The Economist: Guerra comercial entre China e EUA faz abrandar comércio mundial
A EIU prevê que o protecionismo vá aumentar, apesar de se evitar uma guerra comercial em grande escala, o que significa que o ritmo de crescimento do comércio vai abrandar entre 2019-2022.
Os analistas da Economist Intelligence Unit (EIU) consideram que a atual disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, a China e os Estados Unidos, vai ensombrar o comércio mundial em 2018, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.
A EIU, a divisão de análise e investigação do The Economist Group, prevê que o protecionismo vá aumentar, apesar de se evitar uma guerra comercial em grande escala, o que significa que o ritmo de crescimento do comércio vai abrandar entre 2019-2022, para uma média de 3,5% ao ano.
A disputa entre Estados Unidos e China começou no princípio de março, quando a administração de Donald Trump decidiu propor um aumento de taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, decisão à qual a China respondeu com uma subida equivalente de tarifas sobre os produtos norte-americanos.
A EIU estima que qualquer acordo que venha a resultar das negociações entre os dois países só será parcialmente satisfatório. “Até agora não parece que quaisquer concessões que a China esteja disposta a fazer sejam suficientes para apaziguar os falcões da administração Trump”, refere o EIU, considerando que alguns dos aumentos propostos devem mesmo avançar.
Embora seja cedo para dizer quais os setores mais afetados, cada país deve escolher aumentar as taxas sobre os bens com mais impacto sobre o seu adversário: no caso dos Estados Unidos, tarifas sobre bens tecnológicos, no caso da China sobre produtos agrícolas como a soja. Mas ambos os lados vão evitar uma guerra total que teria custos económicos e políticos significativos.
Para a EIU, esta disputa exemplifica a competição estratégica entre China e os Estados Unidos e revela que o futuro da inovação é de vital importância para os dois países, tanto em termos económicos como militares: “o país que liderar nessas áreas terá uma grande vantagem estratégica sobre o outro nas próximas décadas”. Neste cenário, “um acordo mutuamente satisfatório, onde a China oferece concessões significativas em todas as áreas, é improvável no curto prazo”.
A disputa também ameaça o papel e a posição da Organização Mundial do Comércio (OMC), junto de quem os dois países apresentaram queixas.
No entanto, no resto do mundo o apelo do comércio livre mantém-se, com a União Europeia e o Japão a surgirem agora como principais impulsionadores do esforço para manter o comércio global, enquanto os Estados Unido preferem uma abordagem bilateral para tentar reduzir os défices com os seus parceiros comerciais, indicam os analistas.
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