Pensões dos administradores do BCP geram polémica à porta da AG. Acionistas aprovam
Cristina Miranda, uma das representantes dos trabalhadores do BCP, diz que o pagamento de 4,9 milhões para o fundo de pensões dos administradores do BCP é "escandaloso".
Os acionistas do BCP aprovaram em assembleia-geral uma proposta para o pagamento extraordinário de 4,9 milhões de euros para os fundos de pensões dos atuais administradores executivos do banco. Para a comissão de trabalhadores, isto é “escandaloso”. Cristina Miranda, uma das representantes da comissão de trabalhadores do Porto, disse que é um “verdadeiro ataque”, uma vez que as diferenças salariais ainda não foram repostas aos funcionários que viram os seus rendimentos serem alvo de cortes.
De acordo com a comissão de trabalhadores do BCP, a comissão executiva está a discutir a “reposição do que ficou suspenso”. E demonstrou vontade de o fazer num futuro, mas não indicou qualquer data para que isto aconteça. “As pessoas tiveram cortes para [passarem a receber um salário] básico. A administração não cortou para o básico”, realçou Cristina Miranda, representante da comissão de trabalhadores do Porto, enquanto decorria a assembleia-geral de acionistas do BCP.
Os acionistas aprovaram esta quarta-feira duas propostas muito criticadas pela comissão de trabalhadores e sindicatos. No ponto quatro, a votação incidiu sobre a “política de remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e outra”, proposta que foi aprovada com 98,84% dos votos. Sobre esta questão, o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Paulo Marcos, propôs alterações, nomeadamente que a política de remuneração variável fosse alargada a todos os trabalhadores e não apenas ao conselho de administração. Como o presidente da mesa não admitiu alterações, o sindicato decidiu votar contra.
Já no ponto cinco foi discutida a “alteração do Regulamento de Reforma dos Administradores Executivos do Banco Comercial Português considerando a aprovação de atribuição de uma contribuição única destinada ao complemento de reforma dos membros da Comissão Executiva”, ou seja, a contribuição de 4,9 milhões. Esta última foi aprovada com 99,47% dos votos.
A representante nota que as as horas extraordinárias não são pagas e que não há aumentos salariais desde 2010. “São vencimentos básicos”, não são ordenados elevados, salienta.
"As pessoas tiveram cortes básicos. A administração não cortou para o básico.”
“Qual é a prioridade? O banco esquece-se de que quem ganha menos não vê os ordenados repostos”, afirmou Cristina Miranda. “Descongelaram, mas não repuseram a diferença”, notou ainda a representante da comissão de trabalhadores.
(Notícia atualizada às 17h40 com o resultado da votação da assembleia-geral do BCP)
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