Insolvências caem. Empresas que faliram empregavam 20 mil
O número de empresas que declararam insolvência em 2017 cai 14%, afetando cerca de 3.000 entidades. No total, representavam um volume de negócio superior a 1,7 milhões de euros.
As 3.100 empresas declaradas insolventes em 2017, menos 14% do que em 2016, representavam um volume de negócios superior a 1,7 mil milhões de euros e empregavam cerca de 20 mil trabalhadores, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira pela Cosec.
No seu estudo “Cosec Dinâmica Empresarial”, a seguradora nos ramos do seguro de crédito e caução reporta ainda que estas insolvências deixaram em risco 570 milhões de euros de créditos a fornecedores, correspondendo “a maioria” dos casos a microempresas do setor dos serviços.
Do trabalho resulta ainda que, no ano passado, 527 empresas solicitaram a integração no Processo Especial de Revitalização (PER), menos 31% que em 2016, tendo ainda sido registados 27 processos especiais para acordo de pagamento (PEAP), destinados à revitalização de outras entidades que não empresas. No que se refere à constituição de novas empresas, foram registados 39.842 casos em 2017, menos 0,3% que em 2016.
Para a administração da COSEC, estes resultados “confirmam o momento positivo da economia portuguesa, evidenciado também pelos recentes dados macroeconómicos nacionais publicados”. Segundo as conclusões do estudo, as microempresas “continuam a representar a maioria dos casos de insolvência”, com uma quota de 67%, mantendo-se o setor dos serviços na liderança, com 710 insolvências registadas. Seguiram-se os setores da construção, com um total de 619 empresas insolventes, e do retalho, com 484, sendo que a categoria de Empresário em Nome Individual (ENI) registou 15% do total do número de insolvências em Portugal.
No que se refere à distribuição geográfica, os distritos que registaram maior número de insolvências foram os mesmos que em 2016: o Porto surgiu na liderança, com 740 casos, seguido de Lisboa (708) e de Braga (298). Já os distritos de Bragança e Beja continuaram a registar o menor número de insolvências, com um total de 15 e 13 casos registados, respetivamente.
Entre os pedidos de PER, 79% corresponderam a micro ou pequenas empresas, destacando-se os setores da construção (137 empresas), serviços (93) e agroalimentar (64). Quanto à constituição de empresas, continuaram na liderança os setores dos serviços (16.385), construção (10.173) e retalho (3.441), tendo Lisboa (13.220), Porto (6.959) e Braga (2.843) voltado a destacar-se como os distritos onde se registaram mais novas empresas.
A nível global, o estudo “Insolvencies: Fewer Cases, Bigger Crashes”, elaborado pela Euler Hermes, acionista da Cosec, aponta que “a tendência decrescente nas insolvências dos negócios abrandou em 2017 (+1%)” devido “à recuperação económica que se começa a sentir na Ásia e às vigentes dificuldades que atravessam alguns mercados emergentes (com destaque para a Rússia e o Brasil)”.
“Em 2018 a recuperação económica deverá beneficiar as empresas (-1%). Na maioria dos países, o número e dimensão das insolvências deverão diminuir ou, pelo menos, estabilizar”, refere, acrescentando que “esta tendência será evidente sobretudo em economias avançadas, tais como a dos EUA”. Ainda assim, as insolvências deverão continuar este ano “acima do nível de 2007 em quase metade dos países, particularmente na Europa”, sendo que “nem todas as empresas sairão beneficiadas da mesma forma”, refere.
No que toca às grandes insolvências, de empresas com um volume de negócios superior a 50 milhões de euros, o estudo aponta “uma tendência ascendente em termos mundiais no seu número ao longo de 2017”, com o número de grandes insolvências a aumentar em 57 casos face a 2016, para um total de 321 empresas a apresentarem falência, responsáveis por um volume de negócios acumulado de cerca 104 mil milhões de euros.
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