Afinal, gestores dos CTT vão receber prémio de mandato
Os gestores dos Correios, que viram os seus vencimentos cair em até 25%, abdicaram dos prémios de gestão relativos a 2017 e 2018. Mas, ainda assim, vão receber o prémio de mandato.
Afinal, nem todas as remunerações variáveis dos administradores dos CTT CTT 0,34% vão ser cortadas. Os gestores dos Correios não abdicaram do prémio pelo conjunto do mandato, que deverá ser pago em 2020 e 2021, avançou esta quinta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago). É uma informação que surge depois de se saber que, no âmbito da reestruturação da empresa, a equipa liderada por Francisco de Lacerda abdicou da remuneração variável anual por dois anos e terá cortes nos vencimentos.
O jornal sublinha ainda que, em relação a este mandato, que teve início em 2017 e terminará em 2019, o prémio será pago em dinheiro ao invés de ações. O montante passa ainda a ser definido em função do rendimento acionista que se divide em dividendos e desempenho dos títulos dos CTT na bolsa de Lisboa. Ora, apesar de as ações terem vindo a desvalorizar este ano, a empresa vai dar aos acionistas este ano mais do dobro dos lucros que teve no ano passado: o payout totaliza os 208%.
A empresa terá confirmado oficialmente que este prémio de mandato escapou ao corte trazido pelo plano de recuperação apresentado recentemente: “Os administradores abdicaram da remuneração variável o que não implica abdicarem do prémio de mandato”, afirmou fonte oficial, citada pelo mesmo diário.
Foi a 19 de dezembro que se soube que os salários do presidente executivo e chairman dos CTT foram cortados em 25%, enquanto a restante equipa da administração viu o valor do seu vencimento cair 15%. Na altura, foi referido que os gestores executivos da empresa também teriam abdicado de prémios de gestão no que diz respeito ao exercício do ano de 2017 e 2018, como noticiou o ECO na altura. O que não se sabia era que o prémio de mandato escapava a este corte.
Esta notícia surge num contexto de quedas sucessivas e significativas no volume do correio, trimestre após trimestre. A empresa viu-se obrigada a encarar esta realidade com um plano de recuperação que prevê, além dos cortes nos salários dos gestores, a venda de ativos imobiliários, um plano de rescisões com até 1.000 trabalhadores até 2020 e um fecho de 22 balcões geridos pela empresa. Em 2017, a empresa liderada por Francisco de Lacerda registou uma queda histórica dos lucros, na ordem dos 56% para 27 milhões de euros.
Cotação das ações dos CTT na bolsa de Lisboa
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