Sindicatos dos bancários querem aumentos salariais de 3%
Febase fez proposta de aumentos salariais de 3%, justificada com a inflação e os ganhos da economia. Sindicatos criticam "intransigência" dos bancos nestas negociações.
Os sindicatos ligados à UGT criticam, em comunicado, os bancos de “intransigência” nas negociações para aumentos salariais, que arrancaram esta semana e nas quais foram pedidos aumentos de 3% e as instituições propuseram 0,4%.
Esta terça-feira arrancaram as negociações para aumentos salariais entre os sindicatos da Febase – Federação do Setor Bancário e o grupo negociador dos bancos sobre “aumentos da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária”, não tendo havido acordo como já se esperava, segundo o comunicado disponibilizado no ‘site’ do Sindicatos dos Bancários do Norte (SBN).
A Febase fez na reunião uma proposta de aumentos salariais de 3%, justificada com a inflação e os ganhos da economia, por considerar que as instituições de crédito “também são beneficiárias, como se comprova nos sinais de grande recuperação que têm vindo a dar, percetível nos resultados apresentados”.
Já dos bancos a proposta foi de um aumento de 0,4%, que a Febase critica, referindo ser um “valor inaceitável (…) face à conjuntura atual do setor, em clara fase de recuperação”.
“Se é verdade que a situação do setor ainda não é a melhor, está neste momento a superar o período de crise pelo qual passou”, reitera o comunicado do SBN.
Os sindicatos ligados à UGT dizem ainda que ficaram surpreendidos com a postura de “intransigência” dos negociadores dos bancos, que não deram “quaisquer sinais que evidenciem predisposição para evoluir na proposta, antes pelo contrário, afirmando que a mesma está justificada na sua fundamentação”.
Com a proposta de 0,4%, o GNIC (grupo negociador dos bancos) argumenta que os encargos seriam bastante superiores e acrescido de pretensos 0,8% da massa salarial, refere o SBN.
Na reunião, os representantes dos patrões justificaram, ainda, segundo o comunicado, a impossibilidade de mais aumentos por não haver reflexos a curto prazo da negociação em 2016 no Acordo Coletivo de Trabalho na redução de encargos com pessoal e que os bancos terão mais custos com a implementação das novas normas europeias e digitalização do setor.
Já a Febase argumentou que os bancos “lucraram muito com as formações feitas pelos trabalhadores em horário pós-laboral, sem qualquer pagamento de horas”.
O comunicado do SBN termina a dizer que no setor bancário se vive um “clima de paz social” que “muito se deve aos Sindicatos da Febase, que sempre mostraram uma postura responsável e dialogante”, com os trabalhadores a mostraram “total compreensão pela situação que a banca atravessou e para a qual em nada contribuíram”.
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