Presidente do BPI: “Vamos reduzir ainda mais a participação no BFA”
O presidente do BPI garante que o banco vai continuar a reduzir a participação que tem no BFA. Mas não avança um timing para esta diminuição da presença em Angola, recomendada pelo BCE.
O presidente do BPI afirma que a instituição financeira vai continuar a reduzir a presença em Angola, seguindo as recomendações do Banco Central Europeu. Pablo Forero explica que o banco central liderado por Mario Draghi não impôs um timing para esta redução, sugerindo apenas que a participação que o BPI tem no Banco de Fomento Angola (BFA) deve ficar abaixo dos 48%.
“Temos uma recomendação do BCE para reduzir a participação em Angola. A nossa intenção é diminuir ainda mais”, explica o presidente do BPI na apresentação dos resultados referentes a 2017, quando a instituição financeira registou lucros de 10,2 milhões no ano passado, o que representa uma quebra de 96,7% em relação aos 313,2 milhões de euros que tinha registado em 2016. Isto num ano em que ainda contou com o contributo do BFA.
Temos uma recomendação do BCE para reduzir a participação em Angola. A nossa intenção é de diminuir ainda mais.
A penalizar os resultados do banco liderado por Pablo Forero estiveram as rescisões e a venda do BFA, segundo a informação enviada, esta terça-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O programa de rescisões e de reformas antecipadas voluntárias teve um custo de 78 milhões de euros no ano passado. Por outro lado, a venda de 2% do capital do BFA à Unitel teve um impacto negativo de 320 milhões para as contas do BPI.
“As boas notícias é que não temos uma data limite” para diminuir a presença em Angola, explica Forero. Ou seja, o BCE não incluiu na sua recomendação um prazo para que esta redução aconteça. A única indicação é de que esta participação tem de ficar abaixo de 48%, refere o presidente do BPI. É uma participação razoável? Forero refere apenas que ainda “não há uma decisão sobre isso, uma vez que a venda aconteceu há um ano”. “Ainda é um bocadinho cedo”, diz.
No entanto, esclarece, esta diminuição da presença “não muda a relação do BPI com o BFA“. Forero refere ainda que a liderança de João Lourenço também não influencia a estratégia do banco. “A nossa estratégia em Angola é reduzir a participação e apoiar a equipa do BFA.”
Sobre a possível mudança de marca do BPI, o presidente da instituição financeira diz: “Não vamos mudar a marca em Portugal. Os clientes gostam e confiam na marca”. O objetivo, agora, é fazer com que o banco “cresça mais e mais rápido”, que “ofereça mais produtos atrativos aos clientes” e que consigam fazer “mais investimentos mais rápido.
Emitir para responder às exigências dos reguladores? Não em 2018
Os bancos europeus vão ter de emitir dívida para satisfazer os requisitos europeus, conhecidos como MREL. Mas o BPI não vai avançar já com esta emissão. “Quando fazemos os nossos orçamentos consideramos que não é preciso fazer nenhuma emissão de MREL em 2018”, explica Pablo Forero.
Segundo o presidente do BPI, “as indicações que recebemos é que o draft final será mais positivo para os bancos comerciais europeus”. Ou seja, menos exigente. E “que os bancos vão ter mais tempo” para responder a estas exigências.
(Notícia atualizada às 17h47 com mais detalhes)
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