OPA à EDP: Socialistas acompanham, comunistas rejeitam, CDS pede atenção dos reguladores
Os socialistas rejeitam manifestar-se contra ou a favor da operação, depois de o Governo já ter dito que não tem nada a opor.
Os socialistas acompanham com “interesse lógico” a operação mas não se opõem nem a aprovam, os comunistas rejeitam-na e o CDS-PP pede a atenção das entidades de regulação e supervisão. É desta forma que os partidos olham para a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges sobre a EDP.
Pelo PS, é o deputado Luís Testa quem afirma, em declarações ao Diário de Notícias, que o partido acompanha com um “interesse lógico” esta operação, uma vez que a EDP é “uma empresa estratégica” para Portugal. Ainda assim, “por respeito ao mercado”, rejeita posicionar-se contra ou a favor. “Uma vez vendido o capital, aquilo que esperamos e aguardamos é que se zele para que as regras de mercado funcionem”.
Do lado do Governo, contudo, a posição é mais clara: António Costa diz que o Governo “não tem nada a opor” e remete a aceitação ou não da proposta para os acionistas da EDP, dizendo mesmo que os chineses “têm sido bons investidores em Portugal”
Também o CDS-PP rejeita tomar uma posição, considerando que esta não é uma questão política, mas de mercado. “A única coisa que o poder político pode exigir é que todos os poderes reguladores e de supervisão estejam atentos e evitem que alguma coisa se possa processar à margem da lei“, disse o vice-presidente do partido, Nuno Melo, à margem do Conselho Nacional do CDS, em Évora.
Já o PCP opõe-se à operação. Ao Diário de Notícias, Vasco Cardoso, da Comissão Política do PCP, afirma que “a instabilidade a que a EDP está sujeita, e aquela a que estará sujeita a confirmar-se esta OPA”, não garante os interesses do país. Para os comunistas, “uma empresa estratégica para os interesses do país não pode estar sujeita a questões financeiras nem a países estrangeiros”.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu mesmo a recuperação do controlo público da EDP. “Aquilo que pode e deve ser determinante para o futuro da EDP é a recuperação do controlo público da empresa elétrica nacional, disse.
O Bloco de Esquerda e o PSD ainda não comentaram a operação.
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