguns “lotes de terrenos não edificáveis, rurais e de floresta”, inseridos no Comporta Dunes, numa área de 460 hectares, somados a uma participação de 50% no capital social e direitos de voto da sociedade DCR&HDC Developments — Atividades Imobiliárias, sociedade detida pelo fundo da Comporta que desenvolve atividade imobiliária.

Contudo, não serão só coisas boas na mala do futuro dono — há três interessados, o consórcio detido pelo milionário francês Claude Berda e a empresária Paula Amorim, a holding Oakvest, controlada pelo empresário inglês Mark Holyoake, e associada à família Carvalho Martins, e a do aristocrata francês Louis-Albert de Broglieo –, também há coisas más. Somado a estes ativos imobiliários está ainda uma dívida à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que já ascende aos 119,4 milhões de euros, aos quais se somam mensalmente juros de 850 mil euros. Em incumprimento há mais de dois anos, desse total, 98 milhões dizem respeito a um empréstimo inicial, aos quais se somam mais 19 milhões em juros que ainda estão por pagar. Neste sentido, a única forma de saldar essa dívida é vender os dois projetos turísticos que estão atualmente avaliados em mais de 200 milhões de euros.

Vender para escapar à insolvência

As obras para os dois projetos turísticos arrancaram, mas acabaram por ser suspensas… até hoje. Na base dessa interrupção esteve o colapso do BES, em 2014, no qual a Gesfimo confirmou a “difícil situação financeira” do fundo. Como se lê no Relatório de Gestão de 2017 do fundo, datado de 30 de abril, “a 20 de abril de 2018, em assembleia de participantes realizada para o efeito, [estes] votaram contra uma proposta de aumento de capital do fundo num montante estimado de 43 milhões de euros, não tendo apresentado alternativas que permitam ultrapassar as dificuldades de tesouraria do fundo”.

Neste sentido, continuou a Gesfimo, havendo esta rejeição, “pode perspetivar-se a eventual alienação dos ativos imobiliários mais representativos (…), no sentido de resolver a situação financeira do fundo e regularizar as responsabilidades vencidas, tendo alguns investidores já manifestado o seu interesse na aquisição desses ativo”, lê-se no documento. Estava, assim, tornada pública, a difícil situação financeira que o fundo fechado da Comporta atravessa, abrindo-se portas à venda de ativos imobiliários.

Assim, na sua proposta, a Gesfimo afirmava mesmo que “se não for realizada a venda dos ativos imobiliários, e outros, o Fundo poderá ter de enfrentar uma situação de insolvência, por indisponibilidade de meios financeiros”. No final do ano passado, o fundo imobiliário da Comporta apresentou um resultado líquido negativo de 12,9 milhões de euros, um valor que, apesar de tudo, conseguiu superar o registado no ano anterior (19,6 milhões de euros), de acordo com o relatório de contas.

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Nuno Piçarra nomeado juiz para o Tribunal de Justiça da União Europeia

O Governo nomeou o Professor Nuno Piçarra para o lugar de Juiz Português no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

O Governo nomeou o Professor Nuno Piçarra para o lugar de Juiz Português no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). O novo juiz é membro do Conselho da Administração da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia e professor associado na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, onde leciona cadeiras relacionadas com o Direito Europeu.

Nuno Piçarra exerceu funções em diversas instituições europeias, nomeadamente no TJUE, como jurista linguista e jurista revisor (entre 1986 e 1990), no Tribunal Geral da União Europeia, como adjunto do membro português (entre 1990 e 1996), no Comité de Altos Funcionários para a cooperação no domínio JAI do Conselho da União Europeia e do Grupo Central da estrutura de concertação permanente dos Acordos de Schengen, como representante do Governo português (entre 1996 e 1999).

Nos últimos anos, porém, o seu percurso profissional tem-se centrado sobretudo na área académica, dando aulas desde 1979 em diversas instituições universitárias portuguesas e estrangeiras.

O mandato de Nuno Piçarra e dos restantes 13 juízes nomeados pelos Estados-membros terá início a 7 de outubro de 2018 e a duração de seis anos.

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Parece carne, cheira e sabe a carne, mas… não é. Hambúrguer de “carne” feita de plantas já pode ser vendido

Este "hambúrguer impossível" sabe a carne, parece carne, mas não é carne. Recebeu esta semana luz verde das autoridades norte-americanas, que consideraram que não representa uma ameaça à saúde humana.

Parece carne, cheira a carne, sabe a carne e tem toda a textura da carne mas… não é carne. É assim o “hambúrguer impossível”, uma invenção engenhosa que partiu do laboratório de uma startup de Silicon Valley. Esta semana, a “carne” feita de plantas criada pela Impossible Foods foi considerada adequada ao consumo humano, um passo inédito e crucial para que esta inovação possa ser comercializada ao público, segundo a Fortune.

Apesar de não ser novo, o projeto da Impossible Foods tem merecido olhares atentos, interessados ou mesmo desconfiados um pouco por todo o mundo. A meta principal, e ambiciosa, é reduzir significativamente o consumo de carne até 2035. E, para tal, a empresa desenvolveu e está a aperfeiçoar o novo hambúrguer que parece feito de carne, tem valor nutritivo semelhante, mas… lá está: não é carne.

Para tal, a empresa recorreu a uma mistura que inclui óleo de coco, trigo e proteína de batata. Mas o segredo do sucesso está na textura ensanguentada dos hambúrgueres de “carne falsa”, que lhe confere grande realismo. A Impossible Foods conseguiu esse feito recorrendo a uma molécula que está presente no músculo dos animais, mas que também pode ser encontrada nas raízes da soja.

Depois de um processo atribulado que se iniciou em 2015, a Food and Drug Administration (FDA) ficou finalmente sem dúvidas de que os hambúrgueres da Impossible Food não representam uma ameaça à saúde dos consumidores. Por isso, pô-los esta semana na tão esperada categoria GRAS — generally recognized as safe, ou “geralmente reconhecido como seguro” em português. Isso significa que não são conhecidas ameaças concretas à saúde humana, o que não impede que a categoria venha a mudar no futuro.

Desde que foi criada em 2011, a Impossible Foods já recebeu 387,5 milhões de euros de investimento, incluindo do antigo líder da Microsoft, Bill Gates, e do ramo de investimento da Google, o fundo Google Ventures, segundo a plataforma ChrunchBase. A carne feita de plantas tem sido considerada uma tendência tecnológica, como escreveu o ECO em 2016.

Em Portugal, também existem empresas a reinventar a alimentação. Como noticiou o ECO este fim de semana, há uma startup que quer pôr os consumidores a comerem tudo, inclusive o prato e os talheres: chama-se Soditud e tem como principal missão consciencializar o público para a pegada ecológica e uso excessivo de plásticos.

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Startup? Está aí o Lisbon Challenge e traz cinco novidades

Criado em 2013, o programa já acelerou 220 startups de mais de 50 países. Edição de outubro já tem inscrições abertas.

Nas paredes da Beta-i, perto da cozinha, há um painel com anúncios de procura e oferta.Mariana de Araújo Barbosa/ECO

O Lisbon Challenge, programa de aceleração criado pela Beta-i em Portugal, comemora dez edições e a festa traz novidades. As candidaturas arrancaram na última semana, a 15 de julho, e prolongam-se até 9 de setembro.

Em nove edições, o Lisbon Challenge acelerou 220 startups de mais de 50 países. As equipas que passaram pelo programa somam 65 milhões de investimento.

“Os resultados refletem uma aposta na combinação de dois elementos chave. Em primeiro a capacitação e oportunidades de interação proporcionados pelo programa e, em segundo lugar, o esforço em criar um ecossistema de investimento, que incentiva o coinvestimento entre investidores portugueses, principalmente em rondas pre-seed, e potencia o coinvestimento com investidores internacionais — principalmente em rondas seed”, explica Pedro Rocha Vieira, citado em comunicado.

Entre as novidades desta edição, destacam-se cinco:

  1. Calendário: a 10.ª edição do programa é um regresso às origens e volta a realizar-se nas versões Spring e Fall, depois de duas edições anuais em 2016 e 2017.
  2. Modelo de investimento: 85% das startups que participaram no programa em 2017 receberam propostas de investimento de parceiros do Lisbon Challenge, “valor que confirma o posicionamento internacional”. Assim, a Beta-i decidiu repensar o modelo de investimento: as startups selecionadas são avaliadas em um milhão de euros e recebem, à partida, 15 mil euros de financiamento em troca de 2% do capital da empresa. Mais tarde, passa a existir a opção de investir até mais 55 mil euros por 5% do capital.
  3. Parceiros de investimento: a LC Ventures, fundo da Beta-i, e a Red Angels são os dois parceiros de investimento da iniciativa. A LC Ventures tem 11 milhões de euros sob gestão distribuídos em dois veículos de investimento e um fundo de capital de risco.
  4. Parceiros de aceleração: com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Turismo de Portugal, Microsoft e Google, na condição de Parceiros de Aceleração, o programa conta com mais de 200 mentores e investidores internacionais, ao mesmo tempo que os participantes têm a oportunidade de assistir a workshops, sessões de prática de apresentação, e eventos de networking.
  5. Processo de aceleração: uma das grandes novidades desta edição é a base do próprio programa, que evolui para uma versão “culture driven”: equipas com valores como diversidade, transparência, confiança e consciência social terão mais protagonismo. “Olhamos para o empreendedor enquanto pessoa, valorizamos muito o peso que a cultura de empresa tem no sucesso de uma startup, integramos aspetos como cultivar a transparência pessoal e tudo o que denote abertura, comunicação e responsabilidade, tudo ingredientes chave num processo de melhoria pessoal. Continuamos a prezar a capacidade de acreditar em si mesmo, mas também a curiosidade e vontade de aprender. Queremos pessoas que percebem que seus negócios podem gerar benefícios paralelos, e que podem causar um impacto positivo adicional na sociedade”, explica a Beta-i em comunicado.

As candidaturas para a edição deste ano, que arranca em outubro e tem a duração de três meses, já estão abertas.

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Comissões nos ATM? Euronet diz que são cobradas pelos bancos

  • Lusa
  • 25 Julho 2018

Depois das críticas sobre a cobrança de comissões nos seus ATM sem aviso prévio, a Euronet diz que são os bancos que estão a cobrar dinheiro pelas transações realizadas nas suas máquinas.

A Euronet esclarece que as comissões aplicadas a determinados cartões de débito e crédito de dupla funcionalidade pelas transações nos seus ATM são cobradas pelos bancos.

“As comissões cobradas pelos bancos aos seus clientes em determinados cartões de débito/crédito de dupla funcionalidade, para transações de levantamento de dinheiro nos nossos ATM em Portugal, não são taxas que a Euronet cobra aos titulares dos cartões, nem são taxas que a Euronet realmente recebe no todo ou em parte“, disse, em comunicado, a empresa. Desta forma, as comissões são “cobradas pelo banco do cliente aos seus titulares de cartões em Portugal”.

Em causa, está o processamento dos cartões de dupla funcionalidade (débito e crédito), realizado através de redes de formato internacionais, e tratados como cartões de crédito em vez de cartões de débito nacionais e processados pelo Multibanco.

"As comissões cobradas pelos bancos aos seus clientes em determinados cartões de débito/crédito de dupla funcionalidade, para transações de levantamento de dinheiro nos nossos ATM em Portugal, não são taxas que a Euronet cobra aos titulares dos cartões, nem são taxas que a Euronet realmente recebe no todo ou em parte.”

Euronet

“Os ATM da Euronet não estão conectados à rede Multibanco, apesar dos vários pedidos à SIBS. A recusa da SIBS em permitir esta conexão é a razão pela qual esses cartões são processados pelas redes internacionais de cartões, o que leva os titulares de cartões portuguesas a pagar as taxas aos seus bancos”, indicou.

Segundo a empresa, em Portugal, os cartões de dupla funcionalidade (crédito e débito) são emitidos e reconhecidos como cartões de crédito “pelos formatos de cartões internacionais”, mas são também utilizados como cartões de débito fora dessas redes.

“Apenas a SIBS, como único processar da marca Multibanco no país, pode ler e processar estes cartões, de função dupla, como cartões de débito dentro da rede Multibanco operada pela SIBS”, esclareceu.

A responsável pela rede ATM esclareceu ainda que não tem “qualquer controlo” sobre as comissões em vigor entre os titulares dos cartões e os bancos emissores dos cartões.

“A Euronet tem, nos visores dos seus ATM, uma informação antes da conclusão da transação, que é disponibilizada aos portadores de cartões portugueses, sobre as possíveis cobranças que os bancos emissores possam efetuar sempre que os cartões de crédito forem usados nos caixas automáticos”, concluiu.

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