Aplicar os juros negativos nos créditos da casa é “contranatura”, diz Paulo Macedo
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos é contra a medida do Bloco de Esquerda, mas assumiu que "se a legislação vier nesse sentido a Caixa cumprirá".
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, considera “contranatura” a proposta legislativa para obrigar os bancos a aplicarem os juros negativos no crédito à habitação, mas garantiu que cumprirá caso seja lei.
“A questão relativa aos juros negativos é contranatura. Há até uma medida bastante discutível do ponto de vista legal”, disse o presidente da Comissão Executiva da CGD, no Porto, no final do “XV Encontro Fora da Caixa”, que assinala o 142.º aniversário da instituição.
Paulo Macedo apontou imprecisões à medida avançada pelo Bloco de Esquerda mas assumiu que “se a legislação vier nesse sentido a Caixa cumprirá”.
Insistiu, contudo, que “seria estranho um responsável de um banco concordar com algo que afete negativamente um banco, designadamente os juros negativos, porque estamos a falar de quem empresta ter um juro negativo“.
Afirmando “perceber a intenção da medida”, precisou que esta “só tem razão de ser quando os bancos têm elevadíssimas rentabilidades e não quando apresentam prejuízos sistemáticos ano após ano”.
Da mensagem que quis deixar ao Porto e região Norte em dia de aniversário da Caixa, Paulo Macedo destacou o “objetivo de crescer no crédito”, salientando haver “rácios de capital para crescer, algo que não acontecia há uns anos nem com a Caixa nem com outros bancos portugueses” e que “tem liquidez para fazer isso”.
Anunciando a manutenção e continuidade de “todos os gabinetes de empresa em termos de proximidade”, vincou que a Caixa quer “crescer nas áreas mais dinâmicas” como são “a região Norte e do Porto, das mais dinâmicas do país, de forma destacada, designadamente na área exportadora”.
“Quisemos também dizer que a Caixa, pela sua génese, no dia do seu 142.º aniversário, está a trabalhar para poder estar no Porto durante muitos anos com os empresários e que não é indiferente para as famílias e empresas com quem trabalha, que podendo trabalhar com quem quiserem, é relevante para elas saber com que bancos vão estar cá daqui a cinco, 10, 20 anos, numa altura de tanta mutação e certeza”.
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