BCE comprou 32 mil milhões em dívida portuguesa em três anos de programa de estímulos

Banco central já comprou mais de 32 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro de Portugal em quase três anos de programa de estímulos monetários na Zona Euro.

O Banco Central Europeu (BCE) comprou mais de 32 mil milhões de euros em dívida portuguesa em cerca de três anos do programa de estímulos lançado por Mario Draghi em março de 2015, isto depois de, em fevereiro passado, a autoridade ter adquirido mais 489 milhões em obrigações nacionais.

Segundo os dados publicados esta segunda-feira pelo banco central, houve um ligeiro aumento do ritmo de aquisições de títulos no mercado português no mês passado face a janeiro, mês em que entraram em vigor as novas regras do quantitative easing — o BCE baixou no início do ano as suas compras mensais dos 60 mil milhões para os 30 mil milhões de euros mensais, medida que acabou por ter pouco impacto em Portugal.

BCE comprou 32 mil milhões em dívida nacional desde março de 2015

Fonte: BCE (Dados cumulativos)

Feitas as contas, e somando este montante aos sete mil milhões de euros em dívida portuguesa que o BCE ainda possui em carteira no âmbito do anterior programa, o Securities Market Programme, em Frankfurt residem um total de 39 mil milhões de euros em títulos de dívida pública de Portugal, correspondentes a mais de 27% do total das obrigações do Tesouro nacionais.

Foram vários os programas de compras de títulos que o banco central da Zona Euro adotou nos últimos anos, com o objetivo de combater as crises das dívidas soberanas na região e impulsionar a atividade económica — colocando a taxa de inflação a caminho da sua meta de perto de 2%.

Neste momento, o BCE está comprar dívida pública num montante mensal de 30 mil milhões de euros até setembro deste ano, que é quando está previsto o fim deste programa chamado PSPP (Public Sector Purchase Programme), que chegou a comprar todos os meses 80 mil milhões de euros em títulos dos governos, entre abril de 2016 e março de 2017.

Ainda assim, face à melhoria da economia da moeda única, são cada vez mais as vozes que criticam a manutenção deste programa de estímulos, caso do Bundesbank.

Mario Draghi e os membros do conselho de governadores do BCE reúnem esta semana para mais uma reunião de política monetária. E mais indicações poderão ser dadas quanto ao rumo do quantitative easing já esta quinta-feira. No encontro de janeiro, Draghi reafirmou que os estímulos vai continuar para lá de setembro de 2018 “se necessário, e, em qualquer caso, até que o Conselho do BCE considere que se verifica um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, compatível com o seu objetivo para a inflação”

(Notícia atualizada às 16h24)

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