Carlos Tavares: Caixa Montepio pode mudar de nome, mas marca Montepio fica
Carlos Tavares admite a possibilidade de o Montepio mudar de nome, mas quer manter a marca Montepio. Os clientes valorizam a marca, diz o presidente do banco.
A marca Montepio é demasiado preciosa para o banco abdicar dela. Carlos Tavares, novo presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), admite a possibilidade de a instituição que lidera poder mudar de nome, mas que a marca Montepio em si não é para cair.
“Pode mudar de nome, mas mantém a marca Montepio”, afirmou Carlos Tavares num encontro com jornalistas que decorreu esta terça-feira à tarde. O presidente do banco disse que as pessoas perdem-se no meio das siglas CEMG e AMMG e que preferem um nome mais compacto.
Para suportar a vontade de não abdicar da marca Montepio, o ex-presidente da CMVM socorre-se de um estudo requerido pela anterior administração do banco. Nessa sondagem, os clientes da instituição financeira revelaram valorizar a marca Montepio. Daí a decisão de não abdicar da chancela.
A mudança de nome do Montepio tem estado em cima da mesa nos últimos anos, com os reguladores a apelarem para uma maior diferenciação entre o banco e o seu único acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Mas tem havido muitas posições contraditórias não só do lado do banco, como do próprio Banco de Portugal.
“Há uma determinação do BdP, em 2015, para haver uma diferenciação e uma separação de marcas”, disse Félix Morgado, o anterior presidente do banco Montepio em entrevista ao ECO24. Recentemente, o diretor de supervisão prudencial do BdP, apesar de considerar fundamental que os clientes percebam os riscos associados aos produtos da Associação Mutualista e da Caixa Económica, afirmou que isso não implica necessariamente a alteração das marcas.
Carlos Tavares parece agora querer desfazer as dúvidas, demonstrando, contudo, a vontade de não abdicar da marca Montepio.
Capital Certo mudou para Poupança Mutualista. Regresso em 2019
Uma eventual mudança de nome do banco Montepio tem como objetivo que quando os clientes vão ao balcão não haja o risco de confundirem os produtos vendidos pelas duas entidades. Mas após a entrada de Carlos Tavares para a administração do banco Montepio já foram dados passos no sentido de uma maior distinção entre os produtos das duas instituições.
Uma situação que Carlos Tavares salientou, esta terça-feira, lembrando a mudança de nome do Capital Certo — um dos produtos financeiros da Associação Mutualista mais populares — para Poupança Mutualista, tal como O ECO avançou no início deste mês de maio.
A comercialização do Capital Certo foi suspensa pelo Montepio desde fevereiro, ainda durante a gestão de José Félix Morgado. A nova administração liderada por Carlos Tavares, que entrou em funções em meados de março, decidiu manter essa suspensão, para mais tarde optar por mudar o nome do Capital Certo para Poupança Montepio.
A comercialização deste produto da associação mutualista continua suspensa, mas deve ser retomada no início do próximo ano antecipou Carlos Tavares no encontro com os jornalistas que decorreu na tarde desta terça-feira.
Estes produtos são vitais para financiar a mutualista. A Caixa Económica tem de angariar quase mil milhões em produtos de poupança da Associação Mutualista este ano, noticiou o Público no início deste ano, citando o Programa de Ação e Orçamento para 2018 do banco.
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