Itália leva BCP a cair 3%. Ações sem dividendos agravam perdas em Lisboa
E tudo Itália levou esta segunda-feira. A bolsa nacional caiu quase 2% no pior desempenho em quatro meses. Milão não fez melhor figura com a indefinição política em Roma.
Foi a pior sessão na bolsa de Lisboa em quase quatro meses e nada ajudou. Nem as cotadas do PSI-20, cinco das quais descontaram o dividendo nesta sessão, agravando as perdas por cá. Nem o contexto internacional, onde Itália volta às manchetes dos jornais por razões que os investidores pouco gostam: incerteza política.
O principal índice português caiu esta segunda-feira 1,74% para 5.513,02 pontos, registando o pior desempenho desde 5 de fevereiro. Há quatro sessões que Lisboa fecha no vermelho. Altri, F. Ramada, Galp, Sonae, Sonae Capital passara a negociar sem direito ao dividendo, pressionando ainda mais a praça portuguesa. “Neste período, quem comprar ações não recebe os dividendos propostos pela empresa”, explicou Carla Santos, gestora da XTB.
O BCP teve o pior desempenho ao registar uma queda de 3,34% para 0,263 euros. “O BCP é das ações mais permeáveis à conjuntura externa e a insegurança política que se vive em Itália está a afetar toda a Europa”, contextualizou a gestora.
BCP afunda por causa de Itália
Nem de propósito: o tema dominante do dia foi mesmo a Itália. Este domingo, o Presidente italiano chumbou a proposta de governo de Giuseppe Conte, por incluir um ministro anti-euro, dando oportunidade ao tecnocrata Carlo Cottarelli para criar um novo executivo. Esta solução não agradou ao Movimento 5 Estrelas nem à Liga Norte. “Por um lado, a Europa descansa uma vez que o ministro nomeado não era a favor do conceito europeu. Por outro lado, voltamos à estaca zero e o receio de eleições antecipadas voltar a estar no ar”, disse Carla Santos.
Em Milão, onde está o índice de referência italiano FTSE-Mib, as quedas foram de 1,82%. Destacaram-se as ações da banca: o Monte dei Paschi afundou quase 7%, ao mesmo tempo que Unicredit e Intesa Sanpaolo viram os seus títulos cederem 3,33% e 2,82% respetivamente.
A banca foi perdendo terreno à medida que aumentava o risco nos mercados medido pelas taxas de juro. A yield das obrigações portuguesas a dez anos esteve a subir 20 pontos base esta manhã e já está novamente acima de 2%.
As outras praças europeias tiveram um comportamento, ainda assim. O DAX-30 caiu 0,45% e o IBEX-35 de Madrid recuou 0,5%.
No mercado petrolífero, as cotações do barril de petróleo cederam 2%, corrigindo de máximos perante a disponibilidade da Rússia e da Arábia Saudita de aliviarem o corte na produção da matéria-prima. Podem vir a disponibilizar mais um milhão de barris por dia.
(Notícia atualizada às 169h59 com mais informação)
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