Empresários vão investir mais em 2018. Mas perspetivas de vendas pioram
O investimento empresarial deverá continuar a aumentar em 2018. Mas com a economia a abrandar, o investimento também vai desacelerar. O principal fator negativo tem a ver com as perspetivas de vendas.
O investimento empresarial deverá ter aumentado 5,5% em 2017. Em 2018, os empresários querem continuar a investir, mas preveem uma desaceleração para 3,7% num ano em que o próprio Governo estima um abrandamento da economia. Serão as empresas com mais de 500 postos de trabalho a investir mais este ano, mas as perspetivas de vendas dos empresários estão em queda.
Estes dados constam do inquérito de conjuntura ao investimento cujos resultados foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Em 2017, foram as indústrias transformadoras e as atividades administrativas a puxar pelo investimento empresarial. Já este ano prevê-se que as atividades financeiras e de seguros tenham o maior contributo.
Em 2018 as empresas vão investir principalmente em equipamentos e, em menor grau, em construções. “Relativamente às expectativas de criação de emprego resultante do investimento realizado ou a realizar, a maioria das secções apresentou saldos de respostas extremas positivos”, assinala o INE, referindo que o comércio por grosso e a retalho, a reparação de veículos, as atividades de informação e de comunicação e as indústria extrativas são as que mais deverão contratar.
E com que dinheiro é que as empresas vão investir? A maior parte (mais de 60%) vai recorrer ao autofinanciamento. Mas o peso do financiamento próprio vai descer em 2018. “É de assinalar o aumento observado entre 2017 e 2018 no recurso a empréstimos do Estado (0,6 p.p.) e a fundos provenientes da União Europeia (0,4 p.p.)”, lê-se no destaque do INE. O crédito bancário é a segunda principal fonte de financiamento (peso de 20%).
O número de empresas que tem limitações ao investimento continua praticamente inalterado. No entanto, o principal fator limitativo ao investimento vai aumentar o seu peso. Em causa está o aumento da deterioração das perspetivas de vendas para este ano. Além disso, é a incerteza à volta da rentabilidade dos investimentos e da capacidade de autofinanciamento que mais constringe as empresas.
Contudo, é preciso realçar que a percentagem de empresas que refere a realização de investimentos ou a intenção de investir está em queda: 88,5% em 2016, 80,2% em 2017 e 77,2% em 2018.
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