Pagamento de juros à Altice arrasta Meo para prejuízos
Em 2015 e 2016, a operadora portuguesa teve prejuízos para poder suportar juros de empréstimos que a Altice pediu para comprá-la em 2015. Foram cerca de 630 milhões de euros em juros.
A Meo, a empresa da PT/Altice, registou prejuízos em 2015 e 2016, período que coincide com o primeiro ano e meio sob a gestão da Altice, que a comprou em junho de 2015 à brasileira Oi. Um resultado que é explicado pelo pagamento de juros de empréstimos que a Altice pediu para comprá-la.
Entre a segunda metade de 2015 e o final de 2016, a Meo teve de suportar cerca de 630 milhões de euros em juros de empréstimos da PT Portugal (dona de 100% do seu capital). É esse montante que ajuda explicar por que é que a empresa registou prejuízos, de acordo com o relatório e contas de 2016 consultado pelo Público (acesso condicionado). As receitas rondaram os 2.300 milhões de euros nos dois exercícios.
"O resultado líquido da Meo em 2016 foi negativo em 13 milhões de euros, o que representa uma melhoria face ao prejuízo de 221 milhões de euros apurado no ano anterior [cuja gestão foi repartida entre a Altice e a Oi].”
“O resultado líquido da Meo em 2016 foi negativo em 13 milhões de euros, o que representa uma melhoria face ao prejuízo de 221 milhões de euros apurado no ano anterior”, cuja gestão foi repartida entre a Altice e a Oi, lê-se no relatório. O documento também revela que o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) melhorou 12,3% para mil milhões de euros. E que o resultado operacional “antes de gastos de financiamento e impostos” foi de 310,6 milhões.
Mas o que o que se destaca neste relatório é a fatura pesada da Meo com encargos de financiamento em 2016. Foram, ao todo, 339 milhões de euros, dos quais pelo menos 330 milhões serviram para pagar juros de empréstimos concedidos pela PT Portugal. No exercício de 2015, estes juros atingiram os 300 milhões de euros. Estes valores ficam acima dos números da PT Portugal antes da entrada da Altice. Em 2014, os juros suportados eram de 286,4 milhões e, em 2013, de 261,3 milhões.
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